De acordo com o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT), Décio Coutinho, três ações foram fundamentais para o resultado positivo da vacinação no Mato Grosso, que alcançou 97% de cobertura na ultima campanha. Entre elas o aumento em cerca de 50% no efetivo do Indea, que passou de 537 agentes para 1.012.
Outras duas ações executadas pelo Indea, ao longo deste ano, foram responsáveis pelo sucesso no combate à aftosa, como a reativação dos Comitês Municipais de Erradicação à Febre Aftosa, “que deram suporte a todas as ações da campanha” e a criação os Comitês Sanitários em Assentamentos e Comunidades Rurais (92 unidades), onde 100 vacinadores voluntários ajudaram na imunização de pequenos rebanhos.
Esse auxílio incluiu conscientização dos assentados, disponibilização de doses que puderam ser comercializadas mais próximas de cada comunidade e até noções de manejo para a aplicação da vacina”, destacou Coutinho. Em 2004, a meta é atingir 44 comitês em assentamentos.
Outros fatores que interferiram positivamente no processo de sanidade animal do Estado foi a oferta de doses durante as três etapas da campanha e a manutenção dos preços da vacina, que, em média, estiveram entre R$ 0,95 a R$ 1,10, dependendo da região.
2004
O fortalecimento das ações no combate à doença para 2004 já estão assegurados e em andamento, principalmente na divisa com Bolívia e Amazonas, por meio de fiscais volantes. O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) liberou, na semana passada, R$ 1,1 milhão para a realização dos trabalhos finais desta última etapa de vacinação, como por exemplo, a fiscalização in loco nas propriedades.
Coutinho comemorou também a criação do corredor sanitário para animais paraenses. Desde o último dia 17, os animais de Novo Progresso, PA, destinados ao abate nos frigoríficos mato-grossenses, têm permissão para entrar em Mato Grosso somente via BR-163, “onde passam por postos do Indea e recebem fiscalização do SIF (Serviço de Inspeção Federal) e podem seguir para frigoríficos em Colíder, Matupá e Guarantã do Norte”.
A medida, além de garantir a sanidade do rebanho mato-grossense, assegura a viabilização econômica da atividade pecuária no extremo sul do Pará e incrementa a atividade frigorífica nos municípios de Mato Grosso. “O frigorífico mais próximo de Novo Progresso está a 600 quilômetros, por isso, a produção é escoada para o norte do nosso Estado”, explicou.
Conhecido como Vale do Quinze, a região de Novo Progresso com mais de 378 mil cabeças, é uma área de litígio entre Mato Grosso e Pará. A partir deste ano, a cobertura vacinal do rebanho paraense segue o calendário de Mato Grosso.
Fonte: Diário de Cuiabá (por Marianna Peres), adaptado por Equipe BeefPoint