
O Índice de Preços de Alimentos da FAO (FAO Food Price Index – FFPI) registrou nova queda em novembro de 2025, marcando o terceiro mês consecutivo de recuo nos preços médios globais dos alimentos. O índice ficou em 125,1 pontos, uma redução de 1,2% em relação a outubro e 2,1% abaixo do nível observado em novembro de 2024.
Apesar dessa trajetória de queda recente, o índice ainda permanece bem acima dos níveis históricos anteriores à pandemia e segue 21,9% abaixo do pico registrado em março de 2022, no auge das disrupções logísticas globais e dos choques geopolíticos.
A redução de novembro foi puxada principalmente pelos preços de lácteos, carnes, açúcar e óleos vegetais, que mais do que compensaram a alta observada no grupo dos cereais.
Em termos gerais, a leitura do FFPI sugere um ambiente de maior acomodação dos preços internacionais dos alimentos, apoiado por:
No entanto, essa tendência não é homogênea entre os diferentes grupos de produtos. E é justamente no grupo das carnes que aparecem sinais importantes — e até contraditórios — para o mercado global.
O Índice de Preços da Carne da FAO registrou média de 124,6 pontos em novembro, com queda de 0,8% em relação a outubro. Ainda assim, o índice permanece 4,9% acima do registrado no mesmo período de 2024, evidenciando que, mesmo com recuo recente, os preços da carne seguem historicamente elevados.
Essa dinâmica reflete comportamentos distintos entre os diferentes tipos de proteína animal.
A redução mensal do índice foi impulsionada principalmente pelos preços da carne suína e de aves.
Ao contrário do que ocorreu com aves e suínos, as cotações da carne bovina permaneceram amplamente estáveis no mercado internacional.
Um dos fatores destacados pela FAO foi a retirada de tarifas sobre a importação de carne bovina pelos Estados Unidos, o que ajudou a conter pressões de alta, principalmente sobre produtos australianos. Com isso, grandes exportadores ajustaram seus preços para manter competitividade, resultando em estabilidade nas cotações globais da carne bovina, mesmo diante de uma demanda ainda firme.
Fonte: FAO, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.