Segundo balanço da instituição, o lucro líquido do conglomerado, que inclui o antigo banco JBS e o banco Matone (comprado pelo grupo), foi de R$ 158,6 milhões no ano passado. As receitas com derivativos somaram R$ 285,7 milhões no ano. Ou seja, descontados os resultados dessas operações, o Original teria encerrado seu primeiro ano de existência no vermelho.
O banco Original, que pertence ao grupo JBS e recebeu um aporte de R$ 850 milhões do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) em setembro, só conseguiu lucrar em 2011 graças a operações no mercado de derivativos – onde se negociam, por exemplo, contratos futuros de taxa de juros, de câmbio e de boi gordo.
Segundo balanço da instituição, o lucro líquido do conglomerado, que inclui o antigo banco JBS e o banco Matone (comprado pelo grupo), foi de R$ 158,6 milhões no ano passado. As receitas com derivativos somaram R$ 285,7 milhões no ano. Ou seja, descontados os resultados dessas operações, o Original teria encerrado seu primeiro ano de existência no vermelho.
Os números mostram ainda que a maior parte dos ganhos com derivativos se concentrou no terceiro trimestre – R$ 236 milhões. No fim de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) surpreendeu o sistema financeiro ao reduzir inesperadamente a taxa básica de juros (Selic) de 12,5% para 12% ao ano.
O analista de instituições financeiras da Austin Rating, Luís Miguel Santacreu, observou que, nos últimos anos, “os ganhos de tesouraria vêm perdendo participação nos bancos brasileiros para outras atividades de intermediação financeira, como o crédito”. Por isso, ele se surpreendeu com o peso dos derivativos nos resultados do banco Original.
Emerson Loureiro, presidente do Banco Original reconhece que se trata mesmo de uma situação atípica nas condições atuais do sistema financeiro nacional. Mas explica por quê. Segundo ele, no segundo semestre do ano passado, o grupo JBS fez um aporte total de R$ 1,85 bilhão no banco – que passou a incluir o então recém-comprado Matone. Desse dinheiro, R$ 1 bilhão era caixa do grupo e R$ 850 milhões do FGC.
Ainda assim, Santacreu nota que o Original está muito exposto no mercado de derivativos, que, por ser volátil, é muito arriscado. Ele observa que, no fim de 2011, o banco tinha mais de R$ 1 bilhão só em depósitos de garantias na BM&FBovespa, ante um patrimônio líquido de R$ 1,8 bilhão. Para operar derivativos na bolsa, qualquer agente é obrigado a fazer esses depósitos.
Fonte: jornal O Estado de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.