A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, foi taxativa ao sugerir que, diante da situação econômica das indústrias frigoríficas e com a instabilidade criada no mercado, o pecuarista deve deixar de vender boi. "Melhor ficar no pasto do que vender e não receber". Sobre o fato de as plantas frigoríficas pedirem Recuperação Judicial e continuarem pagando a compra de bois a vista, ou seja, deixam de pagar o que estava em aberto até o pedido da recuperação, ela qualifica como uma "imoralidade. Não podemos concordar que os frigoríficos queiram se reerguer usando o pecuarista. Eles alavancaram recursos para capital de giro e expansão, veio a crise internacional e pela má gestão, entraram com recuperação judicial", avaliou a senadora.
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, foi taxativa ao sugerir que, diante da situação econômica das indústrias frigoríficas e com a instabilidade criada no mercado, o pecuarista deve deixar de vender boi. “Melhor ficar no pasto do que vender e não receber. Se eu vendo R$ 100 mil e não recebo, tenho de vender mais outros R$ 100 mil para cobrir meus compromissos e nisso, fico com prejuízo de R$ 200 mil”.
Sobre o fato de as plantas frigoríficas pedirem Recuperação Judicial e continuarem pagando a compra de bois a vista, ou seja, deixam de pagar o que estava em aberto até o pedido da recuperação, ela qualifica como uma “imoralidade. Não podemos concordar que os frigoríficos queiram se reerguer usando o pecuarista. Eles alavancaram recursos para capital de giro e expansão, veio a crise internacional e pela má gestão, entraram com recuperação judicial. É melhor deixar o boi no pasto, neste momento”, avaliou ontem a, durante coletiva com a imprensa, na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).
O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Mário Candia, reforçou a posição da senadora e disse que “o produtor não pode pagar uma conta que não foi feita por ele. Só aqui em Mato Grosso são mais de R$ 120 milhões que os mais de 400 pecuaristas atingidos pelo fechamento dos frigoríficos, têm a receber. O calote é grande”. Ele ressaltou ainda, que concorda quando a senadora disse “que o pecuarista deve se tornar uma empresa, por meio de mudanças na legislação, pois assim a gestão dos negócios irá melhorar. Hoje o pecuarista não tem nenhuma garantia depois que entrega o boi para o frigorífico”.
Kátia foi mais além, questionada sobre o anúncio de que recursos via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foram aprovados pelo Conselho Monetário Nacional, para socorrer indústrias do agronegócio, principalmente os frigoríficos, num total de R$ 10 bilhões, ela disse que a medida não passa de ilusão. “Os recursos deverão ser tomados via bancos e os bancos têm cláusulas que deixam claro que não operam com empresas em recuperação judicial”.
Segundo a presidente da CNA, a única maneira de a União socorrer o segmento e consequentemente a pecuária, é devolver os créditos tributários. “Aliás, esse volume de crédito junto ao governo federal não pago por ele, é que é o verdadeiro calote”, sentencia. Segundo ela, somente o frigorífico Independência teria em créditos cerca de R$ 150 milhões junto à União.
As informações são da Folha Online e jornal Hoje em Dia/MG, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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Agora todo mundo bacha o porrete, mas na hora de pedir votos nos frigoríficos e pedir ajuda para campanha eleitoral não existe pudor algum. Agora que o segmentos está em situação difícil e necessitando de ajuda governamental, nem o vento bate na porta. Que paisinho.
Nós não podemos generalizar a situação, não vender para os frigoríficos que não pagam os produtores, está certo, sem a matéria prima não vão conseguir tocar a industria ,agora segurar o boi no pasto e não vender para ninguém esta errado, isto quebra todo o setor, do criador ao frigorífico.
O que nós precisamos é vender na normalidade que o mercado vende, coisa que não fizemos, fazer um cadastro do comprador, como fazem as Casas Bahia, principalmente o nome de quem está comprando, referências bancarias do nome de quem assina um cheque ou promissória, alguns frigoríficos é o balanceiro quem assina a NPR, exigir um avalista que tenha suporte no caso de venda a prazo, como exigem as imobiliárias quando alugam uma casa, enfim tomar as precauções que o mercado toma, se não a qualquer momento poderemos tomar outro pialo, exigir e valorizar a venda só espanta o velhaco o bom permanece e agradece.
