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Instituto de Promoção de Carnes na Argentina visa melhor posicionamento do país

O avanço da globalização faz com que o êxito ou o fracasso de um país dependa cada vez mais de como este se posiciona no mercado global. O mesmo ocorre para as empresas e para os setores. As carnes bovinas não são uma exceção.

Lamentavelmente, nem a Argentina como país, nem a cadeia de carne como um setor, contam com uma estratégia para posicionar-se competitivamente e obter os grandes benefícios que oferecem o mercado global.

Esta falta de rumo é conseqüência da baixa capacidade institucional para identificar um futuro possível e os caminhos para sua construção. A baixa capacidade origina-se, por sua vez, da falta de interesse dos dirigentes em se ocuparem seriamente de temas que apresentem resultados a médio e longo prazo.

A política do dia-a-dia, em termos de custos e oportunidades para os governantes, domina o cenário. Desta forma, a improvisação, a insegurança jurídica e a falta de transparência são os elementos comuns que bloqueiam as possibilidades de um desenvolvimento sustentado na melhora permanente da competitividade.

Segundo demonstrado pelos modelos que deram certo, o êxito do setor de carne bovina depende do apoio que o governo lhe dá. Nos países onde este modelo deu certo, o Estado fornece segurança jurídica e atende às legítimas propostas encaminhadas para fortalecer o setor. O setor, por outro lado, conta com planos estratégicos de longo prazo que atuam como coordenadores dos investimentos, orientam a produção e fortalecem as relações entre os participantes da cadeia, facilitando as decisões, tanto no âmbito público, como no privado. As instituições que possuem objetivos comuns, transparentes e que respondem ao interesse geral funcionam. Os recursos públicos e as entidades destinam-se a esses fins, e não à vontade e interesse dos governantes, que são temporários.

Oportunidade ou ameaça

A sociedade global é a sociedade do conhecimento. A globalização exige excelência na aplicação do conhecimento. Os setores necessitam de organização para fazer um uso eficaz do conhecimento como ferramenta de competitividade.

As mensagens do ex-presidente da instituição neozelandesa NZ Meat, John Acland, e de seu diretor executivo, Neil Taylor, são claras neste sentido: “devemos identificar aquelas áreas da atividade industrial nas quais não é possível andar só, e assegurarmos que essas atividades tenham objetivos claros e contem com os fundos adequados para alcançá-los”. Taylor diz ainda que o setor deve trabalhar mais unido do que no passado para aproveitar plenamente as oportunidades apresentadas no ambiente atual.

É necessário um plano estratégico mais integrado, onde sejam identificadas lacunas e superposições nas atividades, e trabalhar junto para alcançar nossa visão de conjunto. Isso fará com que seja necessário que cada um identifique a parte que lhe cabe e a desempenhe bem, caminho para obter uma posição competitiva no mercado internacional.

Objetivos estratégicos

A criação do Instituto de Promoção de Carnes Bovinas (Lei 25.507) na Argentina oferece a oportunidade de contar com uma ferramenta que permita definir, de maneira conjunta entre os diversos elos da cadeia, qual modelo agroindustrial se deseja construir para o futuro. Também oferece a possibilidade de formular e executar programas para a realização dos objetivos estratégicos do setor.

Para que o novo instituto de promoção seja uma oportunidade de estabelecimento de um futuro promissor, livre de incertezas, e conte com um programa para a construção de um modelo agroindustrial competitivo, vai depender de como serão feitos e administrados seus primeiros passos.

Instituto de Promoção de Carnes

O fundo arrecadado pelo Instituto de Promoção de Carnes argentino é feito pelos produtores e pelas indústrias do setor, em porcentagens de 60% e 40%, respectivamente, considerando uma contribuição conjunta de cerca de 1 peso por cabeça. O fundo de promoção tem como objetivo arrecadar cerca de US$ 12 milhões por ano, que seriam destinados a fortalecer a presença das carnes argentinas nos mercados internacionais, assim como reformular o consumo interno do produto.

Fonte: La Nación (por Héctor M. Salamanco) e La Capital Online, adaptado por Equipe BeefPoint

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