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Japão: 16o caso de EEB aumenta discussões sobre regras da OIE

O Ministério da Saúde do Japão confirmou o 16o caso no país do mal da vaca louca, doença cientificamente conhecida como Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB).

Uma vaca da raça Holstein, com idade de nove anos e criada em Hokkaido, foi testada como positiva para a doença. O animal foi abatido no último dia 24 de março, informou o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem Estar Social.

O Japão examina cada vaca abatida desde setembro de 2001, quando descobriu seu primeiro caso da vaca louca, e suspendeu as importações de carne bovina dos Estados Unidos, em dezembro de 2003, depois que um animal no estado de Washington foi detectado com EEB. O Japão, que historicamente é o maior país comprador de produtos de carne vermelha dos Estados Unidos, recusou-se a retomar as importações a menos que os EUA comecem a testar todo o gado bovino abatido, à procura de indícios da doença.

Um representante do Ministério da Agricultura do Japão disse ao jornal Nihon Keizai Shimbun que o país vai se opor à proposta da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) que prevê a exportação de carne bovina sem a realização de testes para identificação da doença da “vaca louca”. A direção da OIE deve submeter esta e outras propostas a seus membros em uma reunião geral que será realizada em maio, segundo o jornal.

As atuais regras dizem que os importadores podem exigir testes da doença ao comprarem carne de países onde foram registrados um ou mais casos de “vaca louca”. Mas a OIE afirma que os testes não deveriam ser necessários já que os materiais de risco, como ossos e cérebro, são retirados e destruídos após o abate.

Os padrões da OIE não podem se sobrepor aos padrões de cada um de seus membros, mas se eles forem atenuados haverá pressão para que os países em geral adotem tais padrões. Um exemplo seria o atual embate entre Estados Unidos e Japão. Os nipônicos exigem que os EUA testem todos os animais abatidos e exportados para o Japão, algo que os americanos dizem ser economicamente inviável.

Os cientistas dizem que as pessoas que consomem certas partes dos animais infectados pela EEB podem contrair a variante denominada doença de Creutzfeldt-Jakob, que de modo similar ataca o cérebro humano. A doença que infecta os humanos foi responsabilizada pela morte de 149 pessoas no Reino Unido, desde 1995, segundo a Unidade Nacional de Vigilância à Doença de Creutzfeldt-Jakob, em Edimburgo, na Escócia.

Ontem, um painel de especialistas japoneses recomendou que o governo do país flexibilize a norma que obriga que todos os animais para abate sejam testados para a doença. A nova norma obrigaria o teste para gado com menos de 20 meses de idade.

Isso seria um sinal de que o Japão estaria mais disposto a por um fim ao embargo imposto aos Estados Unidos em 2003.

Fonte: Estadão/Agronegócios (por Ana Conceição) e Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint

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