Informo que recebemos entre R$ 4,00 e R$ 10,00 a mais por arroba de boi gordo vendida no MT nos últimos 12 meses e felizmente não tivemos nenhum animal desclassificado. Mas também é verdade que no consolidado o nº de fazendas habilitadas e de animais rastreados segue crescendo. O que demonstra o interesse do produtor, bem como que tem mais gente conseguindo cumprir com as regras do que pessoas perdendo a certificação de suas fazendas. Diria ainda que para os confinamentos, com os atuais preços dos animais de reposição, habilitar-se virou fundamental para própria viabilidade da operação.
O leitor do BeefPoint José Ricardo Skowronek Rezende (Produção de gado de corte), de São Paulo, São Paulo, enviou um comentário ao artigo “Uruguai explorará vantagens da rastreabilidade bovina para promover carne“. Abaixo leia a carta na íntegra.
“Os números do Marfrig é que não se encaixam com os do Uruguai, mas acredito que podem ser explicados por razões industriais, logísticas, comerciais e estratégicas. Nem sempre os números de uma empresa espelham os do país onde atua.
Mas como dizia um antigo professor meu, “torturando bem os números eles sempre confessam o que queremos”. Ou, em outras palavras, o recorte feito nunca é neutro.
Por isto não posso afirmar com certeza se o saldo líquido do Uruguai (acréscimo de receitas & acréscimo de despesas) com a rastreabilidade é positivo ou negativo. Mesmo porque não tenho acesso aos custos consolidados.
Intuitivamente (considerando o diferencial de preços) me parece que o saldo seja amplamente positivo. Ou seja, melhorou as margens da atividade pecuária. Mas estou sempre aberto a rever posições se confrontado com dados.
E respondendo sua curiosidadeinformo que recebemos entre R$ 4,00 e R$ 10,00 a mais por arroba de boi gordo vendida no MT nos últimos 12 meses e felizmente não tivemos nenhum animal desclassificado.
Não temos um funcionário específico para a tarefa da rastreabilidade, mas gastamos parte do tempo de um funcionário administrativo e parte do tempo dos capatazes e peões responsáveis pela coleta dos dados a campo. Se somarmos tudo acredito que corresponda, para efeitos de cálculo, a alocação de uma pessoa dedicada integralmente a tarefa. E contamos com bons softwares de apoio e hardwares para coleta automática dos dados. Mas considerando que temos mais 30.000 animais rastreados e vendas anuais de cerca de 9.000 animais considero o custo perfeitamente aceitável.
Sobre a situação geral do SISBOV diria que é verdade que muita gente desistiu de aderir e que alguns que entraram na “famigerada lista Traces” não conseguiram permanecer nela. De fato é bem mais fácil entrar na lista do que permanecer. E o diferencial de preços pagos também oscilou muito por região do pais e em algumas delas foi irrisório.
Mas também é verdade que no consolidado o nº de fazendas habilitadas e de animais rastreados segue crescendo. O que demonstra o interesse do produtor, bem como que tem mais gente conseguindo cumprir com as regras do que pessoas perdendo a certificação de suas fazendas. Diria ainda que para os confinamentos, com os atuais preços dos animais de reposição, habilitar-se virou fundamental para própria viabilidade da operação.”