O principal programa brasileiro para introduzir identificação animal e rastreabilidade começou a apresentar problemas antes da visita dos inspetores da União Européia (UE), informou o Irish Farmers Journal.
O programa brasileiro Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (SISBOV), criado no início de 2002, foi introduzido para atender as demandas da UE e de outros importadores de carne bovina. O SISBOV tinha o objetivo de introduzir um identificador individual em bovinos, passaportes bovinos e um banco de dados central.
Como uma medida provisória, os produtores brasileiros foram solicitados a isolar e identificar os animais destinados à exportação de carne bovina 40 dias antes do abate. O programa SISBOV contemplava que o período de isolamento e identificação pré-abate seria expandido para um ano e, então, para desde o nascimento do animal, nas áreas livres de febre aftosa.
Entretanto, em outubro passado, organizações brasileiras de produtores levaram à interrupção do programa SISBOV, cancelando suas datas fixadas.
O jornal irlandês diz que sabe que uma delegação do Escritório Veterinário e de Alimentos da UE iria visitar o Brasil para inspecionar suas plantas de carne bovina e o programa SISBOV no final deste mês. Entretanto, o jornal afirma que o Brasil pediu que a visita fosse postergada.
Com os produtores rurais da UE arcando com custos e regulamentações maiores para se adequar a programas de qualidade assegurada e rastreabilidade, o presidente da Associação dos Produtores Rurais da Irlanda (Irish Farmers Association – IFA), John Bryan, pediu que a UE se certifique de que padrões similares estão sendo exigidos nos produtos importados.
Essa notícia de um jornal irlandês mostra como a informação corre o mundo rapidamente e ações tomadas internamente podem influenciar a situação do Brasil no mercado internacional de carne.
Fonte: Irish Farmers Journal (por John Shirley), adaptado por Equipe BeefPoint