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JBS e Marfrig vêem carne bovina com preços firmes para os próximos 3-4 anos

O maior produtor de carne bovina, JBS SA, disse que o aumento recorde do preço da carne não terminou enquanto os pecuaristas lutam para satisfazer a demanda, impulsionada pela crescente classe média da China.

Dados do USDA mostram que os consumidores mundiais estão pagando os preços mais altos já pagos pela carne, à medida que o aumento da renda, particularmente na China, impulsionam exportações recordes de carne bovina, com pouca mudança na produção desde 2008. Os rebanhos dos países exportadores como EUA, Argentina e Austrália estão limitados pela seca, altos custos dos alimentos animais e restrições comerciais. No Brasil, os frigoríficos estão pagando um preço recorde na arroba, 29% a mais que no ano anterior.

A expansão do rebanho bovino é um processo lento devido à natureza fragmentada da indústria, disse o presidente da companhia, Joesley Batista.

O rebanho bovino dos Estados Unidos em 1 de janeiro desse ano era o menor desde 1951; na Austrália, o rebanho deverá cair para o menor em duas décadas em 2015; na Argentina, a produção caiu em 13% desde 2005 devido à taxa de 15% sobre as importações impostas pelo governo.

Enquanto a produção global de carne bovina amentou em 1,9% desde 2010, a demanda aumentou em 25%, disse o USDA. China e Hong Kong foram responsáveis por 75% do crescimento da demanda, devendo aumentar suas importações em 14% em 2015, para 1,27 milhão de toneladas. A produção caiu em 1,4%, para 58,7 milhões de toneladas, a menor desde 2012.

O Brasil deverá ser o maior beneficiado pela demanda chinesa, à medida que os rivais lutam para aumentar sua produção. “O Brasil tem três ou quatro anos de boas previsões até que EUA e Austrália consigam competir novamente”, disse o diretor executivo do Marfrig Global Foods SA, Sergio Rial.

A produção do Brasil deverá aumentar em 3%, para um recorde de 10,2 milhões de toneladas em 2015, comparado com uma queda de 2,3% nos Estados Unidos e de 6,8% na Austrália. As exportações alcançarão um recorde de 2,2 milhões de toneladas no próximo ano, 10% a mais.

O JBS espera que as vendas à China aumentem em 20% com relação aos US$ 2 bilhões de 2013, disse Batista. Os maiores preços impulsionarão a demanda por proteínas animais mais baratas, como frango e carne suína, disse ele.

Fonte: Bloomberg, resumida e traduzida pela Equipe BeefPoint.

1 Comment

  1. Felipe Evangelista Pimentel disse:

    Boa tarde. Gostei bastante da qualidade e esclarecimento sobre o assunto; através da forma abordada ficou bastante claro sobre o motivo da tendências de maior consumo de carne de frango e suína e principalmente sobre a abertura de mercado para a carne brasileira, frente a demanda da China e a dificuldade de produção dos países que são destaque na exportação. Entre as limitações abordadas, uma delas foi a seca que em meu ponto de vista não afetará só lá, mas também aqui, uma vez que esse ano a distribuição das chuvas não ocorreram conforme o que todos esperavam. Isso dificultará a estação de monta brasileira, tendo em vista que muitos animais estão bastante “sentidos”, o que pode diminuir a oferta de animais para a recria. Conforme a explanação o que os produtores brasileiros podem fazer na situação atual para conseguirem sobressair e a pecuária brasileira se tornar destaque? A permanência do bom preço da carne bovina será para todo o mercado (interno e externo) ou apenas ao destinado á exportação, tendo em vista da pressão que será exercida pelo menor preço da carne suína e de frango ao consumidor brasileiro?