JBS: Márcio Nappo, Diretor de Sustentabilidade, esclarece o porquê da criação do novo departamento na empresa

Nesta segunda-feira, publicamos um texto de Ciro Siqueira na seção Espaço Aberto do BeefPoint, comentando a criação da nova Diretoria de Sustentabilidade do JBS. Márcio Nappo, respectivo diretor, nos enviou um texto seu, esclarecendo e complementando sobre o assunto. Leia abaixo, a carta na íntegra:

Caro Ciro,

Criamos, de fato, recentemente na JBS uma diretoria de sustentabilidade. Somos uma das primeiras empresas do setor a criar este cargo dentro de sua estrutura corporativa. Porém, sua afirmação de que ela foi criada para perseguir nossos fornecedores é simplesmente absurda.

Antes de comentar sobre a diretoria de sustentabilidade é preciso lembrar alguns fatos que aconteceram há alguns meses. Neste ano, a JBS deu um importante passo para se aproximar ainda mais de seus fornecedores e criou a diretoria de relação com o pecuarista. Como o próprio nome diz, o objetivo é fortalecer os laços entre indústria e produtor, de tal forma a eliminar toda e qualquer dúvida ou desconfiança que já houve, que ainda exista ou possa existir nessa relação.

Em uma série de reuniões realizadas em São Paulo e nos Estados com os maiores rebanhos do país, a JBS sempre se mostrou disposta a criar uma agenda positiva com o setor produtivo e caminhar lado a lado com o pecuarista na busca pela valorização do seu produto. Sabemos, melhor do que ninguém, que o sucesso do pecuarista é o nosso sucesso. Essa parceria já está sendo construída entre as partes que realmente devem estar envolvidas: a indústria e o pecuarista.

Temos total consciência que uma relação mais próxima e direta entre frigorífico e produtor não é do interesse de muita gente. Sabemos que esse conflito eterno entre esses dois elos sempre rendeu bons dividendos a determinados grupos, que estão mais interessados em continuar disseminando a discórdia do que contribuir para a construção de uma cadeia mais forte e sólida. Temos a convicção que o diálogo aberto e franco é o caminho para que a indústria venda mais e melhor aquilo que o pecuarista se dedica tanto a produzir: carne.

Voltando ao tema da sustentabilidade, a nova diretoria foi criada não para atender demandas ou fazer acordos com ONG’s. A diretoria de sustentabilidade da JBS foi criada porque a companhia acredita que seja possível vender a carne que o pecuarista produz de uma maneira economicamente viável, ambientalmente correta e socialmente justa. Para que isso aconteça, não basta apenas o interesse e a vontade de uma única empresa. É preciso o engajamento de toda a cadeia produtiva da carne bovina nacional. Isso envolve fornecedores de insumos, pecuaristas, frigoríficos, governo e, sim, representantes da sociedade civil.

Dentro da nova diretoria, além das áreas de monitoramento e rastreabilidade do gado, também existe uma área de pecuária sustentável, dedicada a disseminação das melhores práticas e parcerias com o produtor. A nova diretoria de sustentabilidade da JBS não representa nenhuma mudança na relação que a companhia mantém com os pecuaristas e seus fornecedores. Sua principal atribuição é aprimorar o que já existe e contribuir para o desenvolvimento de toda a cadeia, funcionando como uma indutora para aqueles processos que precisem de ajuda para regularização.

Na nossa avaliação, o diálogo é o melhor caminho para a construção de uma cadeia mais forte. Não cabe a nós julgar se continuaremos ou não a ser bode espiatório de uma ou outra ONG. Isso não nos impedirá de fazer aquilo que consideramos ser certo e benéfico a todos aqueles com quem mantemos negócios ou estabelecemos parcerias. É por esse motivo que a JBS está e sempre estará à disposição para conversar e discutir com todos aqueles interessados na busca pelo bem comum.

Márcio Nappo, diretor de sustentabilidade da JBS

Comentário BeefPoint: a seção Espaço Aberto do BeefPoint é dedicada a artigos de opinião, assinados por nossos leitores. Esse conteúdo não necessariamente representa o pensamento do conselho editorial do site. Apesar de termos publicado o artigo do Ciro, o consideramos um pouco agressivo, em especial em relação a algumas expressões. Por outro lado, ele representa uma percepção compartilhada por outros, de que o JBS estaria fazendo um acordo com o Greenpeace, o que incomodou algumas pessoas. Vale lembrar que recentemente, o JBS processou o Greenpeace (e ganhou), um caso raro. Reforçamos nosso interesse em discutir as principais questões da pecuária de corte brasileira de forma construtiva. Muito obrigado pela sua participação.

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