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Índice de preços de alimentos da FAO teve leve queda em novembro

O índice de preços globais de alimentos da Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) caiu marginalmente em novembro, mas foi a oitava queda mensal consecutiva desde o recorde de março, após a invasão da Ucrânia pela Rússia. O indicador ficou em 135,7 pontos, ante 135,9 em outubro. Em relação a novembro de 2021, houve alta de 0,3%.

A queda dos preços de cereais, carnes e lácteos por pouco superou a alta dos óleos vegetais e do açúcar.

Carnes

O Índice de Preços da Carne da FAO teve média de 117,1 pontos em novembro, queda de 1,1 ponto (0,9%) em relação a outubro, também marcando o quinto declínio mensal consecutivo, mas permaneceu 4,6 pontos (4,1%) acima do valor do ano anterior. Em novembro, os preços internacionais da carne bovina caíram pelo quinto mês consecutivo, uma vez que o aumento da oferta de exportação da Austrália se somou à já alta oferta do Brasil, apesar da forte demanda de importação da China.

Por outro lado, os preços mundiais de todos os outros tipos de carne se recuperaram, com o preço da carne ovina subindo mais, impulsionado pela sólida demanda de importação, apesar do aumento sazonal da oferta da Oceania. Os preços internacionais da carne de aves também se recuperaram, refletindo a oferta de exportação global mais restrita em meio a contratempos de produção em muitos grandes países produtores devido à intensificação dos surtos de gripe aviária. Enquanto isso, os preços da carne suína subiram devido ao aumento da demanda antes do próximo período de férias e ao impacto dos movimentos cambiais.

Cereais

No grupo dos cereais, o indicador atingiu 150,4 pontos em novembro, 1,3% menos que no mês anterior. As cotações do trigo recuaram 2,8%, pressionadas pela renovação do acordo entre Rússia e Ucrânia para exportação de grãos ucranianos pelo Mar Negro.

Óleos vegetais

Os preços do óleos vegetais subiram 2,3%, a primeira alta após sete meses, impulsionados pelos valores mais altos dos óleos de palma e de soja em meio a preocupações com o cultivo de palma no Sudeste Asiático e em virtude da forte demanda por biocombustíveis de soja.

Açúcar

Após em seis meses em baixa, o índice do açúcar subiu 5,2% em novembro em relação a outubro, para 114,3 pontos. “A recuperação de novembro foi principalmente relacionada à forte importação em meio à escassez global de oferta de açúcar devido a atrasos na colheita nos principais países produtores e ao anúncio da Índia de uma cota de exportação mais baixa. Os preços mais altos do etanol no Brasil, que levantaram preocupações sobre um maior uso da cana-de-açúcar para a produção do bicombustível, exerceram ainda mais pressão sobre os preços mundiais do açúcar”, escreveu a FAO, em relatório.

Lácteos

Os preços dos lácteos tiveram sua quinta queda mensal consecutiva e seu índice encerrou o mês passado em 137,5 pontos, 1,1% menos que em outubro. Os preços ainda estão 9,2% mais elevados do que há um ano, embora as pressões de oferta na Europa para leite em pó e leite tenham diminuído.

Custos recorde

A FAO alertou no mês passado que a fatura recorde esperada na importação global de alimentos em 2022 levariam os países mais pobres a reduzir os volumes de compras. Em estimativas de oferta e demanda de cereais, a FAO reduziu sua previsão para a produção global em 2022, para 2,756 bilhões de toneladas, ante as 2,764 bilhões estimadas anteriormente.

Fonte: Valor Econômico e FAO, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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