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Japão registra sétimo caso de EEB, o segundo em uma semana

O Japão anunciou nesta quinta-feira a descoberta de outro caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), conhecida como doença da “vaca louca” – o segundo caso em menos de uma semana e o sétimo desde que o primeiro caso da doença foi registrado no país, em setembro de 2001.

Os últimos casos surgiram justamente quando a confiança dos consumidores na indústria de carne do Japão estava se recuperando e o consumo estava aumentando.

O Ministério da Saúde do Japão disse que a vaca da raça holandesa, com 81 meses de idade, também oriunda da região de Hokkaido, apresentou resultado positivo no teste para a doença. “Nós obtivemos o resultado positivo do teste de EEB nesta manhã”, disse o chefe da divisão de segurança dos alimentos do Ministério da Saúde, Shunasaku Minami.

Testes obrigatórios

O consumo de carne bovina no Japão caiu quase 70% após o surgimento dos primeiros casos de EEB no país, quando houve queda no consumo tanto de carne doméstica, como importada. No entanto, dados recentes mostram que esta demanda está retornando aos níveis de antes do surgimento da EEB.

Esta recuperação se deve, em grande parte, devido à introdução por parte do governo de testes obrigatórios em todos os bovinos abatidos cuja carne fosse destinada ao consumo humano, a partir de outubro de 2001. Representantes da indústria disseram que as últimas descobertas confirmam que esta medida de segurança está funcionando. Desde a descoberta do primeiro caso de EEB, o Ministério da Saúde já testou, até agora, cerca de 1,55 milhão de bovinos, dos quais seis apresentaram resultado positivo para a doença.

Neste último caso, o animal nasceu em Hokkaido em março de 1996, aproximadamente no mesmo período que as outras vacas que apresentaram a doença. Seis dos sete bovinos com EEB do Japão nasceram entre fevereiro e abril de 1996, enquanto o outro nasceu em dezembro de 1995.

Salvaguardas

O chefe do Centro de Pesquisa em Doenças causadas por Príons do Instituto Nacional de Saúde Animal, Morizaku Shinagawa, disse que o governo japonês precisa conduzir testes completos em bovinos de mais de 30 meses para identificar a fonte da contaminação, incluindo os animais que não são abatidos com o objetivo de fornecer carne para consumo humano. “Eu, pessoalmente, acho que a contaminação ocorreu em um período especifico, uma vez que os animais infectados nasceram em um período limitado”, disse Shinagawa, que também é presidente da equipe de diagnóstico de EEB do Ministério da Saúde.

A descoberta destes casos de EEB nesta semana reacendeu as preocupações com relação à segurança dos alimentos, mas não deverá ter um impacto importante na demanda japonesa por carne bovina nem na produção de alimentos animais, já que o sistema que evita que a doença se dissemine já está instalado no país, disseram representantes da indústria.

Desde outubro de 2001, o Ministério da Saúde do Japão vem conduzindo testes de detecção da EEB em todas os bovinos abatidos com o intuito de fornecer carne para consumo humano. Todos os animais que apresentaram resultado positivo no teste foram incinerados. O Ministério da Agricultura do país também proibiu o uso de farinha de carne e ossos na alimentação animal a partir de outubro de 2001.

Fonte: Reuters (por Aya Takada), adaptado por Equipe BeefPoint

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