Buscando reduzir incertezas do mercado que penalizam as ações da empresa, os controladores do JBS optaram por ficar com menos de 50% de participação na empresa, em uma operação que elevará a fatia do BNDES Participações na companhia para 31,3%, revelou nesta quarta-feira o presidente da JBS S.A.
Buscando reduzir incertezas do mercado que penalizam as ações da empresa, os controladores do JBS optaram por ficar com menos de 50% de participação na empresa, em uma operação que elevará a fatia do BNDES Participações na companhia para 31,3%, revelou nesta quarta-feira o presidente da JBS S.A.
Em meio a um processo de “rebalanceamento” da dívida da companhia entre as suas unidades dos Estados Unidos e Brasil, o conselho de administração do JBS S.A. aprovou um aumento de capital de até R$ 3,47 bilhões, ao mesmo tempo em que o BNDESPar concordou em converter valor semelhante das debêntures detidas da empresa em ações.
O BNDESPar, o braço de investimento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) quase dobrará sua participação, ante atuais 17%, ao mesmo tempo em que os controladores do JBS reduzirão sua participação para 47% – os minoritários ficarão com o restante.
“Esse aumento de capital e a eliminação das debêntures tiram incertezas. Vai em linha com a estratégia e o foco que estamos, que é não ter despesas de juros referentes a debêntures…”, declarou nesta quarta-feira Wesley Batista, presidente da JBS, em teleconferência para investidores.
Além de buscar uma “desalavancagem do endividamento” e deixar tudo “às claras” para o mercado, Batista disse que a empresa está comprometida em elevar a geração de caixa para atrair mais investidores.
As ações da companhia hoje valem quase a metade da cotação do início de 2010, dias após o anúncio da compra da Pilgrim´s Pride e da Bertin, que carregavam problemas financeiros e obrigaram o JBS a realizar operações financeiras como a emissão de debêntures, para arcar com os custos das aquisições. “Chegamos à conclusão que a ação estava penalizada por incertezas, por estarmos ineficientes na estrutura de capital”, acrescentou Batista, lembrando do processo de “rebalanceamento” da dívida que está em curso.
A empresa, que se tornou também a segunda maior produtora de carne de frango do mundo após a aquisição da Pilgrim´s, havia anunciado no passado a intenção de realizar uma oferta inicial (IPO) de ações do JBS USA – plano este que agora está fora do foco da companhia com o fim da obrigatoriedade da operação após a conversão das debêntures do BNDESPar no Brasil.
Ao ser questionado, Batista disse que no momento a empresa não avalia realizar abertura de capital da unidade dos EUA. Ele também afirmou que a conversão das debêntures encerra uma negociação com o BNDES para uma nova emissão, anunciada em dezembro.
O BNDESPar também tem participações relevantes em outras companhias do setor de carnes, como Marfrig. No ano passado, a instituição subscreveu debêntures do Marfrig em valor total de R$ 2,5 bilhões. A operação permitiu que a empresa arcasse com os gastos na compra da norte-americana Keystone Foods, em valor de US$ 1,26 bilhão.
Para o analista Rafael Cintra, da Link Investimentos, o mercado não se surpreendeu com a decisão do JBS, uma vez que o caminho natural, diante da não realização do IPO nos EUA, seria realizar a conversão das debêntures em ações no Brasil. “Fazendo isso, ela elimina a obrigatoriedade de fazer o IPO lá fora e também acaba melhorando a estrutura de capital, passa de dívida para o patrimônio líquido”, comentou.
O acerto com o BNDES coincide com um momento em que a empresa busca reequilibrar a sua dívida, aumentando o endividamento nos EUA e reduzindo no Brasil, em busca de maior eficiência. O conselho de administração da JBS autorizou na semana passada as subsidiárias da companhia nos Estados Unidos e na Austrália a realizarem emissões de títulos de dívida superiores a US$ 2 bilhões. Mas o presidente da empresa afirmou nesta quarta que a empresa na verdade buscará emitir um total de US$ 2,2 bilhões (“bonds” em valor de US$ 1 bilhão; US$ 400 milhões de “term loan” e US$ 800 milhões de ABL–asset based lending). “Os três juntos somam US$ 2,2 bilhões. A gente espera precificar o bond ao final desta semana…”, disse ele, sem dar mais detalhes.
