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JBS: apesar do resultado ruim, Batista segue otimista

O presidente da JBS, Wesley Batista, estimou nesta quinta-feira que o faturamento da companhia deve chegar perto de US$ 40 bilhões (R$ 66,376 bilhões) em 2011. O valor representaria um aumento de 21% sobre a receita líquida do grupo no ano passado, que foi de R$ 55,055 bilhões. Segundo Batista, uma melhora no nível de consumo de proteína animal nos Estados Unidos e o aumento das exportações devem contribuir para o maior faturamento neste ano. "Não estamos focados em aquisições, e sim em resultado, no crescimento orgânico da empresa. Vamos gerar caixa e retorno aos acionistas", disse o presidente.

Ontem, os diretores da JBS S.A., que divulgou essa semana os resultados com ano de 2010 com um prejuízo de R$ 264 milhões, realizou como de costume uma teleconferência para esclarecer os resultados, comentar a situação da empresa e suas perspectivas futuras.

Há cerca de um mês à frente da JBS, Wesley Batista deu ontem uma resposta ao mercado financeiro, que está punindo as ações da companhia: o foco em 2011 será gerar valor aos acionistas. “Não estamos focados em aquisições, e sim em resultado, no crescimento orgânico da empresa. Vamos gerar caixa e retorno aos acionistas”, disse o presidente, que desconversou sobre os rumores de aquisição da empresa americana de alimentos Sara Lee.

As ações da JBS fecharam a R$ 5,87 ontem, queda de 3,45% no dia e de 18% no ano. O preço é 27% menor que o pago pelos acionistas no IPO (oferta pública inicial de ações), em 2007, de R$ 8. A relação entre preço da ação e valor patrimonial está em 0,8, o que significa que a JBS é avaliada abaixo de seu valor de liquidação.

Segundo os diretores, o resultado ruim foi impactado pelo pagamento de uma multa de R$ 522 milhões ao BNDES por não ter feito o IPO de sua subsidiária nos EUA, a JBS USA. No final de 2009, a JBS emitiu US$ 2 bilhões em debêntures conversíveis em ações da JBS USA -todas subscritas pelo BNDES. Como não houve emissão de ações, a JBS teve de pagar a multa, prevista em contrato.

O presidente da JBS, Wesley Batista, estimou nesta quinta-feira que o faturamento da companhia deve chegar perto de US$ 40 bilhões (R$ 66,376 bilhões) em 2011. O valor representaria um aumento de 21% sobre a receita líquida do grupo no ano passado, que foi de R$ 55,055 bilhões. Segundo Batista, uma melhora no nível de consumo de proteína animal nos Estados Unidos e o aumento das exportações devem contribuir para o maior faturamento neste ano.

Segundo ele, nos próximos anos o consumo deve crescer bastante nos emergentes e os países árabes serão protagonistas no consumo mundial de carne. “Os países árabes serão um mercado importante para a carne brasileira, porque têm crescimento de renda e poder aquisitivo maior proporcionado pela alta do petróleo”, afirmou.

Prova disso é o aumento do consumo registrado pela empresa nos últimos dez anos. Segundo a JBS, o consumo de carne bovina no Oriente Médio cresceu 41,4% nos últimos dez anos. Na África, o aumento foi de 70,2% e, na América Latina, de 32,2%. Já nos países da União Europeia, o crescimento foi de aproximadamente 3% no mesmo período, pois o mercado já está consolidado.

Nem as revoltas no mundo árabe ameaçam o comércio, na avaliação de Wesley. “Não exportamos para Líbia. A Arábia Saudita, que é o maior comprador, está com a situação controlada. No Egito, a situação também está aparentemente sob controle”.

A empresa encerrou o ano de 2010 com uma dívida bruta de R$ 15,5 bilhões. Entre 75% e 85% do total está alocado no Brasil, e o restante nos Estados Unidos. Como a receita da empresa se concentra nos Estados Unidos – cerca de 70% dos 55 bilhões de reais obtidos em 2010 -, a atual distribuição da dívida causa uma certa desvantagem para a JBS. Mas a empresa espera resolver o problema nos próximos três meses. “Temos uma ineficiência tributária hoje na nossa operação, que é o desbalanceamento da nossa dívida”, disse Batista.

Nos Estados Unidos, como a JBS tem pouca dívida e poucos juros, há um alto lucro antes de impostos – e conseqüente cobrança elevada de impostos sobre esse valor. Já no Brasil, o pagamento de juros sobre a dívida é alto e há pouco lucro antes de calcular o imposto que recairá sobre ele – o que faz o imposto ser menor.

Como no Brasil há o ágio (que pode ser usado para contrapor o pagamento de impostos), o desejo da empresa é levar parte da dívida para os Estados Unidos – proporcional à participação do país na receita da empresa. Desse modo, a JBS espera que o custo financeiro seja maior nos Estados Unidos para diminuir o lucro antes dos impostos e, consequentemente, a cobrança de impostos no país.

A JBS também observou um aquecimento da demanda no Japão, em decorrência dos recentes terremotos que assolaram o país nas últimas semanas. “A situação no Japão não deixa ninguém feliz, mas por outro lado, a demanda está super aquecida no país”, afirmou Wesley Batista. “Apesar de a situação ser triste o impacto financeiro no nosso negócio é favorável, pela demanda aquecida e aumento de preço”, disse. O executivo calcula que, em duas semanas, os preços aumentaram mais de 10% nas vendas da empresa no Japão.

A demanda aquecida beneficia as exportações da JBS USA. O executivo espera bons resultados para as exportações das unidades de bovinos e suínos nos Estados Unidos em 2011, em decorrência da demanda e do enfraquecimento do dólar. “O cenário para as três proteínas que operamos no EUA é promissor em exportações”, disse Batista, que admitiu uma dificuldade em aves no começo do ano em decorrência do aumento do preço dos grãos. “É incrível acreditar, mas hoje o EUA compete com o Brasil nas três frentes “, disse Batista.

As informações são da Folha de S. Paulo, Anba, Portal Exame, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Evándro d. Sàmtos. disse:

    Eu no lugar dele colocaria as barbas de molho.

    Sem o BNDEs,sei não….

    Igualdade de concorrência a todos que fazem parte do mercado,é isto que os participantes deste mercado deseja.

    Saudações,

    EVÁNDRO D. SÀMTOS.

  2. Darci Júnior disse:

    è verdade o que o amigo ai de cima falou , eu venho falando isso aki tem 2 anos ja , vamos ver onde ele chega sem o apoio paternal do Titio lula,ops , BNDS , conicidencia ou nao , o escritorio e museu que o Sr LUla da silva esta alocando ao lado do parque ibirapuera em sao paulo , é subsidiado pelo JBS em quase 50% , engraçado ne ????

    Vamos aguardar ,

    fraternal abraço a todos .

  3. Nayara Christina Costa da Silva disse:

    Otimismo é sempre bom…

    Mas é ideal que se mantenha os pés no chão para lidar com eventuais crises.
    Apesar do aumento das exportações, não foi esclarecido se isso é o suficiente para liquidar dívidas e, com isso, obter uma valorização das ações da empresa. Afinal de contas não dá pra ficar contando com crises em outros países para que possamos “nos aproveitar” desse tipo de situação.

    Atenciosamente,
    Nayara Christina Costa

  4. Felipe Liborio disse:

    Só não ve quem não quer . o grupo jbs esta quebrado ,quebrado . só conseguem se manterem em pé por causa da venda de papéis ,e vão rolando a divida de u$ 15 bilhoes ….. impagavel