A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, prometeu terça-feira, em reunião com representantes do setor de carnes que o decreto que institui a nova regulamentação sobre inspeção animal deverá ser assinada pela presidente Dilma Rousseff até o dia 13 de fevereiro.
As discussões sobre o novo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa) está parado há sete anos no governo. Esse regulamento dispõe sobre todas regras de segurança e padrões sanitários exigidos pela fiscalização agropecuária federal para o funcionamento da indústria de alimentos.
A principal novidade, dizem fontes fiscais agropecuários que acompanham a elaboração do novo Riispoa, é instituir o princípio de “autocontrole” de inspeção. Isso significa dizer que a indústria de alimentos passará a ter várias responsabilidades sobre a inspeção, que hoje cabem ao Ministério da Agricultura.
Na reunião, houve pedidos de dirigentes do setor para redução da burocracia que envolve a habilitação de plantas para exportações, principalmente para a Ásia. E a ministra ressaltou que haverá “condições iguais de tratamento” para frigoríficos de pequeno, médio e grande porte quanto a fiscalização e habilitação de plantas.
Uma fonte do setor privado que acompanhou a reunião disse que a ministra também agendou para o dia 4 de fevereiro uma reunião, que será comandada pelo novo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério, Décio Coutinho, para tratar de duas instruções normativas polêmicas: uma que proibiu o uso do medicamento avermectina de longa duração para bovinos, amplamente comercializado pela indústria veterinária nacional; e outra que passou a exigir a habilitação de frigoríficos para exportação de despojos (porções não-comestíveis de bovinos), mas se encontra suspensa por liminar na Justiça a pedido da Abrafrigo.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
2 Comments
Uma opinião com responsabilidade Técnica.
Para toda a cadeia da Carne Bovina.
É urgente a necessidade de inverter a intenção de controle de
Qualidade e processos produtivos, a Cadeia da Carne Bovina.
Deixando a ponta de comercio e transformação ¨”frigorífico” para dar atenção nas
unidades de produção, legítima, da matéria prima BOI VIVO.
O governo cria coragem e estrutura para fazer isso.
o que é muito difícil acontecer.
Ou abre fora.
Institui sistemas de auto controle como esta em comentários.
Uma alternativa triste mas é a realidade.
A autoridade sanitária presente no campo seria excelente.
Só produz para vender quem está de acordo.
Senão faz para seu consumo ou troca de atividade.
Incompetência e ignorância para alimentos NÃO.
Acaba com toda a cadeia.
Seremos sempre desacreditados.
Seremos sempre subdesenvolvidos ou
Considerados de país da pecuária de Índios.
Que bom seria, se todos ainda pudéssemos viver livres e pelados.
Como nossos queridos nativos.
Não seria?
Na praia no campo.
Não podemos mais.
Somos obrigados a fazer certo na primeira vez.
Qualidade, R$/kg
Escala kg
Faturamento R$,
Faturamento = Qualidade x Escala.
Att
Panazzolo
Eng. Agrícola
A privatização do serviço de inspeção federal é uma intenção totalmente inconsequente e política. Fala-se em desburocratizar, mas efetivamente as normas de inspeção continuariam as mesmas. A inspeção também não interfere no preço final da carne ao consumidor. Existem conceitos e normas inerentes à saúde pública e à defesa sanitária que são absolutamente necessárias e que nenhuma nova tecnologia ainda conseguiu substituir. A inspeção se enquadra nesse tema e deve ser realizada por um profissional isento e independente do frigorífico para que o poder econômico não afete seu julgamento. Por isso é uma atividade privativa do estado. É uma questão de saúde pública que se sobrepõe ao interesse econômico. Isso é tão sério que nos EUA a inspeção é realizada por inspetores federais do FSIS/USDA. A Austrália privatizou parte da inspeção da carne e perdeu o mercado europeu e o americano. Os programas de auto controle já existem, são normatizados e devem ser realizados paralelamente pelo frigorífico, mas não a inspeção não pode ser privatizada, é uma questão de saúde pública.