Segundo ele, o montante captado será enviado ao Brasil, o que deverá gerar entre redução de despesas financeiras e tributárias US$ 150 milhões de ganho para a empresa. Por volta das 16h50 (horário de Brasília), as ações do JBS caíam 4,5%, enquanto o Ibovespa caía 0,9%.
As informações são da Folha de S.Paulo, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
16 Comments
É pena que o BNDES não tem o mesmo comprometimento com os pequenos Frigoríficos ,que são muito importantes na cadeia, principalmente para o Pecurista, que anda muito preocupado com a "concentração" do ramo de frigoríficos nas mãos de grandes grupos.
Agora um puco de humor : o grupo JBS poderia mudar seu nome para JBNDES.
Sem dúvida a conversão das debentures em capital social reduz as incertezas e ptto o risco da empresa.
Não sou acionista minoritário da empresa, mas, ao contrário da reação inicial no valor das ações em bolsa, preferiria ser diluido a um valor maior que o vigente a continuar sócio de uma empresa com um nível elevado de dívidas. Melhor um percentual menor de um bom resultado do que um percentual maior de um mal resultado.
Mas sem dúvida a emissão das debentures foi um mal negócio financeiramente para o BNDES, que acabou "pagando" pelas ações um valor acima do mercado.
O JBS é de fato um poço sem fundo de duvidas!
Não sei se são frigorífico,se são uma empresa especialistas em aportes financeiro…
Quando JBS será Indústria de Alimentos,com produtos padronizados,éticos,com marketing adequado para indústria de alimentos,agregando valor a seus produtos,em fim…?
Porque a postura de gestão empresarial da JBS Brasil é tão antagônica,em relação à JBS USA?
O JBS Brasil é uma empresa de captação de fomento para o grupo?
Saudações,
EVÁNDRO D. SÀMTOS.
Acredito no potencial da JBS e sei que o Brasil necessita de uma empresa empreendedora e que gera tantos empregos a nivel nacional. Tem que ter apoio mesmo, do governo , pois so assim, o país nao pára. Parabens ao presidente do Grupo pelo profissionalismo e visáo de mercado.
Fernando Rocha Nogueira – Uberaba – MG
Supervisor de Vendas
Boa noite,
Acredito que tenha sido, uma manobra muito inteligente e com isto, continua sendo uma fornecedora de trabalho a varias cidades de pequeno porte, que dependem muito das empresas do Grupo JBS, para manterem seu comercio local. É com empresas voltadas ao trabalho serio que nosso pais precisa, Parabens Grupo JBS.
Boa noite
Acredito nesse grupo e sei o tanto que é importante na minha região por ser uma grande fornecedora de empregos diretos e indiretos. Concordando com o SR FERNANDO
é de empresas assim que BRASIL precisa!!!!!!!!
Parabenizar a administração de uma empresa que necessita constantemente de aportes do governo para se mater no mercado não sei se é o melhor a se fazer. Pois se fose feito isto com todas as demais, não teríamos tantas RJ neste setor. O JBS é importante? Sim. Mas todos os outros também, e isto poderia manter a concorrência aberta, com muitas possibilidades de negócios e muito mais empregos no país.
Pois é… caminhamos a passos largos para mais uma estatal brasileira:
CARNEBRAS, mais uma empresa do BNDES… que trocou recursos de nossos impostos por um belo "mico"…
Relembrando: Recursos estes que deveriam estar sendo aplicados em "desenvolvimento social", e não na sociedade da familia JBS…
Resta uma esperança: quem sabe este é "o plano" do governo para formar uma empresa capaz de fornecer proteína animal a baixo custo para a população…
Esperar prá ver …
Bom dia,
Se pararmos para pensar, analisar e verificar dados, não é uma ou duas empresas de grande porte, até mesma a maior em processamento de carne do mundo no caso JBS Friboi que gera essa quantia toda de empregos em nosso país. Mas sim os pequenos e médios frigoríficos que geram a maior quantidade de empregos e movimentação em nosso País. Retirar dinheiro de nossa nação e investir em outros países com certeza em de grande orgulho para nós???
O que precisamos sim é de incentivo governamental para pequenos e médios frigoríficos, pois esses ainda não tem a grande capacidade de manipular o setor da pecuária no campo.
