Açougues do interior do Rio Grande do Sul vendem 50% de carne não-inspecionada. A afirmação é do chefe de Polícia Civil, João Antônio Leote, em depoimento ontem (22) à CPI das Carnes. “No balcão frigorífico dos estabelecimentos fica o produto fiscalizado. Quando o consumidor faz o pedido, a carne vendida é retirada da câmara frigorífica, onde está o produto não-inspecionado”.
O presidente da CPI, Jerônimo Goergen (PP), disse que os trabalhos indicam carência material e pessoal nas inspetorias veterinárias. “Esta posição foi confirmada pelo governador Germano Rigotto, semana passada, na reunião da Câmara Setorial da Carne Bovina. Na ocasião, ele determinou agilização da informatização de inspetorias. Concluímos a necessidade de promover concurso público para fiscais sanitários, a fim de suprirmos a falta de pessoal, instrumentalizar as inspetorias e melhorar a fiscalização de abates ligados ao sistema municipal”.
Leote disse ainda que há uma indústria de notas frias, responsável pela circulação da produção irregular no mercado gaúcho, e apresentou estatísticas de abigeato no RS. Desde 2001, mais de 67 mil animais em 26.836 ocorrências.
O comandante-geral da Brigada Militar, Nelson Pafiadache da Rocha, disse que a Fronteira Oeste tem maior incidência de abigeato. Na sexta-feira (26), a CPI realizará audiência pública em Júlio de Castilhos.
Fonte: Correio do Povo/RS, adaptado por Equipe BeefPoint