Maior doadora da campanha de Dilma Rousseff na eleição deste ano, a JBS demonstrou insatisfação com a escolha da senadora Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura e procurou integrantes do governo para saber se a indicação está, de fato, confirmada.
A troca na pasta teria contrariado Joesley Batista, um dos donos da empresa, que controla o frigorífico Friboi, devido a atritos entre ele e a senadora no passado. Oficialmente, a JBS nega o mal-estar.
A informação foi confirmada por três integrantes do primeiro escalão do Palácio do Planalto e um dirigente do PMDB com acesso às conversas em torno da composição do ministério.
Na semana passada, emissários da JBS procuraram o vice-presidente da República, Michel Temer, questionando a indicação. Temer respondeu que a intenção de Dilma era, sim, substituir Neri Geller pela senadora do partido.
Políticos que conversaram com Joesley recentemente constataram que o empresário não gostou da decisão. Dilma, então, foi aconselhada a procurá-lo para contornar o mal-estar o que de fato ocorreu, em um encontro sigiloso entre os dois na semana passada.
Em 2013, Kátia criticou uma suposta “prática monopolista e marketing enganoso” por parte do grupo JBS, que cresceu no mercado adquirindo outros empreendimentos menores. No centro do ataque estava um polêmico financiamento de R$ 7 bilhões do BNDES à JBS-Friboi que, segundo ela, poderia ter sido usado para ajudar pequenas e médias empresas em dificuldade
Além disso, no ano passado, na bancada ruralista, Kátia se posicionou contra a nomeação de Rodrigo Figueiredo para tocar a Secretaria de Defesa Agropecuária. A indicação de Rodrigo Figueiredo foi associada por ruralistas a um apoio de bastidores por parte da cúpula do PMDB e da JBS. Ele acabou confirmado no cargo, mesmo com um abaixo-assinado do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários contra a nomeação.
Fonte: Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.