O presidente do JBS, Joesley Mendonça Batista, afirmou que a vantagem competitiva do setor de carne bovina do Brasil, onde o custo da matéria-prima costumava ser menor em relação a outros países, é coisa do passado.
O presidente do JBS, Joesley Mendonça Batista, afirmou que a vantagem competitiva do setor de carne bovina do Brasil, onde o custo da matéria-prima costumava ser menor em relação a outros países, é coisa do passado.
O Brasil, com um dos maiores rebanhos do mundo, atravessa um novo ciclo de baixa na oferta de gado, após um período de intenso abate de matrizes, o que está dando sustentação aos preços da arroba do boi.
Somado a isso, segundo ele, há uma maior convergência de margens do setor entre os países, considerando que cada vez mais o negócio é global.”No Brasil, os preços da matéria-prima estão iguais ou mais elevados do que nos Estados Unidos em alguns momentos. E Austrália tem boi mais barato que o Brasil”, declarou Batista a jornalistas, durante a divulgação de resultados da empresa.
Segundo ele, hoje o Brasil não tem mais aquele boi que custava US$ 20 a arroba. “Hoje temos um boi com preços americanos, australianos, o boi brasileiro está perto de US$ 50 (a arroba), o dos EUA está entre US$ 45 e US$ 50, e na Austrália está entre US$ 35 e US$ 45”, afirmou.
Ironicamente, essa vantagem competitiva do Brasil foi um dos principais fatores que permitiu à empresa se tornar uma multinacional do setor, com vendas previstas este ano em US$ 5 bilhões. Em função dos maiores custos no Brasil, o abate de bovinos do JBS no país, no primeiro trimestre do ano, caiu cerca de 20% em relação ao mesmo período do ano passado.
Essa conjuntura de mercado fez a margem Ebitda das operações do JBS no Mercosul cair para 10,4% no primeiro trimestre de 2008, contra cerca de 15% em 2007.
“Nós não estaremos mais vivos para ver recuos de preços de alimentos”, disparou ele, comentando sobre a alta das principais commodities mundiais. Com relação ao mercado de boi no Brasil, ele só vê algum alívio a partir de 2011, quando o rebanho começará a ser recomposto. As informações são da Reuters.
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Concordo plenamente com a análise do Joesley Batista, não há como recuar os preços de alimentos em um mundo carente de comida. Todavia discordo da previsão de alivio do mercado do boi no Brasil para 2011. Qualquer atitude iniciada neste momento para incremento do rebanho de matrizes, só terá um efeito prático no mercado após 5 anos, então este alivio deverá ocorrer em 2013.
Abraços.
Mas estaremos vivos para ver os consumidores migrando para outros tipos de proteínas animal e vegetal. Produtores, indústrias e varejistas que ficarem deitados em berço esplendido e não atender consumidores cada dia mais globalizados, com qualidade total e com custo reduzido, o consumo de carne bovina mundial tende a reduzir drasticamente em um curto espaço de tempo!
Essa falta de animais para o abate no momento é o resultado de anos em que o pecuarista teve de vender seus animais aos frigoríficos com preços abaixo dos custos de produção para poder sobreviver na atividade enquanto os frigoríficos nacionais fizeram aquisições aqui e no exterior.
Enquanto não houver concientização de que a cadeia inteira tem que ganhar para sobreviver e investir na atividade vamos conviver com esses ciclos de 5 em 5 anos.
Eu acredito que o aumento dos preços está só começando. Estou morando em Portugal, e aqui na Europa que o boi é engordado com uma forte componente de ração, o preço da carne não acompanhou a subida dos cereais.
Como a ração duplicou de preço existe uma grande oferta de animais para abate, o que mantém os preços.
Alguns agricultores já reduziram o seu rebanho para metade. Quando começar a faltar carne vamos ver até onde vão os preços da carne.