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Insumos pecuários seguem estabilidade da economia

Em julho, as variações de preços dos principais insumos utilizados na pecuária de corte foram sutis. Em geral, os itens relacionados tanto com a criação animal como com as operações agrícolas mantiveram os mesmos preços que os observados no mês anterior.

Embora a média geral da variação do preço do sal mineral tenha sido negativa, ocorreram aumentos significativos em alguns estados, especialmente no Pará, no Mato Grosso do Sul e em Rondônia, onde o produto chegou a ficar 5% mais caro que em junho – média dos diversos tipos de formulações.

Em parte, a elevação do preço desse insumo se deve ao crescimento da demanda nesta época de poucas chuvas na maior parte do País. Embora a utilização do sal mineral seja necessária no ano inteiro, nos meses de seca, o consumo tende a aumentar devido ao aumento da dosagem ministrada aos animais. Com a intenção de assegurar a manutenção do peso médio do rebanho, muitos produtores conciliam o uso do sal mineral e do sal proteinado, principalmente para as categorias de animais jovens.

Em linhas gerais, a estabilização dos preços dos insumos, neste momento, é benéfica ao produtor. As vantagens, contudo, realmente serão consolidadas se os preços mantiverem esse comportamento até o início do período das chuvas. Nessa época, muitos produtores aumentam seus desembolsos para melhorar as pastagens, prática que cada vez mais utilizada devido ao elevado estágio de degradação de muitas pastagens.

Os estados de São Paulo e Mato Grosso exibem os melhores resultados tanto em julho quanto no acumulado a partir de março – mês em que todos os estados pesquisados já estavam inseridos na análise. No último mês, pecuaristas mato-grossenses conseguiram, em média, redução de 1,7% dos preços dos insumos e os paulistas, 1,5%. No acumulado dos últimos cinco meses, os custos tiveram aumento em todas as regiões, mas, novamente, em SP e MT essas elevações foram menores, ficando em 1,46% e 1,3%, respectivamente.

Com importante participação dos gastos mensais, o sal mineral consegue ser o “vilão e o herói”. Em julho, para alívio do produtor de SP e do MT, esse insumo teve recuos significativos, mas ainda deixa uma pesada herança no acumulado do ano. No MT, por exemplo, mesmo com a diminuição de mais 9% em julho, o produto ainda esteve quase 15% mais caro que em janeiro. Em SP, essa diferença é ainda maior. Com o recuo de 9,5% no último mês, o saldo negativo ainda está por volta dos 25%.

Em situação oposta, bastante desconfortável, estão os produtores do Mato Grosso do Sul e de Rondônia, que acumulam nos últimos cinco meses aumentos de quase 7% e 9%, respectivamente, no preço médio dos insumos. Em julho, o custo da cesta com os principais itens consumidos na pecuária de Rondônia chegou a recuar – 0,74% -, mas o pesado aumento de 9,5% de abril ainda deixa um forte resíduo na contabilidade daqueles produtores. Em julho, o sal mineral, que contribui com expressivos 32,6% dos custos efetivos em Rondônia, aumentou quase 5%, além de medicamentos de controle parasitário e serviços de máquinas de esteira, que foram reajustados em mais de 10% cada um. Por outro lado, adubos, sementes de forrageiras, insumos para reprodução animal e os outros produtos veterinários – excluindo os antiparasitários – tiveram recuos consideráveis, permitindo que, na média, o pecuarista gastasse um pouco menos do que em junho.

No MS, os preços continuaram em ligeira alta no último mês, elevando para 6,85% o aumento acumulado de março a julho. Apesar de medicamentos em geral e de controle parasitário terem diminuído de preços em julho, o sal mineral, que representa cerca de 20% dos custos efetivos da pecuária de corte nesse estado, teve aumento de 1,6%. Em julho, a situação do produtor sul-mato-grossense foi amenizada com a valorização de quase 5% da arroba do boi, mas, no balanço dos últimos cinco meses, esse estado ainda arca com o maior recuo acumulado: 6%.

Fonte: CEPEA e CNA, adaptado por Equipe BeefPoint

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