Um abraço
E numa dessa o frigoestrela me enrolou, sou apenas um representante comercial que dependo de comissão de vendas para com meus compromissos. Jogarão minha comissão na recuperação e está tudo certo meu aluguel, gasolina, mercado, inpostos, telefones, internet, etc. sera que o governo vai me ajudar tambem (posso pedir recuperação judicial,alguem me ajuda por favor)
Gostaría de parabenizar efusivamente a senadora Kátia Abreu,pois parece que até que enfim os desprotegidos pecuaristas deste país, terão realmente uma defensora a altura, que era o que estávamos desesperadamente precisando a anos,pois até hoje, eu,pelo menos,não tinha tido notícia alguma de qualquer autoridade que tomasse para si , a responsabilidade de alertar aos pecuaristas, a todas as armadilhas e artimanhas a que estávamos sendo submetidos a tanto tempo sem podermos nos defender, é isso aí senadora,vamos deixar os bois no pasto, até a pouca vergonha acabar.
E, se posso dar uma humilde sugestão, daqui prá frente , boi só no peso vivo,e pagamento à vista, pesou pagou!
Não tem como fazer, a relação da pecuária de corte com a indústria é simplesmente caótica; a começar pela fiscalização da matança, que se não for feita eles roubam até os cupins que caem no chão.
Outro ponto é o recebimento; tem abatedouros por aí que estão agiotando, descontando 5%, 6% até 8% sobre o valor de mercado para se fazer o pagamento a vista. Em suma, não tem pra onde correr, é paulada de todo canto! não tem solução!
É , a solução tambem não é deixar o boi no pasto , pois qualquer um com pingo de conhecimento sabe que boi não é igual a um produto que pode ser armazendo , simplismente coloca ele na pratileira e espera o preço aumentar , pois os pecuaristas tem de pagar contas , e boi gordo no pasto é prejuizo . Ainda mais agora que esta chegando a seca , onde os animais irão perder peso , causando um prejuizo ainda maior ou pecuarista .
A grande saida para este problema é a união dos pecuarista , coisa que deveria ser feita ha muitos anos , pois sabemos que o lado mais fraco da cadeia agroindustrial é o produtor rural , por isso que estamos sofrendo esse rebalo da crise mundial , sem ter culpa alguma. E não vai resolver nada deixar o boi no pasto , temos que se unir , para juntos criarmos ideias que nos protejam e nos assegurem dos frigorificos.
O mais estranho é que toda essa crise vai passar, e tudo vai ficar como está; pecuarista vendendo sem garantia, indústria se alavancando as custas dos outros, e os políticos falando asneiras, esses aliás só falam isso, antes, durante e depois das crises mesmo.
Esse é o povo Brasileiro, não desiste nunca!!
Bem colocado, Roberto Trigo, anuidade esta que era englobada ao ITR e que hoje custa o mesmo tanto, senão mais que o ITR.
prezado senhores, vender ou não o boi é uma decisão particular de cada pecuarista em sua situação de fazenda, mas vender aos frigorificos caloteiros e ainda receber a vista é para acabar, destroi qualquer tipo de união, sem contar que a lista do calote pode aumentar;
Vamos respeitar os que não receberam, vamos vender para quem paga e sempre pagou.
Nós fornecedores da materia prima temos que ter uma medida de força; agora que houve o calote, esta na hora de ver a força dos pecuaristas, não vamos vender aos caloteiros até pagarem a divida, se não, ninguem vende e fecha-se mais um frigorifico ruim.
Crise mundial, empresas frigorificas com plantas arrendadas dando calotes (entre pequenos, médios e gigantes), pecuaristas assustados, uma, já, seca avassaladora a caminho e o boi gordo no pasto?! Será mesmo que a solução é manter o boi no pasto?! o que ele vai estar comendo daqui um mês?! Concordo com os produtores que querem vender a vista mas discordo completamente de manter o boi no pasto. Isso não é pronuncamento que se faça. Só o que se vai perder aí é pasto ou peso. Venda o seu boi à vista.