A oferta escassa de bois no mercado levou o Grupo JBS a dar férias coletivas de 30 dias nas unidades de Anápolis (GO) e Cáceres (MT). A Agência Estado apurou que uma das quatro plantas no Pará da maior companhia de proteína animal do planeta também paralisará as atividades e que o abate em uma das unidades de Campo Grande (MS) deverá ser suspenso por alguns dias pelo mesmo motivo.
A oferta escassa de bois no mercado levou o Grupo JBS a dar férias coletivas de 30 dias nas unidades de Anápolis (GO) e Cáceres (MT). A Agência Estado apurou que uma das quatro plantas no Pará da maior companhia de proteína animal do planeta também paralisará as atividades e que o abate em uma das unidades de Campo Grande (MS) deverá ser suspenso por alguns dias pelo mesmo motivo. Procurada pela reportagem, o JBS ainda não se pronunciou.
O fim do período de férias, em setembro, coincidirá com o possível aumento da oferta de bovinos, já que no próximo mês animais que foram confinados durante o período da seca devem ser disponibilizados. A oferta, no entanto, ainda é incerta, já que os principais confinadores informaram uma redução no número de animais este ano em virtude do alto preço do boi magro.
Em Anápolis, de acordo com funcionários da unidade do JBS, a maioria dos 450 empregados inicia as férias coletivas na segunda-feira. Apenas o setor de vendas e alguns funcionários de logística permanecerão na planta industrial. Com a escassez de animais, a companhia negociava animais a R$ 82/@, sem muita oferta. Corretores relataram que a oferta restrita e a demanda em alta fizeram com que fêmeas fossem negociadas a preço muito próximos dos valores do boi gordo em Goiás, o que é incomum no mercado. “É vaca a preço de boi”, disse um corretor.
O presidente do Sindicato Rural de Cáceres/MT, João Oliveira Gouveia Neto, confirmou que o JBS deu férias coletivas e suspendeu desde segunda-feira o abate de gado na unidade instalada no município. Segundo Gouveia Neto, a explicação dada pela empresa também foi a falta de boi acabado para abate.
Gouveia Neto afirmou que os criadores estão vendendo gado para a unidade do JBS situada em Araputanga, a 100 quilômetros de Cárceres. Segundo ele, mesmo com menor disponibilidade de gado os preços na região se mantêm em R$ 77 para boi gordo e R$ 72 para a vaca gorda.
O maior problema para os criadores de Cáceres, explica Gouveia Neto, é que a unidade do JBS de Araputanga é habilitada para exportação e não abate fêmeas, maior parte do gado comercializado pelos criadores do município. Além de Araputanga, o JBS tem outras duas plantas que podem comprar o gado do município: Quatro Marcos e Cuiabá. A quarta opção para os criadores é a planta da Perdigão que fica em Mirassol D´Oeste (MT).
O diretor superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, questiona a justificativa de concessão de férias coletivas por causa da falta de gado para abate, principalmente na região que concentra o maior rebanho de Estado. Ele diz que, na realidade, a oferta é restrita e, por isso, os frigoríficos estão adotando a estratégia de comprar “da mão para a boca”, operando muitas vezes com 60% da capacidade de abate.
A matéria é de Gustavo Porto e Venilson Ferreira, da Agência Estado, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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Férias coletivas é uma das ferramentas mais eficientes para controlar preços.
A queda na quantidade demandada gera um excesso de oferta, tirando, temporariamente o mercado do equilíbrio.
Quem puder segurar, segurará. Quem não puder irá amargar uma queda efetiva de preço, não importa a quantidade de lágrima que derramar.
Agora, diminuir volume de abate e manter a planta funcionando é suicídio. Esta alternativa, muitas vezes, traz as operações do frigorífico para baixo do ponto de equilíbrio. Esta opção, geralmente, quebra o empreendimento. Veja o que aconteceu com as últimas empresas sólidas que suspederam suas atividades.
Você acredita que eles sabem exatamente o que estão fazendo?
Pois eu tenho sérias dúvidas a respeito disso.
Um dos problemas que podemos evidenciar perante essa consagrada empresa é que em certos lugares o fato dela ser a maior do ramo de proteinas do mundo se tornou um problema que ela mesmo causou , ela não tem um minimo de respeito pelo produtor , seu departamento de transporte não funciona, deixamos gado preso de cedo ate a tarde, peso não esta prestando como antigamente e somos tratados por eles agora como numeros. Como não quero ser tratado como numero , Graças a DEUS ainda posso comercializar meus animais com Minerva e Mataboi. Intão mediante a esses fatos creio que tambem esta havendo um certo boicote por nos pecuaristas com essa empresa.Pra quem continuar com ela boa sorte…
É só o começo do período de escassez . Com o fim das novas áreas de pastagens, (PA, TO, MT, RO, MA) deixou-se de alocar alguns milhões de matrizes que produziriam outros milhões de bezerros, que vinham substituindo os que deixavam de ser produzidos por conta das perdas de áreas para eucalipto, cana, soja, reserva legal, degradação etc…. A falta de bezerros ´há muito esta sendo sentida. E ficará pior. O preço da carne chegará em poucos anos, ao nível de preços europeus. Com a palavra os ambientalistas, para resolver o problema.
Colhemos o que plantamos, pode demorar anos, uma eternidade, mas um dia a verdade vem a tona, acho que houve um favorecimento a certas empresas como (JBS e MARFRIG) e o resto que se ferrem, uma vergonha do governo Lula, apoir duas empresas do ramo frigorifico e afundou o resto, Ex. MARGEN, QUATRO MARCOS, INDEPENDENCIA, FRIALTO. FRIGOALTA, FRIGOL, COTRIL, ETC. empresas serias, de muitos anos de existencia, e gerando empregos, concorrencia, tanto na compra, como na venda de produtos. O pior de tudo é acabar com o pecuarista, colocando o preço que eles querem pagar, me desculpe Sr. Presidente Lula mas é uma vergonha voce juntamente com o BNDS apoiarem essa sujeira, e mesmo com esta injeção bilionaria de Dolares, a verdade vira a tona, pois colhemos o que plantamos.
Realmente o fim da expansão da fronteira agrícola é um componente novo para a pecuária. O pé do boi é que sempre empurrou nossas fronteiras. Não há como produzir grãos para o mercado sem uma infra-estrutura mínima (estradas, cidades, luz, silos, etc, tece, tec). Primeiro ia o pecuarista depois o agricultor. E para o bem e para o mal a proibição dos desmates paralizou este movimento. Agora o único caminho é intensificar a produção. Mas isto implica em custos e em elevação de preços.
A falta de novas áreas para a pecuária, perda de muitos hectares para outars culturas, forte abate de matrizes, concentração frigorífica, vai fazer uma valorização do pecuarista, o produtor, os que vivem da atividade, são apaixonados e caminham por necessidade de sobrevivencia para uma produção sustentavel de baixo custo.
Ja o JBS aqui de Maringa PR esta sendo o frigorifico que menos esta roubando no peso da boiada aqui no paraná, estão querendo fidelizar o pecuarista, formar um relacionamento sadio.
Parabens a todos os comentários, são muitos incisivos na realidade que estamos vivendo no setor, e com certeza em um futuro bem próximo, a falta de bovinos será uma realidade permanente.