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Integração lavoura-pecuária – Qual é o mais preparado?

Gestão, competitividade, concorrência, escala e outros termos mais, fazem parte do cardápio do dia-a-dia do produtor rural. Muitas críticas têm sido feitas sobre a falta de agilidade e eficiência na adoção de práticas e estratégias de gestão por parte do agropecuarista. Porém, temos que reconhecer a evolução de muitos e por esse e outros aspectos conseguem se manter na atividade e de certa forma crescer num ambiente hostil como a agropecuária. O processo de mono-atividade que foi implantado principalmente desde o início da década de 70 trouxe muitos benefícios sócio-econômicos, mas também contribuiu para o esgotamento do modelo de produção em si. Dessa forma, não somente do ponto de vista econômico, mas também em virtude da debilidade do processo produtivo baseado nesse padrão, foi necessário que estratégias sistêmicas de produção tornassem a ser discutidas e apresentadas como alternativa.

Gestão, competitividade, concorrência, escala e outros termos mais, fazem parte do cardápio do dia-a-dia do produtor rural. Muitas críticas têm sido feitas sobre a falta de agilidade e eficiência na adoção de práticas e estratégias de gestão por parte do agropecuarista. Porém, temos que reconhecer a evolução de muitos e por esse e outros aspectos conseguem se manter na atividade e de certa forma crescer num ambiente hostil como a agropecuária.

O processo de mono-atividade que foi implantado principalmente desde o início da década de 70 trouxe muitos benefícios sócio-econômicos, mas também contribuiu para o esgotamento do modelo de produção em si. Dessa forma, não somente do ponto de vista econômico, mas também em virtude da debilidade do processo produtivo baseado nesse padrão, foi necessário que estratégias sistêmicas de produção tornassem a ser discutidas e apresentadas como alternativa.

A grande virtude oferecida pela produção centrada na mono-atividade está na Economia de Escala que denota vantagens econômicas e financeiras a partir do volume de produção. Na prática a escala de produção é usada como diferencial competitivo desde que o ser humano começou a dominar as espécies e recebeu esse nome a partir do momento em que a economia e a administração se tornaram ciência. Isso faz muito tempo.

Porém, se escala de produção fosse suficiente para manter os produtores na atividade, não teríamos tantos grandes pecuaristas ou agricultores ineficientes e em fase de insolvência. Entre algumas estratégias, o destaque vem da integração lavoura-pecuária que tem demonstrado bons resultados em boa parte dos casos.

Neste tema é importante que se destaquem alguns pontos que tangem a substituição do modelo: as monoculturas de um modo geral estão esgotadas, normalmente o agricultor apenas faz agricultura e não aproveita para produzir carne e vice-versa; é óbvio também que não é a salvação da lavoura ou da pecuária e necessita ser encarada como mais uma estratégia para ampliar as possibilidades de manutenção e crescimento na atividade, assim como mercados futuros e muitas outras; por fim, em relação ao mercado, o aumento da demanda por carne de animais produzidos a pasto é amplamente conhecido e o diferencial consiste exatamente na possibilidade do país apresentar condições de atender este mercado.

O sistema apresenta alguns objetivos como preservar ao máximo o solo, recuperar áreas degradadas, reduzir os custos de produção e utilizar de maneira intensiva as áreas durante o ano todo. Mas a maior virtude dentre elas está na economia de escopo. Economia essa que num economês caseiro significa fazer duas coisas juntas melhor do que se fizéssemos cada uma elas separadamente.

Na prática da agropecuária significa conjugar atividades complementares e utilizar-se dos benefícios diretos ou indiretos de cada uma delas para melhorar o desempenho do conjunto. Desse modo, a integração promete trazer vantagens para as atividades envolvidas e ampliar o desempenho empresarial.

Embora tenhamos vários modelos de integração envolvendo diferentes atividades, na percepção de vários especialistas percebe-se que a maior parte das vantagens são econômicas, embora apresente vantagens financeiras de pequena escala a favor da integração-lavoura pecuária, em detrimento da produção isolada de quaisquer delas.

Além de reconhecer que não é a alternativa em si capaz de resolver os problemas, os ganhos da mudança para o sistema de produção dependem dos preços relativos e do risco de produção do gado bovino em relação ao milho e/ou trigo, soja ou mesmo o algodão, dependendo da região é claro.

Por outro lado, pode-se afirmar de um modo geral, que a integração lavoura-pecuária facilita a venda do gado na entressafra a melhores preços, ao mesmo tempo em que melhora a performance da conversão ambiental, reduz o uso de áreas marginais ou degradadas que possuem baixa produtividade, dentre outros benefícios.

Uma pequena análise e algumas questões derradeiras porém, se mantém. Sabe-se que nesse novo modelo há necessidade de incorporação rápida de novas tecnologias e estratégias de gestão haja vista que temos pelo menos duas atividades de forte inserção internacional, e desse modo potencializam necessidades e possibilidades, mas que são desenvolvidas por um mesmo empresário.

