A Assembleia Geral dos Credores (AGC) do frigorífico Independência, convocada para esta terça-feira (15), foi novamente interrompida, tendo sua continuidade agendada para o dia 3 de março de 2011. Segundo o assessor jurídico da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Carlo Daniel Coldibelli, que acompanhou a assembléia, o motivo da suspensão foi o mesmo ocorrido no dia 31 de janeiro, quando a proposta de pagamento apresentada pela empresa não foi aceita pelos credores.
A Assembleia Geral dos Credores (AGC) do frigorífico Independência, convocada para esta terça-feira (15), foi novamente interrompida, tendo sua continuidade agendada para o dia 3 de março de 2011, às 10h, em São Paulo. Segundo o assessor jurídico da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Carlo Daniel Coldibelli, que acompanhou a assembléia, o motivo da suspensão foi o mesmo ocorrido no dia 31 de janeiro, quando a proposta de pagamento apresentada pela empresa não foi aceita pelos credores.
A proposta apresentada nesta terça-feira já havia sofrido alterações com base em sugestões feitas pelos próprios produtores rurais no período de 4 a 6 de fevereiro, quando o plano de recuperação da empresa ficou aberto para consulta pública. De acordo com Coldibelli, mesmo com as modificações no documento, os credores bancários decidiram pela suspensão para que pudessem analisar todos os detalhes e cláusulas previstos no plano.
Na segunda-feira (14) o Independência publicou uma proposta de modificação ao plano de recuperação judicial, citando como alternativa o leilão de parte do patrimônio da empresa. De acordo com o documento, no prazo máximo de 90 dias, contados a partir da data de homologação da proposta, o Independência deveria publicar edital de alienação judicial de parte das unidades produtivas da empresa, dentre elas as plantas instaladas em Campo Grande e Nova Andradina. O documento está sendo analisado pelos credores e pode sofrer modificações até a próxima reunião, marcada para dia 3 de março.
A outra opção é o pedido de falência. No encontro de ontem, quando pecuaristas exaltaram-se defendendo a falência do Independência, a empresa modificou o plano de reestruturação que havia sido apresentado no dia 31 de janeiro.
Naquela ocasião, o representante do grupo de investidores, Alfredo Chang, propôs a aquisição dos ativos do frigorífico com assunção das dívidas, mas deságio entre 80% e 92% nos créditos totais, inclusive de pecuaristas e fornecedores. Além disso, o plano previa pagamento dessas categorias em 120 parcelas com dois anos de carência. Para os credores financeiros, propunha trocar títulos de dívida por papéis conversíveis em ações. O investidor também faria um aporte de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões como capital de giro numa nova companhia a ser criada, a “Nova Independência”.
Ontem o advogado Luiz Fernando Paiva, que representa o Independência, disse que a empresa propõe a venda de ativos com assunção de dívidas, mas o investidor terá de se comprometer a pagar os pecuaristas e fornecedores integralmente, da forma estabelecida no plano original, em 24 meses. Isso ocorreria tão logo seja feita a alienação dos ativos.
Outra modificação é que ficará a cargo dos credores avaliar todas as propostas de eventuais interessados. “A venda dos ativos será feita em condições estabelecidas pelos credores”, disse o advogado.
Ele reforçou a necessidade de venda de ativos do Independência como forma de evitar a falência. “Sem venda de ativos, não parece factível que empresa vai gerar recursos para pagar credores”, disse Paiva. “Vamos impedir esta que parece ser a última alternativa?”, indagou aos credores.
Diante de reiteradas queixas de pecuaristas, que defendem a falência da companhia, Paiva afirmou: “Não se trata de ameaça, mas em caso de falência da empresa, os pecuaristas tendem a receber zero”.
As informações são da Famasul e do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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Mais uma vez estivemos presente na assembléia geral de credores do Frigorífico Independência, e mais uma vez sentimos o quão são dissimulados os representantes desta empresa.
Ponderam pela venda de ativos (unidades produtoras ou plantas frigoríficas), para retomarem os pagamentos aos credores pecuaristas, sem a menor condição de efetivamente realizá-las, pois trata-se de imóveis gravados de ônus (alienação fiduciária) a terceiros, também credores.
Quanto ao “alerta” feito aos pecuaristas pelo ilustre advogado Dr. Luiz Fernando Paiva, que repetidamente disse do risco de não recebimento em caso de falência, este conselho parece-nos mais apropriado aos próprios clientes do causídico, pois quem, efetivamente, responderá em juízo pelos diversos crimes falimentares, dentre outras agruras próprias de um processo falimentar, com certeza não serão os pecuaristas, e sim eles próprios.