O Frigorífico Independência cogita desistir da recuperação judicial para tentar um acordo por fora com os bancos credores. A dívida da companhia é superior a US$ 1 bilhão. Embora o pedido tenha sido feito no dia 27 de fevereiro, ainda não foi homologado por falta de documentação. Nesta semana, a companhia vai pedir à Justiça um novo prazo para apresentar a papelada. Enquanto isso, quer ganhar tempo para fechar um acordo extrajudicial com os bancos.
O Frigorífico Independência cogita desistir da recuperação judicial para tentar um acordo por fora com os bancos credores. A dívida da companhia é superior a US$ 1 bilhão. Embora o pedido tenha sido feito no dia 27 de fevereiro, ainda não foi homologado por falta de documentação. Nesta semana, a companhia vai pedir à Justiça um novo prazo para apresentar a papelada. Enquanto isso, quer ganhar tempo para fechar um acordo extrajudicial com os bancos.
“Há uma janela de oportunidades em razão da peculiaridade do processo. Mas o acordo tem de sair rápido”, explica o advogado Luiz Fernando Paiva, do Pinheiro Neto, escritório que assessora o Independência. “A empresa pode desistir sem precisar convocar assembleia de credores. E, se não houver acordo com os bancos, pode acelerar os prazos do processo de recuperação judicial.”
Na sexta-feira, o frigorífico pretende apresentar aos bancos uma lista com a relação completa de credores, a posição financeira atual e uma reconstituição do que ocorreu na empresa desde setembro do ano passado, quando tinha R$ 600 milhões em caixa. Segundo uma fonte que acompanha o processo, o Independência está na fase de restabelecer a confiança com os bancos. “Todo mundo precisa entender o que aconteceu”, diz.
A decisão de entrar em recuperação judicial foi tomada para a companhia se proteger dos credores não financeiros – os pecuaristas teriam menos paciência para renegociar as dívidas, segundo pessoas próximas ao frigorífico. O problema é que os bancos ficaram inconformados quando foram avisados do pedido de recuperação judicial. Para eles, houve quebra de confiança.
A empresa busca agora demonstrar ao mercado empenho em estancar a sangria financeira. Em nove dias, já fechou sete unidades, um centro de distribuição e demitiu 6,2 mil empregados, ou cerca de metade do seu quadro.
A matéria é de Patrícia Cançado, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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Quando finalmente vamos assistir uma recuperação criativa e um plano de ação que consolide e construa em vez de destruir. Para os bancos (quais) pode ser que a demissão de 50 % dos funcionarios soe como promissor e visto como um sinal de boa gestão por parte dos “consultores”. A receita deles é sempre a mesma coisa e muitas vezes os resultados tambem.
Fechar unidades e demitir pessoal eu vejo como total falta de imaginação, criatividade e coragem e com resultados sociais desastros e inaceitaveis.
O BNDES podia ser realmente o banco do desenvolvimento social, ousar e exigir soluções que estão em concordancia com a sua missão.
Existem “empresas” e “empresas” do setor e o Grupo Independência é uma daquelas poucas que sempre procurou trabalhar de forma profissional. Torcer pelo Independência hoje é torcer por todo um setor que passa por um período consideravelmente difícil conforme já foi muito bem informado pelo BeefPoint.
Mais essa. Além de má gestão, fica provado agora que ainda meteram os pés pelas mãos!
Como é que pode?
Os caras investem mal, mais do que tem de capacidade de pagamento, sem planejamento e depois pedem a recuperacao judicial dizendo que os pecuaristas não tem paciência. É brincadeira.
É piada mesmo, que dizer que por precaução eles pediram a tal Recuperação Judicial, e os bancos ficaram indignados com a quebra de confiança do Frigorífico para com eles e a confiança que os pecuaristas depositaram no frigorífico, para com estes não houve quebra de acordo?
Outra sacanagem do governo, banqueiros e o frigorifico por que os bancos tem que receber primeiro que os pecuaristas, os bancos sabiamente nao estao em dificuldade, ja nos pecuaristas estamos queimando gordura faz tempo, estamos parados sem investimentos em pastagens, agora esses politicos prometem e nao cumprem.
Mais uma vez uma grande empresa usa de artifícios judiciais para poder continuar devendo os produtores, como foi dito “não tem paciência”, mas com toda certeza os produtores nem devem ter paciência pois eles tem que honrar seus compromissos com fornecedores. Quando entregam um animal gordo com toda a qualidade exigida pelo frigorífico (rastreabilidade, 3-6mm de EG, 16 @ acima etc..), não recebem por algo que é seu por direito então comprar e não pagar é muito fácil. Porque liberar dinheiro do BNDES para um frigorífico que pediu recuperação judicial no dia 27/02 e ainda não entregou todos os documentos que são exigidos para concretizar o pedido, será que eles tem estes papéis? Aqueles que foram demitidos tem que honrar seus compromissos e um frigorífico que estava entre os maiores do Brasil não tem uma solução para quitar divídas e iniciar um plano gestor de recuperação. Isto que está acontecendo é a mais clara incompetência que os proprietários e diretores estão fazendo. Se continuar assim os produtores vão ter que abater animais no peso vivo e receber dentro da fazenda porque depois que sair nem fazendo uma ceva bem feita não vão conseguir receber.