O governo da Indonésia decretou embargo às importações de carne, subprodutos de carne e ração animal do Brasil por causa da descoberta da febre aftosa no Mato Grosso do Sul.
O embargo foi imposto depois que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) divulgou relatório confirmando a descoberta da doença no Brasil, no dia 9 de outubro.
“A proibição está valendo desde 14 de outubro”, disse o diretor geral de produção animal do ministério da Agricultura da Indonésia, Mathur Riady. O embargo é por tempo indeterminado e será alterado somente depois que a OIE alterar o status da descoberta.
O embargo inclui animais vivos, laticínios e carnes e seus subprodutos, como couro e chifre, além de fertilizantes à base de produtos animais. Rações produzidas a partir de farelo de ossos e produtos farmacêuticos, incluindo vacinas, também estão incluídos na proibição. A ração produzida a partir de produtos vegetais, segundo Riady, não consta da proibição.
Em setembro do ano passado, a Indonésia impôs embargo temporário às importações de carnes e laticínios por conta de caso da doença na Amazônia. Na ocasião, a proibição durou dois meses.
A Indonésia está avaliando a possibilidade de importar carne bovina da Argentina para atender a demanda doméstica, informou Riady.
Segundo ele, os especialistas indonésios do setor consideram viável importar o produto argentino porque a Organização Internacional de Saúde Animal declarou o país como área parcialmente livre de febre aftosa. “O ministério enviará um time para inspecionar os abatedouros e indústria processadora da Argentina”, afirmou. O diretor, porém, não especificou quando a equipe chegará no país.
O grupo deverá incluir representantes do Conselho Indonésio Ulemas, cujos membros são muçulmanos. A Indonésia é a nação muçulmana mais populosa do mundo. Por isso, as importações de carnes e produtos do país devem ser certificadas pelo método de abate chamado Halal, que atende aos requisitos islâmicos.
Atualmente, a Indonésia também importa carne bovina da Austrália e da Nova Zelândia. No ano passado, o país importou 33.811 t de carne e subprodutos, dos quais 44,2% eram australianos.
Fonte: Estadão/Agronegócios (por Fabíola Gomes), adaptado por Equipe BeefPoint