O grupo JBS está buscando novas aquisições no país após dois anos de pausa, na tentativa de se capitalizar em meio a uma recuperação cíclica do mercado doméstico de carne bovina, afirmou nesta terça-feira o executivo-chefe Wesley Batista. Ele disse que a companhia “provavelmente vai fazer algumas aquisições ao longo do ano” e que se concentrará em companhias menores.
Por trás do plano da companhia, está um cenário local lucrativo, em que os preços do gado devem cair, em decorrência do amplo rebanho brasileiro, enquanto a demanda cresce constantemente. O JBS já arrendou neste ano algumas fábricas para embalar carnes. A utilização da capacidade de abate do JBS no Brasil deve crescer para 90% neste ano e ficar entre 90% e 95% entre 2013 e 2015, segundo Batista.
Batista afirmou que há espaço para que a companhia eleve os preços de sua carne bovina no mercado doméstico e disse que espera, no Brasil, um aumento de mais de 20% na receita deste ano em relação a 2011.
Segundo o executivo, os empréstimos concedidos pelo BNDES ao JBS foram “uma clara demonstração de que o banco acredita no investimento”. No ano passado, o BNDES converteu em ações debêntures com valor de face de R$ 3,48 bilhões, elevando sua participação no JBS de 17% para 30,4%. O JBS registrou receita de US$ 33,7 bilhões em 2011, ante US$ 1,5 bilhão em 2005, antes de iniciar uma onda de investimentos no exterior.
O Brasil responde por cerca de 25% das vendas globais do JBS e o mercado doméstico cresceu rapidamente nos últimos anos. Atualmente, o grupo vende cerca de dois terços da carne bovina que produz no Brasil. Em 2007, exportava dois terços. Batista atribuiu essa mudança à forte demanda doméstica e à valorização do real, que prejudica as exportações.
O CEO espera um enfraquecimento modesto do real nos próximos meses, para algo entre R$ 1,85 e R$ 1,90 em relação ao dólar, ante R$ 1,83 atuais. Embora isso possa diminuir a pressão sobre exportadores brasileiros, Batista disse que “uma taxa de R$ 2 por dólar levaria a indústria brasileira a um nível competitivo”.
Batista reiterou a opinião manifestada no mês passado, em conferência com investidores, de que as operações do JBS nos Estados Unidos estão melhorando. A unidade de aves da companhia, Pilgrim’s Pride, que apresenta desempenho fraco desde sua aquisição, em 2009, deve registrar lucro antes de juros, impostos, depreciação de amortização (Ebitda) de 7% a 8% da receita total em 2012. No mês passado, o JBS aumentou sua participação na Pilgrim’s de 67,3% para 75,3%, exercendo direito de subscrição. Batista explicou que o grupo pretende manter essa participação.
Ainda sobre o exterior, Batista comentou que “a falta de clareza” sobre as leis da Argentina dificultam que a companhia trabalhe no país, onde o JBS reduziu sua presença. Com a aquisição da Swift Foods na Argentina, em 2005, o grupo brasileiro se tornou a maior embaladora de carnes do país. O executivo lamentou a tarifa de 15% aplicada pelo governo sobre as exportações. Batista reiterou que não tolerará mais prejuízos na Argentina, mas qualquer decisão será baseada nos resultados da empresa ao longo de 2012.
Fonte: Agência Estado, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
11 Comments
Este é um fato vergonhoso para o Brasil e massacrante para o produtor brasileiro. Uma clara cartelização. Em algumas regiões do país os produtores não tem para quem vender seu gado para abate a não ser o JBS. Onde está o copom? Deixando o monopólio claro e deslavado acontecer, minando o entusiasmo e a lucratividade do produtor.
Será que o JBS vai mesmo assumir o Independência?
Concordo plenamente Sr. Cláudio Faria, na nossa região (norte do MT) a situação está cada vez mais complicada!
O BNDES , ´so empresta dinheiro as grandes empresas , com isso trazendo uma grandes concorrencia desleal entre grandes empresas e pequenas empresas, fazendo que as grandes empresas se consolidem no mercado com dinheiro que seria por direito a todos que dele se necessitam , inclusive as pequenas empresas … VC QUE POSSUI UM PEQUENA EMPRESA JA CONSEGUIU PEGAR ALGUM DINHEIRO NO BNDES ?
O acougueiro chefe do JBS, já monopolizou a compra de gado gordo no pais. Enquanto o pecuarista insistir em negociar seu boi individualmente, só vai perder. A fala do acougueiro cheque é contundente, enquanto o preço de aquisição do boi vai baixar o mesmo vai aumentar em 20% o preço ao consumidor. O governo federal deveria dar o mesmo tratamento aos frigorificos pequenos, isto é, disponibilizar dinheiro barato do BNDES para os mesmo, seguindo o principio da isonomia
Como entender essas aquisições de “pequenas empresas”? Em Cacoal(RO) o JBS mantém uma unidade fechada, enquanto tenta comprar o Frigoserve. É uma política clara de monopólio e não vemos nenhuma providência do CADE e nem do MP. Pergunto ao Sr. Wesley que benefício o pequeno produtor poderá obter nessas aquisições??? MONOPOLIZAR o mercado do boi em Rondônia para baixar o preço!!! O JBS pode ser um gigante, mas sem o produtor e o boi será apenas um monte de ferro velho!!!!
A diretoria do BNDES vai continuar apoiando o JBS em sua política de cartelização em Rondônia? Em Mato Grosso o pecuarista já sente a força do FRIBOI, que faz baixar o preço do boi! Em breve a Rondônia vai sentir as consequências. E tudo isso com o apoio do BNDES, com o dinheiro público e falta de atenção do COPOM, CADE…sei lá. Acorda Ministério Público!!!! E podem verificar: o JBS ainda vai receber incentivo fiscal em Rondônia pra depois gerar DESEMPREGO.
O grupo JBS cresceu de forma virtiginosa, graças ao dinheiro do BNDES e por apoio político, está na hora dos produtores se organizarem em forma de cooperativas de carne regionais e profissionalizar a produção, reduzindo o número de atravessadores da carne.
Será que o JBS vai assumir tambem o MATA BOI que não vem cumprindo o acordo firmado com os peucaristas? Serio uma otima ideia !!
A Planta do Independência ( ou Kayowa ) de Janaúba-MG, uma das mais modernas do país, está fechada desde a concordata do grupo. O JBS seria bem vindo sim. O pior mesmo, seria permanecer fechada, com grande prejuízo para todo o Norte de Minas gerais.
Ótima planta a de janaúba,trabalhei por quase 5 anos na gestão do independência. por isto afirmo que, se adotarem uma boa gestão de pessoas aliada á matéria prima, tende a ter lucratividade quem arrendar ou comprar aquela unidade.