Os principais países criadores de gado no Mercosul estão sendo dominados por indústrias brasileiras. Elas já são as maiores na Argentina e no Uruguai e agora avançam sobre o Paraguai.
Os principais países criadores de gado no Mercosul estão sendo dominados por indústrias brasileiras. Elas já são as maiores na Argentina e no Uruguai e agora avançam sobre o Paraguai. Essa semana, o Minerva anunciou a aquisição de 70% do capital social da Friasa. A empresa está de olho, entre outras coisas, na oportunidade de exportar para a União Européia, uma vez que as remessas do Brasil estão quase paralisadas.
O Minerva é a terceira empresa do Brasil a investir lá: o Bertin está desde o ano passado com uma planta para 600 abates diários, enquanto o Independência começa a operar em setembro a unidade que abate 700 bovinos por dia.
Na Argentina estão o Marfrig e o JBS, o primeiro a iniciar o processo de internacionalização do setor, em 2005, com a aquisição da Swift. É neste país que existe o maior domínio brasileiro: são 11 plantas. No Uruguai as empresas brasileiras têm cinco plantas. No Chile o Marfrig também opera.
Segundo analistas de mercado, as indústrias brasileiras estão de olho na oferta de animais, em um hedge sanitário e também em mercados que o Brasil não atende. Alguns dos países do Mercosul têm, por exemplo, uma Cota Hilton superior à nacional. A Argentina tem uma cota de 28 mil toneladas, enquanto a do Uruguai é de 6,3 mil toneladas e a do Brasil, 5 mil toneladas.
Ronald Aitken, superintendente de Relações com Investidores do Minerva, diz que a escolha pelo Paraguai se deve à estabilidade política, ao potencial de melhoria do status sanitário, além da diversificação geográfica. “O país teve sinal verde da União Européia para a compra de carne bovina. Além disso, é um exportador para o Chile, que o Brasil está olhando, e fornecedor de clientes importantes como a Rússia e o Oriente Médio. Segundo ele, as plantas brasileiras podem se focar mais no mercado interno, que está crescendo bastante, e o Paraguai ser base de exportação. Ele acrescenta que, neste sentido, o país vizinho está mais competitivo, pois o gado é mais barato.
“Os frigoríficos estão se globalizando, difundindo tecnologia e transformando a América Latina em uma grande plataforma de exportação de carnes”, afirma o economista Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores.
As informações são da Gazeta Mercantil.