O anúncio da criação da JBS Foods International pode ser o catalisador” para um acordo entre a Tyson Foods, maior companhia de carnes dos EUA, e a brasileira BRF, avalia o banco Brasil Plural.
Na semana passada, executivos da Tyson visitaram fábricas da BRF no Brasil. Também na semana passada, a JBS propôs uma reorganização societária.
Na avaliação do analista Thiago Kapulskis, do Brasil Plural, o movimento da JBS pode ser o “gatilho” para a Tyson prosseguir de forma “proativa” nas tratativas com a BRF. Um dos motivos para isso é que, listada na bolsa de Nova York, a JBS passaria a competir pelos mesmos investidores que a Tyson, que tem ações na mesma bolsa.
Em meio a uma disputa que promete ser acirrada pela liderança global do setor, a BRF poderia ser a “peça” que falta para completar o parque fabril da Tyson no mundo. Para Kapulskis, as duas empresas se complementam do ponto de vista geográfico e não teriam “sobreposições” de atuação. Para a Tyson, a BRF daria acesso ao Oriente Médio e à Europa. Nessas regiões, a BRF fez aquisições na área de distribuição de alimentos nos últimos anos.
Além disso, as marcas da BRF na América Latina (no Brasil, a empresa é a dona das duas marcas líderes, Sadia e Perdigão) poderiam adicionar valor à Tyson, avalia o Brasil Plural. Ademais, a BRF pode aumentar a rentabilidade da Tyson, tendo em vista que a empresa brasileira tem margens melhores e maior retorno sobre o capital investido do que a empresa americana.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.