O mercado brasileiro de inseminação artificial de bovinos registrará crescimento em torno de 5% este ano, em relação ao resultado de 2000. A estimativa é do presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), Donário Lopes de Almeida, que prevê vendas recordes de sêmen – ao redor de 6,1 milhões de doses, 331 mil doses a mais que volume verificado no ano passado, de 5,769 milhões.
O bom desempenho do setor, segundo Almeida, que também é diretor geral da ABS Pecplan, é atribuído ao sucesso obtido este ano com o embarque de carne bovina, que acabou ‘contagiando’ todo o mercado brasileiro de gado de corte. ‘O aumento nas exportações deixou o mercado eufórico’, diz.
O preço da arroba do boi manteve-se firme ao longo do ano, os touros e os bezerros foram valorizados, um número maior de fêmeas foi mantido no pasto e os leilões de gado tiveram aumento explosivo de receita. Tudo isso, além das perspectivas de um avanço ainda maior nas vendas de carne ao exterior nos próximos anos – ajudou o pecuarista brasileiro a investir mais no melhoramento genético dos animais.
Os embarques de carne bovina cresceram graças aos problemas sanitários (‘doença da ‘vaca louca’ e aftosa) registrados no rebanho bovino da União Européia e de países concorrentes na América do Sul – Argentina e Uruguai. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), só em novembro, as exportações de carne ‘in natura’ cresceram 61% (para US$ 70 milhões) em relação ao faturamento de igual período do ano passado.
As empresas de inseminação artificial poderiam crescer ainda mais se não fosse a crise enfrentada pelo setor leiteiro, que responde por cerca de 40% dos negócios totais.
A Lagoa da Serra , controlada pelo grupo holandês Holland Genetics , foi uma das empresas que mais cresceram este ano. ‘Nossas vendas de sêmen para gado de corte e leite vão atingir 1,45 milhão de doses, um aumento de 16% sobre o volume do ano passado, de 1,25 milhão de doses’, afirma o gerente de marketing da companhia, Maurício Lima.
Segundo Almeida, diretor da Pecplan, a empresa irá vender em torno de 1,5 milhão de doses, 5% mais que o volume do ano passado. ‘Nosso objetivo é buscar o aumento de lucratividade, por isso a prioridade é atingir produtores mais tecnificados, capazes de comprar sêmen de melhor qualidade e, portanto, com preços mais altos’, segundo afirma o diretor da empresa, que prevê uma aumento de receita em torno de 15% este ano com a comercialização de sêmen bovino.
O gerente de marketing da Lagoa da Serra diz que o aumento de 16%, em volume, na venda de sêmen foi motivado pelo crescimento das exportações de carnes e também pelo ótimo desempenho obtido com a comercialização de sêmen de gado nelore, raça predominante no País. ‘Vamos vender 400 mil doses de sêmen nelore, um aumento de mais de 30% sobre o volume de 2000’.
A raça nelore voltou a ser destaque este ano no mercado de inseminação artificial, depois de ter perdido espaço nos últimos dois anos para a raça européia rede angus. ‘O volume de sêmen vendido da raça nelore ficará este ano tecnicamente empatado com a venda de red angus’, diz o presidente da Asbia. Para o gerente da Lagoa da Serra, o aumento da procura pela raça zebuína deveu-se ao fantástico resultado obtido nos programas de melhoramento genético do nelore.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Denis Cardoso), adaptado por Equipe BeefPoint