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Independência: paralisação deixa setor apreensivo

Como já vem sendo massivamente divulgado na mídia, a indústria frigorífica já sente os efeitos da crise financeira mundial com demissões, pedidos de recuperação judicial, dívidas e falências. Essa semana a notícia da suspensão dos abates nas unidades do Independência agravou ainda mais a situação do setor. Para as entidades que representam a pecuária mato-grossense, a notícia surpreendeu e o momento é de cautela.

Como já vem sendo massivamente divulgado na mídia, a indústria frigorífica já sente os efeitos da crise financeira mundial com demissões, pedidos de recuperação judicial, dívidas e falências. Essa semana a notícia da suspensão dos abates nas unidades do Independência agravou ainda mais a situação do setor.

Mato Grosso

No Mato Grosso a empresa suspendeu as atividades em 5 plantas, em Confresa, Colíder, Pontes e Lacerda, Nova Xavantina e Juína, que tiraram das escalas de abate cerca de quatro mil bois/dia e deixaram de movimentar apenas com a venda direta do gado, aproximadamente R$ 5 milhões/dia na economia estadual.

Segundo o jornal Diário de Cuiabá, até a semana passada no Mato Grosso tinha dez plantas desativadas e agora são 15. Das 34 unidades habilitadas com o Serviço de Inspeção Federal(SIF) mais de 55% das plantas deste porte no Estado estão paradas.

Para as entidades que representam a pecuária mato-grossense, o momento é de cautela. Para o consultor de Pecuária da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Luiz Carlos Meister, “a paralisação foi um gesto responsável e transparente, pois eles {Independência}podiam manter os abates e provocar sérios danos à atividade. Resta-nos torcer para haver um bom desfecho”. Ele aconselha, “muita serenidade aos pecuaristas e vendas parcimoniosas”.

O superintendente da Associação dos Criadores do Estado (Acrimat), Luciano Vacari, se disse surpreendido com as notícias. “O Independência sempre foi uma empresa de boa gestão, com padrões bem definidos de atuação e que trouxe alternativas à pecuária estadual. Se há problemas de liquidez nesta empresa, isso é grave, porque agora temos a prova de que a crise não é exclusiva de empresa com má gestão e, sim, um problema sistêmico, gerado pela crise mundial e que tornou o crédito escasso”.

A recomendação da Acrimat é de que o pecuarista só venda à vista e que se preciso: “feche a porteira para se resguardar”. Vacari lembra que é preciso daqui para frente ficar atento ao impacto social da paralisação do Independência, ou seja, às demissões e à quebra de receita dos municípios.

Meister completa dizendo que o Frigorífico tem reputação no mercado, está em atividade há mais de 30 anos e que se houvesse má intenção os bois das escalas de ontem teriam sido abatidos, e não devolvidos.

Com relação ao impacto sobre a arroba do boi no Estado, Vacari explica que o mercado está instável há um bom tempo e que o momento não é de especulações. “Se não dá para vender, fechamos a porteira”. Meister lembra que devido às alterações do mercado a arroba acumula desvalorização de mais de 13% de janeiro até agora, pois passou de R$ 80 para cerca de R$ 69.

Mato Grosso do Sul

No Mato Grosso do Sul as paralisações ocorreram nas plantas de Nova Andradina e de Anastácio. A alegação do grupo é que houve um “problema de fluxo de caixa”. A suspensão dos abates ocorre menos de um mês após o fechamento da unidade em Campo Grande, que vinha operando com capacidade ociosa.

Só as duas unidades que suspenderam atividades em Mato Grosso do Sul têm capacidade para mil abates diários, cada.

Além de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, estão suspensas as atividades em Rondônia, Minas Gerais e Goiás. O grupo esclarece que a suspensão dos abates, por tempo indefinido, foi motivada por uma questão diferente da desativação da unidade em Campo Grande. Na Capital sul-mato-grossense a unidade vinha usando apenas 40% da capacidade, devido à redução da oferta de bovinos, por isso os abates foram direcionados a Anastácio e Nova Andradina.

A suspensão de abates nas unidades do grupo Independência em todo o País deixa os pecuaristas apreensivos. O presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Laucídio Coelho Neto, afirma que a categoria espera que ainda hoje seja feito um anúncio que posicione o setor quanto à perspectiva de retomada dos abates.

