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José Roberto Pires Weber: hoje, todos os setores buscam a rastreabilidade como instrumento de gestão e de melhor aceitação dos seus produtos, bem como de controle sanitário

Como Presidente do Sindicato Rural de Dom Pedrito e Vice-Presidente da Associação Brasileira de Angus, esclareço que em reunião há pouco realizada naquele sindicato, com a presença de mais de 40 dos principais pecuaristas do município, todos foram favoráveis à rastreabilidade/identificação proposta pelo Estado do Rio Grande do Sul.

José Roberto Pires Weber, presidente do Sindicato Rural de Dom Pedrito e vice-presidente da Associação Brasileira de Angus, comentou sobre o artigo Diga não a identificação – relato de um produtor contra a rastreabilidade obrigatória no RS. Leia o comentário na íntegra:

Lamento a opinião do ilustre articulista que, com certeza, expressa a opinião de alguns menos entrosados com a tendência mundial dos consumidores e dos produtores mais avançados. Hoje, todos os setores buscam a rastreabilidade como instrumento de gestão e de melhor aceitação dos seus produtos, bem como de controle sanitário.

Como Presidente do Sindicato Rural de Dom Pedrito e Vice-Presidente da Associação Brasileira de Angus, esclareço que em reunião há pouco realizada naquele sindicato, com a presença de mais de 40 dos principais pecuaristas do município, TODOS foram favoráveis à rastreabilidade/identificação proposta pelo Estado do Rio Grande do Sul.

Entendeu-se que não basta apenas proclamarmos, com razão, que produzimos a melhor carne, mas que precisamos diferenciá-la mercadologicamente para valorizá-la no mercado internacional e em nichos especiais de consumo no mercado interno.

Em consulta feita a seus associados sobre o tema, a Angus não recebeu nenhuma posição contrária à ideia, mas sim, diversas sugestões para melhoria do projeto governamental. No mundo em que vivemos, o produto tem que ser apresentado com valor agregado para obter preço diferenciado, ou alguém imagina que o consumidor vai bater na nossa porta atrás do que deseja??? Esta é uma tendência mundial, inexorável e quem perder o trem da história, pagará os ônus decorrentes.

Por fim, sempre que quisermos sair do nosso conservadorismo e comodismo, em busca do novo, da tecnologia e dos resultados diferenciados, teremos que enfrentar dificuldades, mais trabalho e despesas. Quem não quiser assumir e enfrentar estas questões, com absoluta certeza, patinará nos seus negócios e perderá o rumo da história!

Leia o artigo original aqui Diga não a identificação – relato de um produtor contra a rastreabilidade obrigatória no RS.

4 Comments

  1. Flávio Abel disse:

    Boa tarde:
    Sou produtor rural e reconheço quanto ao mérito, que são corretos os argumentos do Sr.Pires Weber. Contudo, é necessário reconhecer que a nossa representação maior a FARSUL, tem legitimidade para representar os interesses da classe produtora. Precisamos algumas coisas a mais, alem dos brincos, para colocar nossa pecuária no lugar que merece. Uma delas é a funcionalidade das “Inspetorias”. De inspeção só mantem o nome. Só mercados periféricos nos compram carne. Nossa carne não tem condições sanitárias reconhecidas internacionalmente. Mesmo com os brincos, continuará não tendo. O governo tem obrigação de fazer sua parte. Talvez a hora chegou.

  2. Pedro Pires Piffero disse:

    Senhores!
    O gaúcho é reconhecido como peleador, até devido a sua história de desbravador, muitas vezes em discussões em que cada um expõe sua opinião e que mais parece uma guerra é que se pode chegar a uma solução. O assunto é polêmico, o que temos no Brasil é uma rastreabilidade projetada pelo governo e indústria com um modelo muito além do que é exigido pelo mercado, que em certo momento procurou-se fazer obrigatória e não deu certo. A maioria dos produtores não é contra a rastreabilidade ele é contra a obrigatoriedade, a rastreabilidade é para quem pode e não para quem quer quem deve saber se quer identificar os animais é o produtor tendo como objetivo controle, o mercado quer saber a origem e isto com a identificação das propriedades e GTA nós já temos documentado o trânsito dos animais e a origem, acredito que já seja uma rastreabilidade. O que podemos fazer e reforçar este trabalho, mas nunca na base de obrigação e sim na cumplicidade dos envolvidos.

  3. Luiz F. Mainardi disse:

    Estou gostando de ver que os debates que fazemos há 2 anos têm se espraiado pelo Rio Grande! O agronegócio – uma de nossas mais importantes riquezas – merece e precisa que todos nos empenhemos pela sua constante qualificação e crescimento. A rastreabilidade bovina – proposta construída ao ouvir os anseios e necessidades de todos os envolvidos na relativa cadeia produtiva e ao olhar para os exemplos exitosos existentes – é uma ação fundamental desse propósito.

  4. Olivio José Silva da Silveira disse:

    A multiplicidade de opiniões e posições tendem a encontrar o bom senso. Se de um lado o governo acredita que obrigando a ratreabilidade estará avançando, de outro os pecuaristas, vitimas da futura lei, podem esperar o retrocesso. Não precisa ser nenhum especialista para ver que este ranço entre todos os atores do setor pecuário não avançará. Aprovada a lei o governo sairá perdedor pois ela motiva a desobediência, primeiro porque será julgada como inconstitucional e segundo por que não há condições
    técnicas de faze-la cumprir. A lei, pelo que se lê na imprensa, diz que todo o animal com até seis meses de vida deve ser identificado e cadastrado. Quem vai fiscalizar? O que será feito, daqui a 2 anos, com os animais que não foram identificados? Sabão?
    Presentear o brinco é parte da solução, o maior custo está na implantação e manutenção dos cadastros. Se o governo tivesse simplesmente encontrado uma fórmula
    de remunerar o pecuarista, através de premios ou isenções tributárias, por este novo trabalho, não teríamos debates mas sim um consenso que se espraiaria muito mais.
    Precisamos ter bom senso e parar com o contraditório, necessitamos avançar!

    Olivio José S da Silveira