O Japão pediu que os Estados Unidos sejam pacientes enquanto os dois países decidem como testar os bovinos para Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) em meio a recentes ameaças de retaliação feitas pelos EUA caso o Japão não reabra o mercado à carne norte-americana.
“Eu tenho esperança que os EUA esperarão e verão as discussões japonesas”, disse o chefe de Gabinete da Secretaria, Hiroyuki Hosoda, porta-voz do governo japonês. “Nós entendemos completamente que os negócios dos EUA estão fortemente solicitando que o governo obtenha a retomada do comércio. Houve uma comunicação bem próxima entre os governos dos EUA e do Japão. Nós temos trabalhado duro para resolver o assunto enquanto buscamos um profundo entendimento um do outro”.
O Japão parou de comprar carne bovina dos EUA em dezembro de 2003 depois da descoberta de um caso de EEB, ou doença da ‘vaca louca’, no Estado norte-americano de Washington.
Em Washington, o secretário da Agricultura dos EUA, Mike Johanns, disse ao Congresso que apesar do repetido discurso do Japão, ele não pode especificar a data de quando a barreira à carne bovina norte-americana será retirada. Ele culpa pelo atraso o “laborioso processo de regulamentação que o Japão insiste em usar” e alerta que “atrasos adicionais poderão complicar as relações entre EUA e Japão”.
Alguns senadores de estados agrícolas dos EUA pediram ao governo do presidente George W. Bush que impusesse sanções econômicas ao Japão, a menos que esse país retomasse rapidamente as importações de carne bovina norte-americana.
De acordo com o jornal Sankei Shimbun, os EUA poderão limitar as importações japonesas de pneus para aumentar a pressão em Tóquio, citando fontes não-especificadas envolvidas nas negociações do comércio de carne bovina. No entanto, o jornal disse que o Japão resistirá às últimas pressões e provavelmente não retirará a barreira às importações de carne bovina dos EUA até o verão para esperar pela decisão do painel de segurança alimentar do governo.
O Japão era o maior mercado de carne bovina dos EUA e Johanns disse que a indústria perdeu US$ 4,8 bilhões com a perda das exportações a Japão, Coréia do Sul, Hong Kong e Taiwan, países que seguiram a decisão do Japão de barrar as importações de carne dos EUA.
O Japão concordou a princípio em comprar carne bovina dos EUA novamente, mas disse que precisa ter certeza de que esta é segura. O Japão é o único país da Ásia que registrou casos de EEB – 15 até agora – e que examina todos os bovinos abatidos para a presença da doença.
Depois de uma grande pressão dos EUA, o Japão disse em outubro que dispensaria os bovinos norte-americanos de 20 meses de idade ou menos dos testes de EEB se as partes de maior risco como cérebro e medula espinhal fossem removidas. No entanto, ainda permanece uma prolongada controvérsia sobre a forma de verificar a idade dos bovinos, com os especialistas japoneses dizendo que não têm dados suficientes para aceitar o método recomendado pelos EUA.
O presidente da Associação Nacional dos Produtores de Carne Bovina dos Estados Unidos (National Cattlemen’s Beef Association – NCBA), Jim McAdams, pediu na terça-feira que a administração de Bush e os membros do Congresso tomassem “fortes ações” em todos os níveis do governo para fazer com que o Japão reabrisse o mercado. “Para aplicar a maior pressão necessária, a administração e o Congresso considerarão todas as opções, incluindo sanções econômicas”, disse ele.
Fonte: ChannelNewsAsia.com, adaptado por Equipe BeefPoint