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4 de junho de 2010

Irlandeses atacam novamente

O presidente da Associação dos Produtores da Irlanda (IFA, na sigla em inglês), John Bryan, defendeu, na semana passada, que a União Europeia suspenda as importações de carne bovina do Brasil depois que os Estados Unidos identificaram resíduos de vermífugo Ivermectina, acima do permitido pela legislação americana, em carne industrializada brasileira. O episódio levou o Ministério da Agricultura brasileiro a suspender temporiamente as exportações de carne industrializada aos EUA.

O presidente da Associação dos Produtores da Irlanda (IFA, na sigla em inglês), John Bryan, defendeu, na semana passada, que a União Europeia suspenda as importações de carne bovina do Brasil depois que os Estados Unidos identificaram resíduos de vermífugo Ivermectina, acima do permitido pela legislação americana, em carne industrializada brasileira. O episódio levou o Ministério da Agricultura brasileiro a suspender temporiamente as exportações de carne industrializada aos EUA.

No site da IFA, o dirigente irlandês diz que a Comissão de Saúde e Consumidor da UE (DG Sanco) deve banir a carne brasileira e retirar dos supermercados carne industrializada do Brasil, como ocorreu nos EUA. Ele defendeu que a Comissão da UE reavalie os procedimentos de análises usados em suas visitas ao Brasil. Disse ainda que o órgão deve rever as práticas relacionadas à produção bovina no Brasil e que “produtores e consumidores estão sendo expostos a um risco desnecessário”.

Para Otávio Cançado, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec), o pedido da IFA não tem fundamento já que a UE também segue as regras do Codex Alimentarius.

Desde 2008, a UE restringe as compras de carne bovina brasileira e definiu que apenas fazendas rastreadas e certificadas de uma lista administrada pela UE pode fornecer animais para abate e exportação da carne ao bloco. Hoje, há 1.957 propriedades aprovadas na lista. Antes das restrições, quando não havia essa exigência, cerca de 11 mil fazendas forneciam animais para abate.

A decisão da UE de transferir ao Brasil a administração da lista de fazendas habilitadas dependerá do teor do último relatório técnico feito por uma missão veterinária do bloco no país. Se o texto for favorável ao Brasil, como indicou o rascunho enviado ao Ministério da Agricultura, pecuaristas irlandeses devem elevar a pressão política sobre as autoridades sanitárias da UE.

O bloco promoveu uma recente troca no primeiro escalão da área. Simpáticos às demandas brasileiras, a italiana Paola Testori e o luxemburguês Bernard Van Goethem comandam a DG Sanco. Mesmo assim, o governo avalia que o Brasil corre riscos de ver adiada sua reivindicação de controlar a inclusão e a exclusão das fazendas da lista. A chave do processo será o irlandês Michael Scannell, novo chefe do Escritório de Alimentos e Veterinária (FVO), que sofre forte influência do lobby pecuário irlandês, sobretudo por sua localização, próxima a Dublin.

Há dois anos, o Brasil reivindica o fim da auditoria em 100% das fazendas. Quer fazer uma auditoria por amostragem na lista. A médio prazo, o governo pensa em repassar a obrigação ao setor privado nacional. Houve avanços nos entendimentos, mas a questão política e a troca de comando podem prejudicar os objetivos brasileiros.

A matéria é de Alda do Amaral Rocha e Mauro Zanatta, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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0 Comments

  1. Luiz Sérgio Dias da Silva disse:

    Como os brasileiros ainda dão atenção aos Irlandeses?
    Grandes grupos de lá que se beneficiam destes ataques constantes à pecuaria/produção brasileira são os mesmos que exploram os frigorificos com contratos de grande valores destinados aos paises do Oriente Médio e Russia, em especial o Irã.
    Tradings Irlandesas, sustentadas direta ou indiretamente por grupos frigorificos de lá, compram nossa carne e as envia aos clientes que poderiamos acessar diretamente. Isto vem desde a epoca em gigantescos estoques reguladores da União Europeia eram mantidos a custa de subsidios de governos locais. Carne para as quais não agregavam absolutamente nada de valor ainda “roubavam” nossa opotunidade de acesso aos mercados.

    Há 30 anos no mercado, creio que ja passou da hora de dar um basta a isso. Temos que acionar a OMC. Temos que banir os clientes da Irlanda que sabidamente são sustentados por grupos frigorificos do rol de nossos clientes.

    É indignante ser tapete deste povo.