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Índice de Preços ao Produtor cai 0,54% em novembro e acumula alta de 4,39% em 12 meses, diz IBGE

A chamada inflação de “porta de fábrica”, sem impostos e fretes, teve queda de 0,54% em novembro, frente a outubro, segundo o Índice de Preços ao Produtor (IPP), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em outubro, os preços tinham caído 0,86% frente ao mês anterior (dado revisado após divulgação inicial de -0,85%).

Até novembro, o resultado acumulado em 2022 atingiu 4,47%. Já o resultado acumulado nos 12 meses até novembro atingiu 4,39%.

Quinze das 24 atividades acompanhadas pelo IPP tiveram queda de preços em novembro. O IPP da indústria é formado por dois índices: o da indústria de transformação e o da indústria extrativa.

A taxa na indústria de transformação teve queda de 0,48% em novembro, ante -0,73% em outubro (dado revisado de -0,72%). Já o IPP da indústria extrativa teve queda de 1,65% em novembro, após queda de 3,44% em outubro.

Produtos químicos e alimentos

A queda de preços de produtos químicos e de alimentos foi a principal influência para o quarto recuo do IPP, que caiu 0,54% em novembro, após taxas de -3,04% em agosto, -1,89% em setembro, -0,86% em outubro.

Os segmentos de produtos químicos e de alimentos tiveram quedas de 4,41% e 0,70%, respectivamente. Os dois registram a quarta taxa negativa seguida. O impacto percentual desses segmentos foi de -0,41 ponto percentual e -0,17 ponto percentual. Com isso, responderam juntos por -0,58 ponto percentual da taxa de 0,54% do IPP da indústria.

A maior influência na queda de preços na indústria química, em outubro e novembro, segundo o gerente de Análise e Metodologia do IBGE, Alexandre Brandão, está relacionada com a redução dos preços dos adubos.

“O Brasil importa grande parte do que consome, logo os preços dos produtos produzidos aqui acompanham os preços internacionais, e esses, depois de terem sido elevados no começo do conflito europeu, começaram a cair, com certa normalização dos fluxos de comércio”, diz.

No caso de alimentos, explica ele, a entrada da safra de alguns produtos e uma menor demanda em outros casos explicam grande parte das quedas.

“Ao longo de 2021 houve aumentos expressivos no preço do café e do leite. Agora, com um clima mais apropriado, sem as grandes chuvas de 2021, foi revertido. Se olharmos o que ocorreu em novembro, veremos que as principais influências na queda de preços vieram da redução nos preços da carne bovina e de frango e no do leite. São todos casos em que a oferta está maior”, afirma.

A indústria extrativa, por sua vez, teve queda de 1,65%, a sexta consecutiva, e respondeu por -0,08 ponto percentual da taxa de 0,54% do IPP.

Por outro lado, os preços da indústria de refino de petróleo e biocombustíveis subiram 1,01%, depois de três quedas seguidas, e tiveram impacto de 0,12 ponto percentual.

“No caso do refino, a razão principal [para a alta] é o comportamento do óleo bruto de petróleo, do setor indústrias extrativas, no mercado externo”, afirma Brandão.

Alta em 12 meses

Quase 80% da alta de 4,39% da chamada inflação de “porta de fábrica” no resultado acumulado em 12 meses até novembro veio de apenas dois segmentos da indústria.

Os dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (04) mostram que os preços da indústria de refino de petróleo e biocombustíveis subiram 15,69% e responderam por 1,77 ponto percentual da taxa de 4,39%.

Já os preços de alimentos tiveram alta de 7%, um impacto de 1,62 ponto percentual. Juntos, responderam por 3,39 ponto percentual da taxa de 4,39%, ou 77,2%.

Por outro lado, as maiores pressões para baixo no IPP nos 12 meses até novembro vieram de metalurgia, com queda de 13,75% e impacto de -1,02 ponto percentual, e indústrias extrativas, com recuo de 13,43% e impacto de -0,75 ponto percentual.

Sequência de quedas

A queda de 0,54% do IPP foi a quarta seguida. Os dados divulgados pelo IBGE mostram que uma sequência de quatro taxas negativas do IPP não ocorria desde o início de 2019, afirma o gerente de Análise e Metodologia do instituto, Alexandre Brandão.

“Desde outubro de 2018 a janeiro de 2019, não ocorriam quatro resultados negativos como ocorreu agora, entre agosto e novembro. Naquele momento, a taxa acumulada em 12 meses caiu de 15,30% para 8,31%. Agora, recuou de 12,24% em agosto de 2022 para 4,39% em novembro de 2022”, diz.

Fonte: Valor Econômico.

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