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JBS quer elevar receita em 15% em 2012, com possíveis aquisições dentro e fora do Brasil, diz Jerry O’Callaghan

Entre o início da crise financeira internacional e 2010, a empresa investiu US$ 5,6 bilhões em nove aquisições na Argentina, nos EUA e na Austrália. "O JBS multinacional não existe fora do período da crise", diz Jerry O'Callaghan, diretor de relações com investidores da companhia, que conquistou nos últimos anos o título de maior produtor de carne do mundo.

Quando o JBS pôs os pés nos Estados Unidos em 2007, Wesley Batista, responsável por comandar a operação no território americano, tinha medo de atender o telefone porque não sabia falar uma palavra de inglês. Naquela época, já com duas unidades na Argentina, adquiridas dois anos antes, o JBS não era sequer mencionado na lista das empresas brasileiras mais internacionalizadas, que é divulgada anualmente pela Fundação Dom Cabral. Hoje, ele é líder absoluto do ranking: 73% de seu faturamento de US$ 61 bilhões vêm de suas operações no exterior.

Entre o início da crise financeira internacional e 2010, a empresa investiu US$ 5,6 bilhões em nove aquisições na Argentina, nos EUA e na Austrália. “O JBS multinacional não existe fora do período da crise”, diz Jerry O’Callaghan, diretor de relações com investidores da companhia, que conquistou nos últimos anos o título de maior produtor de carne do mundo. “Foi em função da crise que conseguimos comprar, por um preço melhor, a segunda maior produtora de frango do mundo, a Pilgrim’s Pride.” Em função da crise e de um sócio poderoso (e polêmico): o BNDESPar, braço de participações do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), financiou as aquisições do grupo no Brasil e no exterior.

A estratégia de internacionalização do JBS foi pensada de modo que as bases de produção ficassem em locais mais eficientes, diz O’Callaghan. “O problema é que, depois de tantas compras, a própria empresa começou a dar sinais de ineficiência”, diz um analista do setor. No ano passado, o JBS teve um prejuízo de US$ 75 milhões e no ano anterior, de US$ 292 milhões. A empresa teve problemas na Argentina, onde fechou operações por conta dos reflexos da crise política, e na Itália, onde se desentendeu com o sócio. Enquanto termina de arrumar a casa, o JBS já faz novos planos de expansão: quer elevar a receita em 15% este ano – e isso pode incluir mais aquisições, dentro e fora do País.

Fonte: O Estado de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

1 Comment

  1. thalles ferreira disse:

    Eu não entendo como os produtores rurais brasileiros ficam a mercê desse quase monopólio da carne bovina, o produtor rural brasileiro é cada vez mais precionado a produzir mais na mesma área para atender o mercado internacional, uma vez que a população mundial cresce a cada dia, e consequencia disso é a necessidade de elevar a produção de alimentos. No nosso país temos o maior mercado de carne através do JBS, com tanto faturamento e sócio poderoso como o BNDESPar, não entendo como a cada ano a empresa eleva seu faturamento bruto e com isso grades prejuízos como os UU$ 292 milhões em um ano o no ano seguinte mais UU$ 75 milhões. A necessidade de alimento é cada vez maior, o dólar teve uma enorme valorização de alguns meses até o momento, as exportações crescem, o boi pago ao produtor brasileiro tem retração. Algum entendedor de mercado poderia nos informar como essas contas fecham negativamente, pois somos leigos no assunto mais temos interesse em saber.

    Grato, Thalles Ferreira