Qual é então o perfil mais adaptado a atuar com o novo sistema? O agricultor ou o pecuarista? Qual deles está mais propenso à gestão profissionalizada, às modernas estratégias de mercado, às rápidas novidades da tecnologia e à crescente importância do consumidor e da coordenação da cadeia de produção? Tenho meus motivos para acreditar que a maioria dos pecuaristas sai na desvantagem, mas ainda é cedo para vaticinar.

Obrigado pela leitura.

0 Comments

  1. José Alexandre Machado Zanini disse:

    A integração lavoura-pecuária, é uma tomada de decisão inteligente porque ela otimiza a área, baixando o custo da terra e aumentando a renda da atividade do setor. Também é importante considerar que ocorre uma maior oferta de proteína, principalmente no inverno.

  2. Fabricio Leite de Souza disse:

    Gostaria muito de cumprimentar o senhor Eleri Hamer, por este artigo, pois se trata de um tema muito importante na atualidade que se encontra o setor agropecuário brasileiro. Sem dúvida é uma forma de maximizar os lucros que os produtores podem ter ao explorarem suas terras e evitar grandes problemas na mesma.

    Acredito que o agricultor está em vantagem ao se comparar com o pecuarista na exploração deste novo método, pois em locais onde a cultura que o mesmo explora está sem produção a terra do mesmo não ira ficar desocupada e sem produção, mas ainda assim o pecuarista também consegue um bom desempenho por reduzir custo na reforma de pasto dentre outras vantagens as quais podem ser atingidas com esta metodologia.

    Novamente parabenizo pelo artigo que sem dúvida é de suma importância no novo perfil de exploração que o setor vem iniciando.

  3. Alberto Duda Consultoria Pecuária LTDA. disse:

    O agricultor sai em tese na vantagem, pois o mesmo sabe que para obter altos lucros em suas lavouras precisam obrigatoriamente utilizar adubos e agrotóxicos em geral, entre outras mecanizações necessárias.

    Mas não podemos esquecer dos pecuaristas que são muito tecnificados e eficientes.

  4. Anderson Lemiska disse:

    No meu ponto de vista, a integração lavoura-pecuária deve ser vista como uma opção ao produtor, ou seja, visando o mercado atual. Se o ano está bom para a pecuaria utilizo a área para criação de animais ou se o ano está bom para produção de grãos implanto grãos na área.

    Para isso o agricultor ou pecuarista deve estar atento as perspectivas do mercado para poder chegar a uma conclusão que possa lhe render lucros.

  5. Carlos Heitor Garcia disse:

    Caros amigos.

    Conheço na minha cidade vários pecuaristas que estavam tranqüilos em suas fazendas, mesmo que precisando reformar algum pasto, cerca, enfim manutenção em geral, optaram por ´´tocar´´ uma lavoura para melhorar os pastos e se embrenharam num caminho que a volta vai ficar um pouco cara.

    Aí pergunto: Será que o pecuarista consegue ser agricultor?

  6. Israel Domingues Guimarães Junior disse:

    A integração lavoura-pecuária é sem dúvida uma alternativa viável para pecuaristas e agricultores. São diversas as vantagens que vão desde obtenção de maiores lucros com a regularização da propriedade, que irá produzir não somente uma parte do ano mais todo ele, como a melhoria das propriedades do solo, uma vez que as forrageiras são excelente produtoras de massa e uma boa cobertura do solo.

    Sem falar nos efeitos alelopáticos das forrageiras, atua mininizando o ataque de pragas e doenças em lavouras, a reciclagem de nutrientes. Para o pecuarista na ultilização da integração são amortizados de 70 a 110% do custo da reforma da pastagem isso vai depender das variações de mercado, imaginemos só se conseguirmos transformar a proteina vegetal em proteína animal e termos alimento em abundância em um período critico, conseguindo ganhar peso animal aonde o normal é perder, evitando assim o famoso efeito sanfona.

  7. Maurício Carvalho de Oliveira disse:

    O sistema de integração lavoura-pecuária será sem dúvida, um caminho para o pecuarista recuperar seus solos e, consequentemente, melhorar a capacidade de suporte de suas pastagens. Mais ainda, significa fazer algo novo, adotar novas tecnologias e gerir com segurança e economicidade sua empresa rural. Também para o agricultor são novos desafios (manejo e sanidade animal, qualidade do produto carne, mercado consumidor, entre outros).

    O que se apresenta nas regiões tropicais, entretanto, é que a integração lavoura-pecuária é um sistema que viabiliza a sustentabilidade da produção agropecuária e que não podem estar dissociadas por questões ambientais e que reflete nos resultados econômicos quando se aproveita as sinergias entre as atividades. Existe agora um novo desafio “integração lavoura-pecuária-floresta”, onde aspectos de bem-estar animal são agregados (sombra, microclima, quebra ventos).

    Ainda temos pouca experiência nesse sistema. Mas quem testou, avaliza. E madeira é poupança verde, vide exemplo da Votorantin em Vazante – MG, ou em pequenas propriedades no RS. Precisamos, entretanto, de capacitação de técnicos e agropecuaristas nesse sistema, de planejamento a longo prazo, incluindo da propriedade, e iniciar em uma área da propriedade.