Att,
Fernando de Mello
Qual será o lucru que o BNDES terá com os investimentos feitos até agora no Grupo JBS? não seria melhor disponibilizar esse mesmo dinheiro para os pecuaristas que se dispõe a pagar juros de até 6% a.a. Com certeza geraria milhares e milhares de emprego e ainda renderia um ótimo lucro ao BNDES! ALGEM TEM UMA RESPOSTA LÓGICA PARA ISSO?
Acho que com esse aumento de capital do BNDES, fica um dúvida no ar, será que eles estavam quebrando e precisaram injetar mais capital ?, será que podemos ficar tranquilos com o JBS ?, até quando eles conseguiram segurar essa gigante da carne ? acho que devemos pensar bem antes de vender altas quantidades de bois, uma empresa desse porte que sempre esta disponibilizando cotas pro mercado pode a qualquer momento sofrer um mau subito, vamus ficar prestando atenção neles, grande abraço a todos os leitores da BEEF POINT !
Podemos ter uma situação onde os controladores do JBS não tem mais a maioria das ações do grupo onde o BNDES vai para 31 % de participações acionaria, porem me causa preocupação o fato que, atraves de uma construção de holding, o controle efetivo permanece nas mãos dos controladores. Este construção é perfeitamente legal mas é um ponto que o BNDES deve considerar bastante na minha opinião.
Pelo jeito esse sera o ultimo aporte deste porte que o grupo recebera. Com outro deste o BNDS passara a ter dominio majoritario do grupo. Caminha-se em passos largos para realmente uma nova estatal no Brasil. Somente com esse ultimo valor investido no JBS o governo tiraria todos os outros frigorificos das dificuldades existentes no momento e geraria muito mais empregos e tambem novas chances de concorrencia.
É facil criticar como estou criticando depois de ter antipatia pelo grupo , mais a cada dia que se passa vejo que o governo nao esta nem um pouco interessado em ajudar quem realmente esta precisando e que tambem infelizmente para produtores e trabalhadores creio que se nao for feito algo logo e com muita conciencia esse conglomerado mundial estara com os dias contatos. Esses 3 bi darão um folego extra ai de 2 anos. Sera que vamos ver ainda outra materia desse jeito? Alguem poderia falar pra algum representante do BNDS ler materias de jornais , sites e opnião publica sobre o que estao fazendo.
O governo está fazendo o mesmo que fez a ditadura militar de 1964, investir nos "campeões" de cada área. Assim, surgiram gigantes de pés de barro como o Grupo Caemi, Grupo Atalla, Cobrasma e muitos outros. Onde estão e como estão esses grupos que receberam injeções maciças de dinheiro do contribuinte? Já foi provado que essa estratégia não da certo. Isso é suicídio, e para os pequenos frigoríficos claro genocídio.
Se a participação do JBS está caindo e a do BNDS aumentando em breve convém uma intervenção na diretoria, buscando no mercado(a exemplo da Petrobras, estatal e bem administrada) uma equipe mais bem preparada para gerir os negócios, afinal tantas negociações de dividas acabam por evidenciar uma má gestão, que talvez sob a batuta de uma nova diretoria pode ser solucionada, afinal a pecuária é aceita como uma das fortes vocações do nosso país.
Para reflexão: recentemente esteve no Brasil Slavoj Zizek, pensador contemporâneo, que enxerga nos recentes resultados econômicos da China uma mudança profunda no pensamento capitalista. Talvez essa ingerência do estado no tido "livre mercado" é o próximo passo do capitalismo pós crise.
Obrigado
É pessoal…não esquecemos que temos uma Marfrig, outra gigante do segmento, que está TAMBÉM inserida no rol dos bacanas, recebendo gradativos investimentos do BNDES. Vamos para de demagogia e comentar algo mais imparcial, não sou funcionário de nenhuma empresa, apenas gosto do “saber” do nosso país, mas já´está enchendo a sacola esses comentários desfavoráveis à MAIOR PRODUTORA DE PROTEÍNA ANIMAL DO MUNDO….
Agora…porque os gestores, se é que podemos afirmar assim, desses frigoríficos de fundo de quintal, que não tem nenhuma estrutura física e higiênica e ambiental para tal funcionalidade, continuam a matar o Boi no Porrete e comercializando carnes sem nenhuma estrutura fiscal………….para estes não temos comentários? Acorda pessoal! Estamos diante de uma questão de saúde pública.