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Indústria de frango do Brasil vê perda de competitividade

A indústria de frango do Brasil, o maior exportador desse tipo de carne e um dos países com menor custo de produção, registrou uma perda de sua competitividade nos últimos anos e vê riscos de ter suas vantagens competitivas serem reduzidas ainda mais, caso o país não resolva questões de infraestrutura e diminua a burocracia.

A indústria de frango do Brasil, o maior exportador desta carne e um dos países com menor custo de produção, registrou uma perda de sua competitividade nos últimos anos e vê riscos de ter suas vantagens competitivas serem reduzidas ainda mais, caso o país não resolva questões de infraestrutura e diminua a burocracia.

O executivo Leopoldo Saboya, da BRF, empresa que lidera a produção de aves no país, disse durante evento do setor em São Paulo que o Brasil ainda se mantém competitivo frente aos concorrentes, mas registra maiores custos de produção, sobretudo com mão de obra nos últimos anos.

Ele considera que existe um “empate técnico” em custo entre os três grandes produtores, Brasil, Argentina e Estados Unidos, ressalvando que os brasileiros ainda contam com algumas vantagens que ajudam a sustentar sua liderança, como a crescente produção de grãos, um sistema de produção integrado e um grande mercado interno.

Ele lembrou também que o custo de mão de obra no Brasil tem crescido muito, enquanto a produtividade industrial permanece baixa, em comparação a países desenvolvidos ou mesmo a outros emergentes nos últimos anos. Apesar de competitivos, os concorrentes como Tailândia, Argentina e Ucrânia, ainda contam com baixos volumes de exportação frente ao Brasil.

Estudo recente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) aponta que a participação do Brasil no mercado internacional caiu para 37% em 2012, com o país sendo seguido de perto pelos Estados Unidos no ranking dos exportadores.

Wesley Batista, presidente-executivo da JBS, empresa com atuação em carne de frango no Brasil, nos EUA, México e Porto Rico, observou que a perda de produtividade brasileira é agravada pela elevada burocracia do país. Segundo ele, o sistema trabalhista está cada vez mais complicado e o país não está melhorando no custo logístico, na melhoria de portos e ferrovias.

A JBS entrou em aves no Brasil no ano passado, após arrendar ativos da Doux Frangosul, e recentemente anunciou a compra da Seara, o que a coloca em segundo no ranking do setor no país, atrás da BRF.

“O sistema tributário no Brasil está ficando impraticável, é guerra tributária para todos os lados. Isso diminui competitividade no país”, disse Batista.

O executivo comparou a operação da JBS no Brasil e nos EUA, onde a companhia atua no segmento de aves desde 2009, quando adquiriu a Pilgrim’s Pride.

Segundo ele, a empresa tem 75 mil funcionários nos Estados Unidos e um departamento jurídico com quatro pessoas. No Brasil, a empresa tem 80 mil funcionários, e cerca de 50 pessoas no departamento jurídico.

O vice-presidente da norte-americana Tyson, James Young, ponderou que a necessidade crescente de alimentar o mundo levará as empresas a buscarem formas mais eficientes de produzir alimentos e que o Brasil e os Estados Unidos estão em uma situação única, com vantagens, apesar de o Brasil ter problemas de infraestrutura.

Ele ressaltou a melhor infraestrutura dos EUA, mas ponderou que o mandato para biocombustível é um empecilho para o país aproveitar todo o potencial de sua produção de milho, um insumo essencial para a avicultura, com maior peso no custo de produção.

Os EUA produzem etanol a partir de milho e a indústria do biocombustível compete com as produtoras de carne pela matéria-prima.

Fonte: Reuters, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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