Indústria não sabe como rotular carne

As portarias 39 e 40 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – que obrigam a rotulagem de alimentos e bebidas embalados e entrarão em vigor no dia 22 de setembro – estão provocando transtornos para as indústrias de carnes e embutidos, que não sabem como proceder para se enquadrar na legislação.

As portarias determinam que as empresas são obrigadas a colocar informações nutricionais detalhadas sobre o produto no rótulo – quantidade de gordura, carboidrato, lipídios, ácidos graxos e vitaminas – as quais deverão constar em todas as embalagens de alimentos, inclusive das carnes in natura, pescados e todos os seus derivados. Essas informações deverão ser embasadas por exames laboratoriais.

“Não há laboratórios suficientes no País para atender todos os exames que precisam ser feitos”, disse Péricles Salazar, presidente do Sindicato da Indústria da Carne do Paraná (Sindicarnes). Segundo ele, a situação se complica pelo fato de que os exames de laboratório não podem ser feitos em apenas um item representante de cada linha de produto, mas sim de várias amostras por produto, para que seja extraída uma média dos componentes químicos. “Não há estrutura suficiente para tudo isso.”

Segundo Salazar, as indústrias estão com muitas dúvidas sobre a rotulagem obrigatória. Ele acredita que deverá haver prorrogação do prazo de início, para que o debate sobre o assunto seja ampliado.

Salazar diz que as indústrias não são contrárias a esse tipo de modernização. Ele considera até satisfatória a necessidade de informar o consumidor sobre as propriedades nutricionais dos alimentos. “Mas as mudanças estão vindo todas de uma vez só”.

fonte: Folha de Londrina/PR, adaptado por Equipe BeefPoint