Wesley Batista disse que não pode responder se há interesse pois não sabe o que o Marfrig pretende vender. Se houvesse uma lista de ativos, seria possível dizer se há ou não interesse por algum deles. Mas como a lista de unidades à venda não é conhecida, Batista admitiu que não é possível também dizer que nada interesse.
O presidente do JBS, Wesley Batista, disse ontem (15/maio) que não conversou e não está conversando com a Marfrig Alimentos sobre possíveis aquisições. Na terça-feira (14), o Marfrig anunciou uma profunda reestruturação para reduzir seu endividamento em R$ 2 bilhões, que prevê a venda de três unidades da Seara Brasil (a localização não foi divulgada), o fechamento de quatro centros de distribuição no país e de duas unidades de bovinos na Argentina.
Em resposta a um analista que perguntou se haveria interesse pelos ativos do Marfrig, durante teleconferência para apresentação de resultados da JBS, Batista afirmou que neste momento a empresa não está engajada em nenhuma conversação sobre potencial aquisição.
Wesley Batista disse que não pode responder se há interesse pois não sabe o que o Marfrig pretende vender. Se houvesse uma lista de ativos, seria possível dizer se há ou não interesse por algum deles. Mas como a lista de unidades à venda não é conhecida, Batista admitiu que não é possível também dizer que nada interesse. No mercado, há comentários de que, mesmo antes do anúncio da reestruturação, o Marfrig já teria conversado com o JBS e também com a americana Tyson Foods.
O presidente disse ainda que o JBS pretende fazer uma proposta de compra dos ativos arrendados da francesa Doux Frangosul, em meados do ano passado, com opção de compra. Para isso, no entanto, é necessário que a matriz da Doux, na França, que está em recuperação judicial, termine as negociações com os credores naquele país. Ele espera que isso seja finalizado ainda este ano. Depois que terminar a negociação na França, ele afirmou que tem interesse em negociar com os credores aqui.
O JBS também reafirmou a meta de reduzir a alavancagem (indicador que mede a relação entre a dívida líquida e EBITDA) para menos de 3 vezes. No fim do primeiro trimestre, essa relação estava em 3,4 vezes, estável na comparação com o fim do quarto trimestre de 2012, apesar do aumento do endividamento líquido para R$ 15,68 bilhões, (3,8% mais do que em 31 de dezembro de 2012) e da maior necessidade capital de giro no primeiro trimestre por conta da aquisição da XL Foods, no Canadá, e da Agrovêneto, em Santa Catarina, e dos recursos necessários para tocar essas operações.
Para reduzir a alavancagem, o JBS conta com a melhora na geração de caixa. No primeiro trimestre, a companhia registrou um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) de R$ 879,4 milhões, 26,3% mais que em igual período do ano passado.
O presidente do JBS assegurou ainda que não há plano de emissão de dívida nem de “desinvestimentos” para reduzir a alavancagem da companhia. Em janeiro deste ano, a JBS havia captado US$ 500 milhões em notas no mercado internacional com vencimento em 2023 e yield de 6,50% ao ano, numa medida para reduzir o endividamento de curto prazo. Em abril passado, reabriu as notas e captou mais US$ 275 milhões, mas em melhores condições, com yield de 6,25% ao ano.
Com exportações anualizadas de mais de US$ 10 bilhões, o JBS está otimista com as vendas externas em 2013. Segundo Batista, a expectativa é de um bom desempenho das vendas a partir dos EUA, Brasil e Austrália. No primeiro caso, graças à redução das restrições do Japão à carne bovina americana. Nos dois últimos, graças à valorização do dólar ante as moedas locais.
Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.