Indonésia deve habilitar exportadores brasileiros de carne enlatada e miúdos bovinos

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou na última sexta-feira que a Indonésia deverá autorizar frigoríficos brasileiras a exportar carne enlatada e miúdos bovinos a seu mercado. As liberações estão previstas para fevereiro.

Recentemente, a Indonésia habilitou 11 abatedouros brasileiros para que eles possam exportar carne bovina ao país. O ministro também mostrou otimismo com a retomada das exportações para a China dos frigoríficos que permanecem sob embargo e indicou a possibilidade de habilitação de unidades interessadas em vender para o Reino Unido.

“Em fevereiro, a Indonésia vai abrir a habilitação para carne enlatada e miúdos bovinos. A China não tem nenhuma habilitação desde 2019, mas levantou [a suspensão] de três, já vai levantar as outras e pediu a lista para novas habilitações”, disse em entrevista a uma rádio de Mato Grosso.

O Reino Unido, que enviou uma comitiva ao Brasil no fim de 2022 para reconhecer a equivalência dos sistemas de inspeção, também deu novas sinalizações. “A Inglaterra já está pedindo lista para habilitações. É um trabalho diplomático, de relações internacionais, que vai abrir oportunidades e certamente vamos trazer de volta o ganho à pecuária brasileira”, completou Fávaro.

O ministro disse que a abertura de novos mercados é uma saída para recuperar os preços da arroba e a rentabilidade da pecuária de corte do país, além de buscar melhoria de renda para a população. “O primeiro caminho é o fortalecimento da renda da população brasileira. [Estamos com] renda achatada, crise e fome. Se o consumo diminui, a oferta sobra e o preço das mercadorias cai”, apontou. Fávaro anunciou uma agenda no próximo fim de semana em Uberaba (MG), com todos seus secretários, para tratar de temas relativos à pecuária.

Na entrevista, o ministro repetiu que os “bons ventos voltaram a soprar” para o Brasil e que o “humor do mundo mudou” com o novo governo. Ele ressaltou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem agendas marcadas nos Estados Unidos, China e União Europeia para “restabelecer as boas relações”.

A agenda na China poderá render “novidades” para os produtores de algodão, disse Fávaro. “Em março, na próxima visita do presidente Lula à China, teremos mais novidade para o algodão. Estamos trabalhando o ‘green card’, que é uma certificação e amplia os mercados do algodão”, indicou.

Fávaro comentou ainda as críticas que surgiram após a visita de Lula à Argentina e o anúncio de que o Brasil vai oferecer crédito ao país vizinho. Segundo o ministro, o movimento foi um “grande gesto” e “atitude estratégica” para fortalecer a relação comercial. “A Argentina compra produtos manufaturados. Se perdermos espaço, não vamos mais vender para a Argentina (…) Se o Brasil quer ser um grande líder, tem que se mostrar como líder e estender a mão aos países amigos. O Brasil está fazendo relação comercial, financiando, não está dando dinheiro”.

Fonte: Valor Econômico.

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