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JBS enfrenta fúria de produtores americanos

Prevendo menos concorrência para compra dos animais, fazendeiros americanos estão pressionando para frear a expansão do grupo brasileiro JBS nos EUA. A empresa ainda não conseguiu o aval do governo para pôr em prática seus planos, que devem concentrar ainda mais o mercado bovino no país.

Prevendo menos concorrência para compra dos animais, fazendeiros americanos estão pressionando para frear a expansão do grupo brasileiro JBS nos EUA. A empresa ainda não conseguiu o aval do governo para pôr em prática seus planos, que devem concentrar ainda mais o mercado bovino no país.

Há três meses o grupo anunciou a aquisição de duas grandes processadoras americanas, a National Beef Packing e a Smithfield Beef, cujas operações estão sendo analisadas pela Divisão Antitruste do Departamento de Justiça dos EUA.

Se forem aprovadas, o JBS passará a ter capacidade para abater cerca de 42 mil cabeças de gado por dia nos EUA, o que lhe daria controle sobre mais de um quarto da capacidade de abate no mercado americano e deixaria para trás seus dois maiores concorrentes, a Tyson e a Cargill.

Para que isso não aconteça os criadores estão realizando lobby junto aos governos dos seus Estados e no Congresso americano para haver mais rigor na análise das aquisições.

A oposição ao grupo brasileiro é liderada pela R-Calf USA, uma associação que afirma ter mais de 12 mil pecuaristas filiados. A associação encaminhou ao Departamento de Justiça cinco petições com argumentos contra os planos da JBS e convenceu as autoridades de três Estados a abraçar a causa e enviar cartas para reforçar a pressão sobre o governo federal.

Além dos pecuaristas, as indústrias concorrentes também vêem ameaça na expansão do brasileiro. Em julho de 2007, com a aquisição da Swift Food Company, a primeira reação foi de surpresa por uma brasileira ter fechado o negócio, já que grandes como Cargill, Smithfield e National Beef Packing também apareciam como possíveis compradoras. Já que não tiveram como impedir o negócio, os americanos não facilitaram a vida dos “forasteiros brasileiros”.

Na primeira investida do JBS para ampliar o abate em Greeley, no Colorado, as companhias locais responderam com ampliação das escalas prejudicando as margens de todos. “Depois que entenderam que não fomos lá passear [reduziram o abate], pois não dá para perder dinheiro pelo resto da vida”, comentou o presidente da empresa Joesley Batista, na ocasião.

Agora, depois de quase um ano da compra da Swift, a JBS já se sente mais ambientada no território americano, como diz uma fonte próxima dos irmãos Batista, e lida mais facilmente com as pressões dos concorrentes locais, mas a nova aquisição reascendeu os ânimos. As informações são do Valor Econômico.

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