Uma equipe técnica do Japão recomendou às autoridades de saúde do país que a carne bovina dos Estados Unidos receba novamente a permissão de compra. A equipe descobriu que a garantia dos EUA de que a carne bovina de uma certa classificação, A40, quase sempre vem de bovinos de idade entre 12 e 17 meses, bem abaixo da exigência do Japão de bovinos de 20 meses ou menos. O Japão acredita que bovinos com essa idade são muito jovens para desenvolver Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB). Os inspetores dos EUA observam cuidadosamente a cor e a textura da carne, o desenvolvimento dos dentes e dos ossos do animal e outros fatores na determinação da classificação de cada carcaça.
O secretário da Agricultura dos EUA, Mike Johanns, que tem trabalhado este assunto com autoridades do Japão desde que assumiu o cargo, disse que está satisfeito que os especialistas técnicos do Japão aceitaram o sistema de classificação dos EUA como uma forma apropriada de determinar a idade dos bovinos. “Esta ação agora resolve os assuntos técnicos referentes à retomada de nosso comércio de carne bovina”.
No entanto, a recomendação precisa passar por pelo Comitê de Segurança Alimentar do Japão e pelo Ministério da Agricultura, e, então, para níveis mais altos do governo. Além disso, a recomendação da equipe técnica não foi unânime, com vários membros dizendo que a informação fornecida pelos EUA era insuficiente.
Além disso, grupos de consumidores japoneses estão contra, dizendo que os EUA não têm inspetores suficientes para verificar completamente as carcaças antes de exportá-las, que o sistema de classificação é altamente subjetivo, e que os EUA deveriam ter um programa operacional completo de identificação animal e rastreabilidade antes da fronteira ser aberta.
O Japão registrou recentemente seu primeiro caso da variante humana da EEB, nova variante da doença de Creutzfeldt-Jakob (nvCJD). Entretanto, o ministro da Agricultura, Silvicultura e Pescado do Japão, Yoshinobu Shimamura, disse que esse caso não afetará a decisão do Japão sobre quando permitirá a entrada de carne bovina dos EUA no mercado, dizendo que o governo acredita que a vítima contraiu a doença no Reino Unido.
Também é questionável o volume de carne bovina que realmente entrará no Japão após a retirada da barreira. A carne bovina de classificação A40 dos EUA é considerada a mais macia e com uma demanda recorde e altos preços no varejo nos EUA, não se sabe se haverá capacidade significante disponível. Os bovinos desta idade representam cerca de 35% dos abates por ano. Além disso, a carne bovina australiana substituiu a norte-americana no mercado, pelo menos no varejo, e a Austrália deverá lutar para manter essa participação de mercado.
Fonte: MeatingPlace.com (por Pete Hisey), adaptado por Equipe BeefPoint