As indústrias de transformação e a agropecuária devem ser os setores que mais demitiram do que contrataram mão-de-obra em dezembro do ano passado, de acordo com as análises preliminares enviadas pelas empresas ao Ministério do Trabalho e Emprego para serem incluídas no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
As indústrias de transformação e a agropecuária devem ser os setores que mais demitiram do que contrataram mão-de-obra em dezembro do ano passado, de acordo com as análises preliminares enviadas pelas empresas ao Ministério do Trabalho e Emprego para serem incluídas no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O ministério, que deve divulgar os dados na próxima semana, ainda não confirma oficialmente se houve forte redução na oferta de vagas com carteiras assinadas no último mês do ano passado.
Fontes do governo, no entanto, estimam que o número de demissões deve superar em cerca de 600 mil o total de contratações no período. Em novembro, o saldo do Caged já havia ficado negativo, com fechamento de 40,8 mil postos de trabalho formais. Esse foi o primeiro sinal do forte desaquecimento que deve atingir o mercado de trabalho brasileiro no início deste ano.
Em novembro, os setores industrial e de agropecuária já haviam reduzido seus quadros, com o primeiro cortando 80,8 mil vagas, e o segundo, 50,5 mil empregos formais. Esses dois segmentos estão entre os que mais dependem de crédito e da demanda do mercado internacional por seus produtos para manter aquecida a sua produção. E como justamente o crédito e as exportações sofreram muito com o agravamento da crise internacional no fim do ano, o fechamento das vagas pode ser interpretado como um reflexo direto da crise.
Tradicionalmente, dezembro é o mês em que ocorrem mais dispensas de trabalhadores do que contratações pelas empresas privadas, ficando em 300 mil a média de empregos fechados. Mas, se as estimativas das fontes do governo se confirmarem, o saldo negativo de dezembro será o dobro da média. O setor agropecuário também demite mais no fim do ano por causa da entressafra de várias culturas agrícolas.
O comércio é outra atividade econômica que utiliza bastante mão-de-obra temporária no último trimestre do ano, mas só costuma acelerar as dispensas no início de janeiro, após o feriado de Natal e dos saldões para limpeza dos estoques. Os serviços também tendem a manter empregos entre dezembro e janeiro, por causa do período de férias e da alta temporada do turismo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, adaptadas e resumidas pela Equipe AgriPoint.