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Irlanda é contra acordos comerciais com Mercosul

Após uma reunião com o chefe de Gabinete do Comissário de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia, Georg Haeusler, na quarta-feira da semana passada (16), o presidente da Associação de Produtores Rurais da Irlanda (IFA, sigla em inglês), John Bryan, disse que as discussões bilaterais entre Comissão Europeia e grupos comerciais do Mercosul programadas para o próximo mês apresentam uma séria ameaça à viabilidade do setor de carne bovina da Irlanda.

Após uma reunião com o chefe de Gabinete do Comissário de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia, Georg Haeusler, na quarta-feira da semana passada (16), o presidente da Associação de Produtores Rurais da Irlanda (IFA, sigla em inglês), John Bryan, disse que as discussões bilaterais entre Comissão Europeia e grupos comerciais do Mercosul programadas para o próximo mês apresentam uma séria ameaça à viabilidade do setor de carne bovina da Irlanda.

Bryan disse que destacou à Comissão que qualquer tentativa de aumentar as importações de carne bovina do Brasil e da América do Sul levaria a consequências devastadoras para o setor pecuário irlandês. “Um aumento nas importações teriam um impacto muito negativo no potencial de crescimento futuro do setor agro-alimentício e na recuperação econômica da Irlanda”.

Bryan disse que concessões ao Mercosul podem levar a perdas de 350 milhões de euros (US$ 429,506 milhões) no setor de carne bovina da Irlanda e levaria a uma queda no rebanho nacional. Ele disse que a decisão do presidente da Comissão, José Manuel Barroso, de facilitar um aumento nas importações de carne bovina do Brasil, mostra que a Comissão está falhando em sua tarefa de proteger os consumidores europeus e está prejudicando a viabilidade dos produtores europeus.

Ele disse também que os consumidores europeus esperam que a União Europeia não aceite importações de carne bovina do Brasil, “que são produzidas a um custo real em termos de mudança climática envolvendo ampla destruição das florestas nas regiões da Amazônia e Pantanal”.

“As negociações na Política Agrícola Comum (PAC) pós 2013 estão em andamento. Um acordo com países do Mercosul, que prejudicaria a estrutura de produção rural familiar da Europa, terá conseqüências negativas para a PAC, para os produtores de alimentos europeus e para a economia rural e meio-ambiente”.

Em 24/06/10:
1 Euro = US$ 1,22716
0,81473 Euro = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

Os dados são do site da IFA (www.ifa.ie), traduzidos e adaptados pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Cláudio José Fonseca Borges disse:

    Tá difícil para essa tal de Irlanda entender que ela não é competitiva no mercado pecuário, assim como nós Brasileiros não somos competitivos no mercado de subsídios governamentais que jorram nas contas dos ineficientes produtores europeus…

    Quando um brasileiro quebra é ineficiencia….falta de competência para enfrentar a concorrência…..etc

    e quando um desses europeus quebra é porque são vítimas da concorrência desleal….

    Pobre europa…..mais pobre ainda a Irlanda, que para ir bem os outros devem ir mal…..

    Abençoados sejam meus olhos que viram a queda do comunismo russo, a queda do muro de berlim, o debaclê dos EUA e agora uma europa engolfada no seu cinismo e protecionismo também indo para o brejo……

    Impressionante esse povinho…

    E olha que o Brasil está apenas no começo do seu incomodo mundial…..vamos por água nos planos de muito estrangeiro ainda….

    O Gigante despertou…..com inteligência, sutilidade, muita energia e vontade de crescer…..

    E o mercado da mundial da carne é nosso ! pode espernear…..é nosso!

  2. Roberto Cabral disse:

    Deveríamos deixar a Irlanda abastecer o mercado de carnes europeu, deixar o governo irlandês dar gordos subsídios aos produtores rurais irlandeses, bem como manter uma estrutura social grande e cara. Assistiríamos a quebra da Irlanda de camarote, assim como aconteceu com a Grécia, que simplesmente não deu conta de manter o seu sistema sócio-econômico e anunciou que “devo-não-nego-pago-quando-puder!”. E a Irlanda caminha a passos largos para esse buraco também. Deveríamos deixar eles entrarem no mato sem cachorro. Deveríamos deixar os europeus ficar com fome, e com saudade das nossas carnes nobres, das picanhas gordas, dos filets. Deveríamos deixar eles comerem computador, celulares, máquinas, enfim… Depois que tudo se resolvesse a nosso favor, e vai se resolver dessa forma, deveríamos deixar eles com fome por um bom tempo, esconder o boi no pasto (uma excelente tática velha que todo produtor conhece pra inflacionar o mercado), e vê-los com fome e com o dinheiro na mão querendo comida. Depois? Vender o boi caro, bem caro. Como diria um velho amigo: “tem que dar corda pro dourado pra podê fisgá ele… sujar a água pro mandi aparecer com a boca grande”. A Europa faliu em meio à sua pujança, quebrou, se deu mal. O brasileiro aprendeu a se virar com o pouco, e ainda assim alcançou resultados espetaculares no agronegócio. Do pouco fizemos brotar o muito, e bota muito nisso. Eles ainda vão sentir saudades dos tempos em que eles nos impunham cotas de exportação e sobretaxas ao nosso boi, porque daqui um tempo, nós é que limitaremos a remessa, por mera falta de interesse de nos relacionarmos com um mercado tão mesquinho (claro, também não sou bobo: eles, os europeus, pagando o preço que nós, produtores brasileiros, queremos pelo nosso produto, podem levar todo o nosso estoque, mas desde que paguem por isso, e tomara que paguem bem caro).