Mercados Futuros – 31/07/08
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JBS registra prejuízo, mas aposta em crescimento

A JBS-Friboi, maior produtora global de carne bovina, teve prejuízo consolidado de R$ 364,4 milhões, no segundo trimestre, com as margens pressionadas principalmente pelas operações no Brasil e na Argentina. O presidente da JBS acredita que o setor de frigoríficos irá sofrer um "encolhimento" antes de uma consolidação. "Em 2009, vamos ter oportunidades", afirmou, referindo-se a possíveis ativos. Mesmo nessa conjuntura, Batista disse que a "JBS Brasil vai continuar crescendo, com margens menores ou com margens maiores".

A JBS-Friboi, maior produtora global de carne bovina, teve prejuízo consolidado de R$ 364,4 milhões, no segundo trimestre, com as margens pressionadas principalmente pelas operações no Brasil e na Argentina.

Semelhante ao que aconteceu com a Sadia e Perdigão, a perspectiva, admitiu o presidente da JBS, Joesley Batista, é de que as margens continuem a se deteriorar.

No Caso do Friboi, no Brasil a situação se agravou por conta do quadro de escassez de boi gordo num momento em que há ampliação da capacidade de abate no país. Ele também acredita em “encolhimento” do setor.

O prejuízo no trimestre, depois de um lucro de R$ 38,7 milhões em igual período de 2007 (quando a empresa ainda não havia adquirido a Swift nos EUA), foi provocado pela variação cambial dos investimentos no exterior, amortização do ágio na compra da Swift e da perda com instrumentos financeiros para proteção cambial dos recursos para compra da Smithfield e da National Beef. No primeiro trimestre de 2008, a empresa havia reportado prejuízo de R$ 6,6 milhões.

A receita líquida consolidada da empresa foi de R$ 7,129 bilhões no segundo trimestre. Desse total, R$ 1,3 bilhão foram no Brasil, US$ 3,2 bilhões nos EUA, 215,7 milhões de pesos na Argentina e 155,2 milhões de euros na unidade européia, a Inalca-JBS. No primeiro trimestre deste ano, a receita líquida havia sido de R$ 5,8 bilhões.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação consolidado no período foi de R$ 290,8 milhões ante R$ 165,2 milhões no mesmo período de 2007 e de R$ 176,3 milhões no primeiro trimestre deste ano. A margem lajida foi de 4% no segundo trimestre, acima dos 3% dos primeiros três meses deste ano, mas bem abaixo dos 14% do segundo trimestre de 2007.

Na avaliação de Batista a JBS ganhou participação em “mercados maduros”, como Estados Unidos, Europa e Austrália, de onde vêm 78% de suas receitas atualmente.

A receita líquida nos EUA cresceu 33% sobre o primeiro trimestre deste ano, em grande parte pelo aumento das exportações de carne. No Brasil, a alta do boi, cujo preço já supera o dos EUA – por causa da valorização do real – teve impacto nos resultados.

Segundo Batista, esse cenário favoreceu as exportações da empresa, a partir dos EUA, a mercados para os quais não vendia carne americana, como Rússia. “Esperamos migração de margem do Brasil para os EUA”, afirmou. Os ganhos no país também se deveram à redução de custos e ao aumento de eficiência.

Na Argentina os resultados foram afetados pelas restrições impostas às exportações de carne pelo governo local e pela greve do setor agropecuário, causando ociosidade de até 70%, em alguns momentos, da capacidade das indústria do país. Mas a operação já está normalizada e o risco de demissões também foi afastado.

Apesar da perspectiva positiva nos EUA, Batista disse que o resultado do terceiro trimestre pode ser “pior que o segundo”. O nó está no Brasil onde a alta do boi – por causa da menor oferta e do câmbio – afeta custos. Ele avalia que o novo patamar para as margens, na casa dos 5%, deve ficar “para sempre”.

O presidente da JBS acredita que o setor brasileiro de frigoríficos irá sofrer um “encolhimento” antes de uma consolidação. “Em 2009, vamos ter oportunidades”, afirmou, referindo-se a possíveis ativos. Mesmo nessa conjuntura, Batista disse que a “JBS Brasil vai continuar crescendo, com margens menores ou com margens maiores”.

Segundo ele, até o fim do ano, a empresa ampliará sua capacidade de abate em 25% ou 5 mil animais por dia. O raciocínio é que a melhor forma de crescer é ganhar participação de mercado.

As informações são de Alda do Amaral Rocha, do jornal Valor Econômico.

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  1. Antonio Pereira Lima disse:

    Um prejuizo consolidado de R$ 364,4 milhões no segundo trimestre, e um lucro de R$ 38,7 milhões em igual período de 2007, mostra que a JBS-Friboi precisa de nada mais nada menos que dez bons trimestres iguais 2007 para repor este prejuízo, ou seja 30 meses ganhando quase R$12 milhões por mes, sem levar em consideração que, palavras do presidente, o terceiro trimestre pode ser pior que o segundo, pior que o segundo seria de quanto o prejuízo?

    Continuando com suas avaliações o presidente acredita que o setor brasileiro de frigoríficos irá sofrer um encolhimento no próximo ano, mas a JBS BRASIL vai continuar crescendo, ou a JBS BRASIL não é do setor frigorífico ou o setor frigorífico da JBS BRASIL não é brasileiro.

    E para terminar, com todo este nó da falta de oferta e do cambio, a JBS vai ampliar o abate para mais 5000 bois por dia, ainda para este ano, e que crescer não tem nada a ver com lucro nem com solidez, é só participar do mercado, como estamos em pleno período olímpico, me faz lembrar aquela frase dos fracos: O importante não é ganhar o importante é competir.