Mercado Físico da Vaca – 05/05/09
5 de maio de 2009
Mercados Futuros – 06/05/09
7 de maio de 2009

Independência planeja retomar abates em MS e RO

Após retomar parcialmente o abate em Janaúba/MG no início de abril, o frigorífico Independência planeja reabrir, nas próximas semanas, pelo menos mais duas de suas oito unidades próprias, localizadas nos municípios de Nova Andradina/MS e Rolim de Moura/RO.

Após retomar parcialmente o abate em Janaúba/MG no início de abril, o frigorífico Independência planeja reabrir, nas próximas semanas, pelo menos mais duas de suas oito unidades próprias, localizadas nos municípios de Nova Andradina/MS e Rolim de Moura/RO.

A informação foi divulgada pela a KPMG, contratada pelo Independência para preparar uma “Análise Preliminar e Desempenho Financeiro Recente” da empresa enquanto a Justiça não aprova a recuperação. Resumo do diagnóstico confirma que o Independência, mergulhado numa dívida de R$ 3,450 bilhões, também adotou medidas para reduzir custos operacionais, em uma tentativa de voltar ao mercado mesmo sem eventuais parcerias ou transferência do controle. A companhia já devolveu duas de dez unidades arrendadas, negocia a devolução de outros ativos mediante autorização judicial, encerrou as atividades na planta de Senador Canedo/GO e pretende baixar outros custos fixos.

Com a IFC Foods, que também pediu recuperação judicial – deferida e cujo plano foi aprovado pelos credores -, o Independência negocia a devolução de unidades arrendadas em Itupeva/SP e Nova Xavantina/MT. A empresa renegocia os acordos de compra de uma planta em Paraíso do Tocantins/TO e quer definir neste mês o futuro das unidades de Juína, Colíder e Pontes e Lacerda, em Mato Grosso.

Mato Grosso

Luciano Vacari, da Acrimat, explica que a posição dos produtores da região é de não vender, nem com pagamento à vista, para as indústrias devedoras. Vacari estima que o Independência, o Quatro Marcos e o Arantes devam juntos R$ 120 milhões aos pecuaristas do Estado e que desse total, em torno de R$ 50 milhões seja de dívidas apenas do Independência.

Nesta semana, pecuaristas de Mato Grosso bloquearam a entrada do frigorífico Quatro Marcos, em São José do Quatro Marcos. A Acrimat estima que a dívida da empresa com os produtores da região chegue a R$ 6 milhões .Depois de mais de 15 dias de negociação, sem um resultado concreto, pecuaristas de 13 municípios da região se mobilizaram e bloquearam a entrada de gado no frigorífico.

As informações são do jornal Valor Econômico e da Gazeta Mercantil, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. JOAO LUIZ MELLA disse:

    Os bovinos, em tempos de fartura acumulam energia em forma de músculos e por último em forma de gorduras.

    Quando chega à época das “vacas magras”, esses animais se utilizam dessa reservas para sua sobrevivência, queimando primeiro as gorduras e por último à própria carne.

    Os frigríficos, que agora são chamados de companhias, neste mundo globalizado, também tiveram seus momentos de fartura, principalmente de créditos, onde além de crescerem, engordarem, eles também incharam. O chamado crescimento insustentável, não aguentando se quer uma crise.

    Muito bem, a comparação é no sentido de; como fazem os bovinos, os proprietários destas “Companhias” façam uso de suas próprias gorduras e também se for preciso da própria carne.

    Não é justo que os “burros” queimem suas gorduras pelos “bovinos”.

  2. Paulo Westin Lemos disse:

    Não sei se é piada de mau gosto ou caso de polícia. Suponha que você foi assaltado a ponto de o prejuizo colocar em risco a sua atividade e o bem estar de sua familia. Então o assaltante volta e diz que o que ele levou não é suficiente para ele resolver os problemas dele e quer que você continue a ajudá-lo e dar mais crédito que talvez um dia, não se sabe quando, ele te devolve o que levou sem você concordar e do jeito que for bom para ele. Acho que muita gente pensa que produtor tem cara de palhaço. Como se não bastasse nossos próprios problemas e compromissos que não são poucos, ainda somos forçados a fazer papel de burros de carga e ajudar a carregar nas costas problemas de grandes empresas e ainda por cima com a proteção da justiça. Antes de se falar em retomada de atividades, há que se falar em retomada do moralidade e respeito com aqueles que durante anos foram parceiros essenciais, fornecedores da matéria prima principal da construção disso que hoje é grande. Nenhuma palavra se ouve sobre como, quando e quanto vão pagar os pecuaristas, a não ser desculpas evasivas e enrolação. Acho que um mínimo de respeito e consideração deveria haver para com os pecuaristas e demais fornecedores que devem se manter unidos para que isso não se repita também com outras empresas e arraste também os que escaparam desta. Antes disso, falar em retomada de atividades demonstra apenas desprezo e afronta aos pecuaristas.