"A KCA afirma que a falta de fiscalização e a falta de testes no momento apropriado dentro do sistema de vigilância de doenças do Brasil indicam que não foi feita a prevenção nem o controle adequado da doença. Um tempo de atraso de dois anos simplesmente não é aceitável”.
A Associação de Pecuaristas do Kansas (KCA) recebeu notificação da Organização Mundial para Saúde Animal (OIE) sobre a vaca brasileira que morreu em 2010 que tinha suspeita de EEB e cuja amostra tirada do animal apresentou resultado positivo.
De acordo com a OIE, “em 18 de dezembro de 2010, o Serviço Oficial Veterinário (OVS) foi informado pelo proprietário de uma propriedade de Sertanópolis (PR) sobre um bovino caído, mostrando sinais de rigidez nos membros, que foram detectados durante inspeção de rotina. No dia seguinte, quando o OVS foi visitar a propriedade, o animal tinha morrido. O OVS foi à propriedade coletar informações e amostras para diagnóstico da causa da morte.
Como o animal estava em uma área onde a raiva está presente em ruminantes, amostras foram retiradas para o diagnóstico da doença, conforme recomenda protocolo nacional. O animal foi enterrado adequadamente no local. O animal era uma vaca de corte de 13 anos de acordo com as investigações epidemiológicas. Uma amostra foi testada para raiva e deu resultado negativo.
Como se tratava de um animal adulto negativo para raiva, a amostra foi enviada para análise de encefalopatia espongiforme bovina (EEB). Em 11 de abril de 2011, um resultado negativo para EEB foi obtido no laboratório credenciado pelo OVS. A amostra foi enviada ao Laboratório Nacional de Referência, o Laboratórios Nacionais Agropecuários (LANAGRO-PE), Recife, Pernambuco, para diagnóstico de EEB e apresentou resultado positivo no teste em 15/jun.
O atraso entre os dois testes foi causado por um incidente ocorrido em um dos laboratórios da rede credenciada para diagnóstico de EEB. Isso sobrecarregou o sistema e levou à que se priorizasse o diagnóstico de amostras que tinha características de risco para EEB, conforme estabelecido pela OIE. A classificação da vaca considerou a amostra como de baixo nível de prioridade para o diagnóstico, o que resultou em um atraso dos testes.
De acordo com o manual de procedimentos em respostas à ocorrência de um caso de EEB no Brasil e como essa foi a primeira ocorrência no país, a amostra foi enviada para diagnóstico confirmatório ao Laboratório de Referência da OIE para a doença, a Agência de Laboratórios Veterinários e Saúde Animal (AHVLA), em Weybridge, no Reino Unido. A amostra apresentou resultado positivo no teste em 6/dez. A investigação epidemiológica mostra que a morte do animal não foi causada pela EEB e sugere que esse pode ser um caso atípico da doença que ocorre em animais mais velhos. As informações coletadas durante a investigação epidemiológica mostram também que o animal era criado em um sistema extensivo a pasto”.
A KCA entrou em contato com a OIE para falar sobre suas preocupações sobre esse problema. Diante dos eventos, a KCA estimulou fortemente a OIE a reavaliar o status de sanidade animal do Brasil. “A KCA entende que existem vários fatores que determinam o status sanitário animal de um país, um deles sendo a vigilância que envolve a coleta, separação e análise sistemática de informações para aqueles que precisam saber quais ações devem ser tomadas”.
“A KCA afirma que a falta de fiscalização e a falta de testes no momento apropriado dentro do sistema de vigilância de doenças do Brasil indicam que não foi feita a prevenção nem o controle adequado da doença. Um tempo de atraso de dois anos simplesmente não é aceitável”.
A KCA reconhece o importante papel do Brasil no mercado global, entretanto, como o maior produtor de carne bovina do mundo, existem responsabilidades e o Brasil não mostrou em sua vigilância sanitária.
A KCA expressou seu desapontamento com a OIE e não tomou uma ação imediatamente, à medida que o Brasil ainda mantém o status insignificante. O reconhecimento oficial do status da doença é de grande significância para o comércio internacional e, de acordo com a KCA, uma reavaliação deveria ser feita.
Fonte: USAgNet, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.