O grupo JBS, na sexta-feira passada, divulgou seu relatório com os resultados do 3º trimestre. Segundo a publicação, o lucro líquido no período foi de R$ 133,5 milhões, resultado 11,9% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. No segundo trimestre, o lucro havia sido de R$ 3,7 milhões. O Ebitda no período ficou em R$ 1,02 bilhão, alta expressiva sobre os R$ 291,9 milhões de um ano antes. A margem Ebitda passou de 3,5% para 7,3% no período.
O grupo JBS, na sexta-feira passada, divulgou seu relatório com os resultados do 3º trimestre. Segundo a publicação, o lucro líquido no período foi de R$ 133,5 milhões, resultado 11,9% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. No segundo trimestre, o lucro havia sido de R$ 3,7 milhões.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no período ficou em R$ 1,02 bilhão, alta expressiva sobre os R$ 291,9 milhões de um ano antes. A margem Ebitda passou de 3,5% para 7,3% no período.
De julho a setembro, a empresa apurou receita líquida de R$ 14 bilhões, volume 67,9% superior na comparação com igual período do ano passado.
De acordo com o demonstrativo divulgado na semana passada, a JBS vendeu 2,201 milhões de toneladas de carne, sem incluir frango, no terceiro trimestre de 2010, alta de 22,2% ante igual período do ano passado, quando comercializou 1,802 milhão de toneladas. No segundo trimestre deste ano, a empresa vendeu 2,231 milhões, ligeiramente acima do resultado de julho a setembro.
No terceiro trimestre foram abatidos 3,742 milhões de cabeças de bovinos, com alta de 14,8% ante igual intervalo de 2009. Em relação ao segundo trimestre de 2010, houve queda de 5,9%. A empresa abateu 3,121 milhões de suínos, queda de 1,3% em relação aos meses de julho a setembro do ano passado e elevação de 3,4% ante o segundo trimestre deste ano. Foram ainda abatidas 854,8 mil cabeças de animas de pequeno porte, elevação de 32,6% ante o mesmo período de 2009 e queda de 17,9% frente aos meses de abril a junho deste ano.
No balanço o JBS não considerou os resultados da Inalca JBS em virtude dos questionamentos referentes a assuntos pendentes nesta empresa, que é 50% detida pela JBS S.A., e que estão em julgamento na Câmara de Comércio Internacional (ICC) e na Justiça da Itália.
Preços devem continuar em alta
O valor da carne bovina e do boi deverá continuar subindo de forma geral no mundo nos próximos anos, porque o ritmo de crescimento da produção não acompanha o do aumento da demanda, afirmou nesta sexta-feira o presidente do JBS, Joesley Batista.
Segundo ele, a indústria de carnes de maneira geral tem sentido a elevação de custos, tanto na forma do preço dos animais, no caso do processamento de bovinos, como em matérias-primas como milho, para o setor de aves e suínos, mas tem tido sucesso em repassar preços.
“Ao longo do tempo, no médio e longo prazo, eu só posso imaginar que o preço da carne e do boi vai continuar crescendo”, afirmou Batista durante reunião com analistas e jornalistas para comentar os resultados trimestrais da companhia.
Os preços do boi gordo atingiram recorde de alta no Brasil nas últimas semanas, devido ao aumento do consumo interno e um período de baixa oferta de gado. Batista diz que a indústria de carne bovina, principalmente, é um “negócio de spread” e que pode se adaptar a valores maiores da matéria-prima.
“Eu não gosto de falar isso porque outros vão dizer que sou inflacionário, mas para a indústria, quanto mais valorizado o produto, melhor. É melhor ganhar 10 por cento sobre 100 reais do que sobre 90 reais”, afirmou, referindo-se a hipotéticos valores da arroba do boi no Brasil.
Apesar de concordar que existem limites para os repasses de preços, ele cita o crescimento de renda nos países em desenvolvimento, que tem permitido até agora a manutenção da firme demanda por proteína animal mesmo a preços maiores, fator também citado pelo diretor de Relações com Investidores, Jeremiah O´Callaghan.
“A gente vê solidez do Brasil em conseguir elevar volumes e preços nas exportações de carne bovina mesmo em situação de oferta apertada de animais. Os volumes subiram quase 10 por cento até agora no ano e os preços mais de 20 por cento”, afirmou O´Callaghan.
Segundo o diretor, o crescimento nas exportações deve continuar mais vigoroso em regiões em desenvolvimento, como África, Ásia, Rússia e nos países petroleiros. “São áreas com grande potencial de crescimento de consumo e com pouca condição de aumentar produção. Muitos desses vão continuar bastante dependentes das importações.”
Argentina
Sobre as operações na Argentina, que vêm concentrando as atenções do mercado, o JBS afirma no demonstrativo de resultados que “mesmo com as dificuldades estruturais encontradas naquele país, temos sido incansáveis na busca por soluções”. As medidas já adotadas pelo grupo na Argentina incluem o corte de 1.500 funcionários em quatro unidades, o fechamento de três fábricas e encerramento de atividades de abate em outra, além da transferência da sede da empresa para a unidade de Rosário. No final de agosto, a companhia anunciou que poderia reduzir a produção de carne ou vender algumas unidades de produção naquele país, em decorrência do cenário de escassez da disponibilidade de gado e restrição das exportações.
“Nossos negócios são basicamente destinados à exportação, que hoje tem restrições. Acreditamos que elas possam ser reabertas quando o cenário mudar”, diz Joesley Batista.
Abaixo veja relatório completo:
As informações são da JBS S.A., jornal Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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Concordo que frigoríficos sejam um negócio de “spread”.
Mas não concordo que as margens sejam sempre iguais e portanto seja sempre melhor para a indústria operar com preços altos.
Na verdade preços altos são decorrência de oferta de animais acabados menor que a demanda. E neste cenário a disputa pelos animais existentes muitas vezes leva a redução da margem dos frigoríficos.
Um frigorífico pode, por exemplo, ganhar mais dinheiro com uma @ de R$ 90,00 e margem de 10% = R$ 9,00 / @ do que com uma arroba de R$ 120,00 e margem de 7% = R$ 8,40 / @.
Tanto que a queda da @ futura da semana passada, apesar na alta no mercado disponível / físico foi resulado da ação pesada dos grandes frigoríficos.