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IZ de Sertãozinho apresenta trabalho em congresso na França

Os resultados do programa de melhoramento genético de bovinos de corte, realizado no Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Bovinos de Corte de Sertãozinho (antiga Estação Experimental), serão apresentados no 7o Congresso Mundial de Genética, entre os dias 19 e 23, em Montpellier (França). Os pesquisadores Alexander George Razook, Maria Eugênia Zerlotti Mercadante e Joslaine Noeli dos Santos Gonçalves Cyrillo vão falar do papel do centro na preservação e seleção de raças Nelore e Caracu, do efeito da seleção para peso no desempenho produtivo de vacas Nelore e das mudanças das medidas corporais através da seleção para peso pós-desmame.

Segundo resultados do programa de seleção, que vem sendo conduzido há 26 anos em Sertãozinho, raças bovinas de corte podem ter um aumento de peso de 120 quilos por animal no abate. O sistema não requer investimento do criador, apenas exige um rigoroso controle de seleção e metodologia.

“O pecuarista deve fazer uma seleção criteriosa dentro do rebanho dele. Antigamente, a seleção era feita para tipo. Por isso, o Gir foi o maior rebanho do Brasil. Hoje é o menor. Nossa intenção é ganhar peso e não estética”, diz o chefe da equipe técnica do Apta Bovinos de Corte-IZ, Leopoldo Andrade de Figueiredo.

O rebanho do Centro é puro e registrado e, por isso, precisa estar dentro dos padrões raciais para não ser rejeitado. O crivo é feito por técnicos da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ). Os animais que não são aprovados dentro dos padrões são descartados.

O programa é o único no mundo. Foi idealizado em 1976 por uma equipe de técnicos do Instituto de Zootecnia (IZ) que desenvolveu um projeto de seleção para aumentar o peso pós-desmame de zebuínos (Gir, Guzerá e Nelore), com base em provas de ganho de peso. Em 1980, foram formados dois rebanhos de seleção (um Nelore e outro Guzerá), cada um com 120 vacas e seis touros, e um terceiro (o rebanho controle), também Nelore, com 60 vacas e quatro touros provenientes dos plantéis do centro.

A cada prova de ganho de peso são selecionados touros que se destacam para fazer parte do rebanho seleção. No rebanho controle são mantidos os reprodutores que ficaram na média na prova de ganho de peso. As fêmeas são selecionadas aos 550 dias, seguindo os mesmos critérios dos touros. O ganho genético é medido comparando o rebanho seleção com o controle. Em média, há um ganho de 3,6 quilos do peso a um ano de idade, que atinge 120 quilos aos 19 meses (idade para o abate).

Os resultados do projeto de seleção de Sertãozinho são transferidos aos criadores por meio de vendas, em leilões ou licitações e também pela colocação de alguns touros em centrais de inseminação artificial.

Fonte: O Estado de São Paulo, Suplemento Agrícola, adaptado por Equipe BeefPoint

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