As informações são do jornal Diário de Cuiabá e do Campo Grande News, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Marco Antonio Ribeiro disse:

    Também posso afirmar que o Grupo Independência sempre foi e continua sendo uma empresa transparente, aos seus funcionários, aos parceiros de relações comerciais, aos orgãos governamentais desse pais. E sempre soube manter uma qualidade sanitaria impecavel de seus produtos e o zelo como trata a coisa publica. Fica cada dia mais complexo o tratamento que o governo vem dando as empresas, e de como é redirecionado a ajuda que tanto se fala em Brasilia. E os bancos?

  2. Raul correa de vargas disse:

    Os frigorificos estao tendo problemas a muito tempo com a carga tributaria muito elevada e ve se o governo Lula esta preocupado, a unica coisa que se preocupa e com arrecadaçao de impostos, ve se ele se preocupa com os frigorificos que geram muitos empregos ou ele vai esperar que crie um caos social neste setor e sera que ele nao sabe que matando os frigorificos eles esta aniquilando varais familias que dependem deste setor, logico para eles politicos nao tem dificuldade no bolso, este e meu desabafo com muita tristeza porque gostamos do que fizemos e dependemos dos frigorificos para mantermos as nossas familias com dignidade.

  3. aldo rezende telles junior disse:

    Acontece que existem pecuáristas que não tiveram esta oportunidade de tirar os bois de dentro do frigorifico como é o meu caso e o que fazer agora? O que nos cabe? Quem cobre o nosso prejuizo? A grande questão é onde está o lucro destas grandes empresas, na hora da maré boa todos cresceram, compraram novas plantas por valores exorbitantes como é o caso do próprio independencia. A grande verdade é que estamos nas mãos de grandes picaretas e o que fica claro neste momento é que esta empresa é grande e não uma grande empresa.

  4. francisco eduardo de queiroz pereira calças disse:

    o independencia devolveu 4000 bois que ia matar, até parece um gesto correto e o resto do mês que comprou, e esta devendo, pois comprou com 30 dias sera que vai pagar os pecuarista, quem fica com osprejuizos, esta estoria ja sei como vai acabar ou o bnds adianta dinheiro ou os pecuarista perdem esses 30 dias que forneceu para o independencia–5000 x 25 dias =125.000 bois esse vai ser o prejuizo dos pecuarista

  5. Cassio Bueno Rodrigues disse:

    Como técnico e atuando no coemrcio de carnes, quando vi a pouco mais de 2 anos uma expansão como rojão do mercado de carnes, vi o que ouvi quando o Sábio Dr. Antonio Carlos Gouveia meu professor á época me disse, quando se olha muito lá fora se esqueçe do que temos de melhor aqui dentro, e falavomos do nelore, via o melhor lá de fora e se buscava, e esquecia o que tinhamos de melhor aqui, e não falo de ABCZ, na sua luta, falo de donos de terras que queriam o milagre de não fazer nada.

    Bom ai vem frigorificos, o mundo acenando com fome, a guerra comercial, o derrame de dinheiro publico para se gastar como quiser e esquecemos do mercado interno, ai virou uma, como sempre, “fogueira das vaidades”, gerente de frigorifico inatingivel, vendedores com soberba. Era a fase do não para o meracdo interno em todos os sentidos. Bom ai já era sabido pelos mais pridentes e sábios que o modelo falido de gestão estava sendo maquiado e crescer firmado na rocha todos já sabem como fica, agora firmado na areia ai é que sabemos melhor ainda.

    Sei que o Independencia tem alguem maior por eles, e sei que de muitos frigorificos, será um dos poucos a sair desta situação sem marcas, é hora de se retomar, tudo e todos de se aplicar a lei do reconhecimento.

    Haverá paz no vale, e o Independencia sabe se ler do que falo.

  6. CRISTIANO ALVES disse:

    Gostaria de expressar o meu apoio ao Grupo Independência, que sempre foi uma empresa exemplar, hoje recebi a noticia da paralização total e demissão de mais de nove mil funcionários, fiquei muito triste e consternado pois além de gostar da empresa , aliás a melhor qualidade em carnes do Brasil, tenho muitos amigos nesta empresa que perderam seus empregos e nem ao menos sabem se vão receber, e o nosso presidente o que vai fazer a respeito, pois acho que com este problema do Independência vai haver uma enchurrada de frigoríficos quebrando , e agora presidente LULA?