O frigorífico paulista Mondelli teve a falência decretada pela juíza Rossana Curioni Mergulhão, da 1a Vara Cível do Fórum de Bauru no último dia 19 de dezembro. Ela disse que, desde fevereiro de 2012, quando o pedido de recuperação foi feito, os principais interessados – os acionistas – em recuperar a empresa deixaram de apresentar documentos à época do pedido e também apresentaram plano de recuperação “lacunoso”.
Por conta do recesso da Justiça, acionistas da companhia só souberam da decretação da falência no fim da semana passada, segundo Constantino Mondelli Filho, que pretende entrar com um agravo de instrumento para reverter a decisão. Antes da decisão, o empresário travava uma batalha judicial para voltar a comandar o frigorífico, de onde está afastado desde agosto de 2013 por determinação da Justiça.
O empresário também questionou diversas vezes as decisões da juíza e do administrador judicial, que teriam beneficiado a Hapi Comércio Alimentício, maior credora do Mondelli e gestora da empresa desde que a direção do frigorífico foi afastada. A Hapi pertence ao ex-cunhado de Mondelli Filho, Charles Leguille.
Em processo judicial, o empresário alegou que Leguille teria simulado a separação com sua irmã, Giovanna Mondelli, para evitar ficar com o passivo tributário, caso o Mondelli seja vendido para a Hapi. O frigorífico deve R$ 12 milhões à Hapi. Ao todo, a dívida da recuperação do Mondelli é de R$ 65 milhões. Nos áureos tempos, a empresa chegou a faturar R$ 350 milhões ao ano.
Agora, com a falência da empresa, a juíza determinou que a Receita Federal emita um novo CNPJ “destinado às operações comerciais” da empresa em regime de continuidade de negócios. A Hapi continua como gestora do Mondelli e Fernando Borges é o administrador da massa falida.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.