Médias do Indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista (R$/cabeça), de janeiro de 2002 a novembro de 2007. Na seção Estatística, são publicados gráficos e tabelas elaborados pela Equipe BeefPoint com valores dos principais indicadores da pecuária de corte. Acreditamos que acompanhando e analisando esses dados é mais fácil entender de maneira abrangente o mercado do boi e os acontecimentos que influenciam a cadeia produtiva da carne bovina. Através dos gráficos publicados será possível observar a evolução dos preços do boi gordo e da reposição (indicador Esalq/BM&F), das exportações de carne, abates (IBGE e SIF), entre outros índices que mostram como anda a pecuária de corte nacional e o que podemos esperar para o futuro.
Gráfico 1. Médias mensais do indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista (R$/cabeça)
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Gostaria inicialmente de fazer uma pergunta: Com esse preço para aquisição de um bezerro, se este tivesse no ato da compra 7,5@ e fosse terminado com 17@, o pecuarista arcando com todos custos de produção e acabar sendo lesado em 1@ pelas plantas frigoríficas, será que compensa?
Se adotamos o sistema para produção de animais acabados com 48 meses não recebemos incentivo nenhum. Se adotarmos o sistema de produção de novilhos precoces e superprecoces, ou seja com a idade máxima de 30 meses e 18 meses, respectivamente, não recebemos também incentivo algum.
Mas eu conclamo aos colegas pecuaristas a verificarem na sala de abate, que antes da desarticulação da cabeça dos bovinos, é afixada no garrão uma fita para cada categoria (branca – superprecoce; azul e branca – precoce; e, verde-amarela – até 48 meses) e estas categorias em que são enquadradas as carcaças, vão para uma câmara frigorífica ou destino separado.
E estas já tem seus preços diferenciados e o nosso produtor está recebendo pelo preço da arroba (@) estipulado por quem nunca criou gado e se está criando hoje é porque o lucro é tão grande que eles resolveram fazer isso para poder lucrar ainda mais.
Isso serve aos frigoríficos para poder regularizar os estoques ou mesmo alegarem que não tem escalas e evitar que os pecuaristas se associem e passem a exigir pelo pagamento de um melhor preço pela carne que produzem.
Na realidade, os produtores tem que pensar que a carne bovina é agronegócio e entregar o boi pelo preço e prazo que esses estipulam é afundar ainda mais nesse mar de lama, que são os cartéis criados pelos grupos de frigoríficos.
Certa vez, ouvi dentro de um frigorífico em Araputanga-MT, do gerente, que o animal abaixo de 18@ dá prejuízo ao mesmo. Eu pergunto: Como eles se tornaram poderosos no mercado brasileiro e no mundial?
Poucos pecuaristas conseguem ficar com boi no pasto até atingir esse peso, se deixam é porque não fazem controle de custos, pois para se produzir um Kg de tecido adiposo é necessário 2,25 vezes a quantidade de matéria seca (M.S.) para um Kg de peso vivo.
Na realidade, como foi afirmado acima, já está sendo feito a tipificação e a classificação de carcaças dentro dos frigoríficos, e como podem ver jamais este sistema será implantado em nosso país, pois para que pagar mais por qualidade se estamos recebendo esta de graça. Só para fazer comparação: “vejo minha vizinha que é streaper que moramos em frente, a trocar de roupa; para que eu vou pagar para ver o seu show?”
Em razão disso, considero que esse preço proibitivo da compra de bezerros e que foi ocasionado pelo abate indiscriminado de matrizes e mesmos novilhas, não vai ser alterado tão cedo. Muitas das vezes a falha reprodutiva dessas fêmeas é ocasionada por falha no manejo nutricional (energia, protéina, minerais e vitaminas), manejo sanitário e não ter estação de monta nas propriedades. As vezes quem deveria ir para o abate, não são as matrizes e sim o proprietário destas. Mais matrizes, mais crias.