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Indústrias de carne identificam exportações como prioridades

O compromisso de muitos países de exportar carne ficou evidente durante o Encontro Regional do Secretariado Internacional de Carnes (IMS/OPIC) ocorrido no Uruguai no início de abril, de acordo com o presidente do IMS, Philip Seng.

“Estes países se dedicam à Agricultura e dependem das exportações”, disse o primeiro norte-americano a ser presidente do IMS, Phillip Seng. “Eles dividiram suas experiências durante o encontro para criar um comércio melhor”.

O grupo trabalha com as indústrias de carne bovina, suína e ovina e mais de 600 representantes estiveram presentes no encontro de Punta Del Leste.

“O encontro incluiu quatro áreas: produção e consumo mundial; saúde animal, assuntos relacionados a acesso a mercados; confiança dos consumidores e negociações internacionais do comércio de carnes”, disse Seng, que também é presidente e chefe executivo da Federação de Exportação de Carnes dos Estados Unidos (USMEF).

No Uruguai, ainda permanece a preocupação referente à febre aftosa, segundo Seng. “Há um grande trabalho de biossegurança sendo feito no Uruguai. Cerca de 70% de seus itens produzidos são exportados, de forma que as exportações são críticas”.

Apesar deste país ter trabalhado para erradicar a doença de seus rebanhos, “sua economia caiu de US$ 19 bilhões para US$ 12 bilhões, de forma que foi de fato uma experiência traumática, nos últimos dois anos”.

As exportações de carne bovina dos EUA para o Japão continuam sendo prejudicadas devido ao surgimento de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) no país em 2001. “Nossas exportações em janeiro foram 2% menores e, de janeiro de 2002 para janeiro de 2003, a queda foi de 9%”.

De acordo com Seng, o trabalho continua no Japão para evitar que haja um aumento das tarifas de importação. O Japão tem uma previsão em seu acordo comercial que diz que o país pode aumentar sua tarifa de importação de 38,5% para até 50% se as importações de carne bovina em um trimestre do ano tenha aumentado mais de 17% com relação ao volume importado no mesmo período do ano anterior.

“Sem o aumento das tarifas, nós achamos que as exportações para o Japão poderão aumentar 30% neste ano. Porém, o Japão aprovou a lei para aumentar esta tarifa”.

Além disso, Seng disse que a lei inclui uma cláusula que determina que devem ser tomadas considerações devido à situação da EEB no país. “Nós vemos uma possibilidade de que a tarifa possa não se imposta até julho ou agosto. Ou a tarifa poderá não aumentar para 50%”.

A USMEF continuará trabalhando com oficiais japoneses para explicar o impacto do aumento destas tarifas. “Desde a ocorrência de EEB no Japão, 100 estabelecimentos de varejo e de foodservice entraram em falência. Estas companhias não utilizam somente produtos importados, mas também, usam vegetais, arroz e frutas nacionais – principais mercados para os produtores japoneses”.

A USMEF recentemente viajou ao Brasil com uma equipe de 12 produtores de soja, milho, carne bovina e suína, bem como representantes da indústria de empacotamento. O objetivo da missão para produtores e empacotadores era ver o quão agressivos os brasileiros estão se tornando no mercado de exportação”, disse o vice-presidente para o Hemisfério Ocidental da USMEF, Homero Recio. “Nós visitamos supermercados para ver como eles comercializam, bem como as unidades de produção de bovinos, suínos e fábricas empacotadoras”.

Aqueles que participaram da missão viram planos de expansão na produção de carne bovina, suína e de soja. “Nós vimos claramente que o foco do sistema de produção do Brasil está voltado para as exportações. Eles percebem sua posição nos mercados de exportação no futuro, de forma que existem plantas onde há 16 a 18 tipos de marcas sendo produzidos”, disse Recio. “Eles têm programas de carne bovina e suína que são voltados para os mercados de exportação”.

“Nós vimos uma grande qualidade de produção com uma enorme habilidade de expansão, mas eles ainda estão diante de alguns desafios. As indústrias de carne bovina e suína estão diante de desafios relacionados às doenças animais – febre aftosa e pseudo-raiva”.

“Eles precisam trabalhar em suas estradas e vias navegáveis para estarem mais aptos a obter estes produtos em portos de forma mais eficiente. Eles têm vários planos para desenvolver estradas de ferro, canais navegáveis e auto-estrada, mas o desafio é o financiamento. É provável que o investimento seja feito pela indústria privada, e não pelo governo”.

Fonte: AgriNews (por Martha Blum), adaptado por Equipe BeefPoint

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